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Ao lado de Marcelo Nilo e artistas, Rui lançou selo Amigo da Educação (Foto Manu Dias).
Ao lado de Marcelo Nilo e artistas, Rui lançou selo Amigo da Educação (Foto Manu Dias).

Rui Costa reafirmou hoje (25) que vê a família e a educação como os principais pilares da sociedade. O governador baiano lançou, em solenidade no Teatro Castro Alves, em Salvador, o selo “Amigo da Educação”. Este será concedido às empresas que investirem em escolas públicas.

Rui já visitou 109 escolas na Bahia desde quando assumiu e garantiu que continuará a caminhada, mas é preciso a participação da sociedade para fortalecer a educação e construir uma sociedade mais justa e mais igual. O anúncio do selo Amigo da Educação foi feito durante o 28º Fórum [B+], na manhã desta terça-feira (25), que conta com a presença de artistas baianos que têm iniciativas que transformam a sociedade, como Margareth Menezes e Carlinhos Brown, e cerca de mil alunos da rede estadual de ensino.

O encontro dedica esta edição ao projeto Educar para Transformar como forma de ajudar na criação de uma rede de parcerias entre empresários, escolas e famílias. A parceria com o setor empresarial é um dos eixos centrais do Pacto Pela Educação do Governo do Estado.

Exemplos de como organizações podem ajudar a melhorar a qualidade de ensino nas escolas baianas estão sendo apresentados no teatro. No fórum, Rui também disse acreditar que o voluntariado seja essencial para o fortalecimento da educação.

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Marcos-BandeiraMarcos Bandeira | marcos.bandeira@hotmail.com

Ele me passou a mensagem deixando à mostra minha missão terrena: nunca desistir das crianças, perseverar e lutar pelos seus direitos. Só assim poderemos sonhar com um amanhã promissor.

Ouvindo prazerosamente a boa música de João Nogueira intitulada Além do espelho,  paro e fixo-me no seu refrão: “A vida é mesmo uma missão, a morte é ilusão, só sabe quem viveu, pois quando o espelho é bom, ninguém jamais morreu”. Assim, me ponho a refletir na nossa condição humana de seres inacabados e imperfeitos nessa jornada transitória aqui na terra. Afinal, o questionamento é inevitável: qual será a nossa grande missão nesta vida?  Qual a razão pela qual estamos no mundo?  As respostas variam, pois somos seres singulares e cada um constrói a sua própria história e tem a sua própria missão.
No meu caso em particular, tenho uma inclinação, diria até uma identificação muito grande com os direitos das crianças, esses seres vulneráveis na condição peculiar de desenvolvimento. Muitos deles vivem em situação de dificuldade, sem lar, sem escola, sem pais, vítimas de violações de seus direitos pela família, pela sociedade e pelo próprio Estado. Muitos são incompreendidos pelos adultos que não toleram a sua nefasta presença. Numa sociedade capitalista e consumista como a nossa, são seres invisíveis, inúteis e descartáveis. Só são notados quando cometem um ato criminoso ou quando são trancafiados num orfanato, longe de nossos olhos. Parece até que alguns adultos esquecem que um dia também foram crianças.
A história de *Rodrigo retrata a vida de uma criança que aos seis anos de idade foi castigado cruelmente pelos seus genitores e retirado abruptamente do convívio com seus dois irmãos. O Juiz da localidade onde morava, decretou a perda do poder familiar dos genitores de Rodrigo e determinou a separação dos irmãos. Um dos irmãos de Rodrigo foi adotado por uma família no sertão, enquanto Rodrigo e sua irmã mais velha vieram para serem acolhidos no SOS Canto da Criança em Itabuna. Um trauma terrível em sua vida.
Quando Rodrigo chegou, era franzino e diabético, sendo obrigado a tomar medicamentos todos os dias para controlar sua enfermidade. A irmã de Rodrigo, apesar de ter tido várias oportunidades de ser acolhida por uma família através da adoção, demonstrou possuir uma personalidade deformada e dissimulada.
O tempo passou, a irmã mais velha completou 13 anos e foi transferida para um abrigo em Salvador, onde fugiu e ingressou no mundo da criminalidade e das drogas. Rodrigo permaneceu no SOS canto da Criança. Em alguns momentos de crise, chegou a quebrar os móveis e utensílios do abrigo e a bater em outros meninos mais novos. Essa foi a forma encontrada para protestar, para ser notado e ouvido, para reivindicar uma família.
Todas as vezes que me dirigia ao SOS Canto da Criança para realizar audiências concentradas e verificar junto com o Ministério Público e a Defensoria Pública a situação de cada criança acolhida naquela instituição, era sempre procurado por Rodrigo, que me suplicava impacientemente:
– Doutor Marcos, por favor, eu preciso de uma família. Normalmente, eu respondia um tanto preocupado:
–  Rodrigo, o tempo está passando, mas estou lutando por você. Tenha paciência que o seu dia vai chegar.
Felizmente, o dia de Rodrigo chegou: depois de permanecer por mais de 2 anos no Cadastro Nacional de Adoção, um casal de Curitiba o adotou. Foi amor à primeira vista e a vida de Rodrigo até então sem grandes perspectivas, agora se transformou. Finalmente, aos 8 anos de idade, foi adotado por uma família estruturada e está muito feliz.
Ontem, recebi uma carta de Rodrigo encaminhado pelo pai que o adotou e que me emocionou bastante. Não pude conter as lágrimas. Eis a íntegra da carta de Rodrigo ipsis litteris:
“Olá Dotor Marcos
Aqui é Rodrigo escrevo essa carta para li agradescer pela a minha nova família
Eu tou na escola e já fiz duas provas
Jogo futebol no Coxa e tenho novos amigo
Fique com Deus
Quando eu crescer eu quero ser Juiz para ajudar as crianças como você”
Por favor, não repare o vernáculo nem a pontuação, pois trata-se de uma carta elaborada por um menino sobrevivente que viveu boa parte de sua vida dentro de um orfanato sem ter alguém que pudesse guiar o seu caminho e muito menos ensinar o bom português. O que me importa é o seu conteúdo, a mensagem que ele passou para mim. Rodrigo, certamente, caso não fosse adotado por uma família, seria mais um a engrossar a fileira da criminalidade.
O homem vive de escolhas e oportunidades. Rodrigo teve a paciência de esperar e escolheu com o auxílio da graça de Deus de que nos fala Santo Agostinho, o caminho do bem. Deus criou as condições e a oportunidade surgiu na sua vida. Ele me passou a mensagem deixando à mostra minha missão terrena: nunca desistir das crianças, perseverar e lutar pelos seus direitos. Só assim poderemos sonhar com um amanhã promissor.
*Nome fictício da criança.
Marcos Bandeira é juiz de Direito Titular da Vara da Infância e Juventude de Itabuna, professor de Direito da Uesc e membro da Academia de Letras de Itabuna.

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Gerson MarquesGerson Marques | gersonilheus@gmail.com

Quem planta ventos colhe tempestades. São ovos de serpente que estão colocando no centro do debate político. Não haverá vencedores.

O clima contaminado pelo ano eleitoral está transformando  em uma guerra de mentiras e ódio o que deveria ser um debate construtivo de um país em busca de si mesmo. Nossas elites e seus veículos de comunicação estão plantando uma safra que será terrivelmente difícil colher, todos saíram perdendo. No afã de ganhar uma eleição, estão transformando  massas difusas, sem lideranças e sem causas articuladas em bombas relógios que fatalmente explodirão em seus colos.
Qualquer observador mais atento, que consiga concatenar ideias simples de sociologia, história e cultura, concluirá que esse clima de ódio insuflado terá que ser desaguado em algum lugar. As eleições passarão, têm data para acontecer, mas o plantado não será colhido nela. Ficará para depois, não se dissipará fácil seja vencedor o projeto atual ou o de oposição. Pior  ainda para a oposição, que terá somado contra si os insuflados de agora, com os movimentos tradicionais que se sentiram órfãos das urnas.
Chegaremos a um momento, em futuro próximo, que veremos os mesmos que agora aplaudem a queima de ônibus, as greves sem lideranças, o caos no centro das grandes cidades,  implorarem por uma repressão violenta, como forma de retomar a ordem. É de uma irresponsabilidade inigualável o que estão fazendo com o Brasil para se ganhar uma eleição. Lembra a história de envenenar o  boi para matar os carrapatos…
É bobagem achar que isso terminará em golpe militar. Esqueça. Nem os militares querem, nem existe clima para isso no mundo. O que sustenta uma ditadura é o controle das comunicações. Isso se tornou impossível hoje em dia, com o advento da internet e outras mídias.
Quem planta ventos colhe tempestades. São ovos de serpente que estão colocando no centro do debate político. Não haverá vencedores. Já o caos, sim, esse interessa a muitos, aos grandes esquemas de corrupção, aos grandes bandidos do trafego de drogas, armas, contrabando, aos políticos inescrupulosos, a certo tipo de mídia que acha que vende mais quanto pior for a notícia.
Querem tocar fogo na lona do circo sem parar para pensar que é debaixo dessa lona que vivemos e ganhamos nosso pão, mas sempre tem aqueles que poderão ir morar em Miami…
Neste sentido, a história se repete. Sempre que o Brasil avança, cria-se este clima para inviabilizá-lo, foi assim com Getúlio, no segundo governo, com João Goulart e com JK. Seria tão bom se nos déssemos ao trabalho de conhecer nossa própria história. Quem sabe assim não seríamos vitimas de nossa própria ignorância.
Gerson Marques é empresário e consultor de turismo.

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JAIRO 3X4 COLORJairo Araújo

Experiências que estão sendo adotadas por José Mujica e Fernando Haddad representam  uma mudança substancial na forma  de combate às drogas e, por consequência, aos efeitos da  violência.

A percepção que parte da sociedade tem em relação à violência é contraditória. É de conhecimento da maioria das pessoas que as razões da violência, em parte, estão relacionadas ao tráfico e o consumo de drogas, além dos problemas sociais ainda presentes nos quatro cantos do país.  Mas os meios que são comumente utilizados no combate à violência tem se constituído num retumbante fracasso.
As práticas para o enfrentamento da violência tem sido as mesmas de sempre: a polícia mata e prende, tanto drogas quanto os traficantes, como forma de diminuir a circulação dos entorpecentes. Por outro lado, os bandidos se matam na tentativa de controlar os territórios do tráfico, a produção e a comercialização das drogas.
Ainda temos a violência advinda dos assassinatos em virtude de dívidas com os donos do pedaço. A organização do tráfico é impiedosa: deve e não paga, o caminho é a morte! Neste círculo vicioso, os índices de assassinatos só aumentam.  É necessário rever os métodos utilizados para combater o tráfico.
Neste sentido, experiências que estão sendo adotadas por José Mujica, presidente do Uruguai, que legalizou o  uso da maconha, e Fernando Haddad, prefeito de São Paulo,  com o projeto Braços Abertos, que visa oferecer oportunidades aos dependentes e usuários de crack,  representam  uma mudança substancial na forma  de combate às drogas e, por consequência, aos efeitos da  violência.
No caso do Uruguai, o Estado passa a assumir e controlar todo o ciclo de produção e comercialização da cannabis, permitindo ao usuário comprar em pontos definidos a quantia estabelecida para seu consumo. Em São Paulo, para os dependentes de crack estão sendo oferecidas moradias em hotéis da região conhecida como Cracolândia, trabalho remunerado na varrição das ruas e três refeições diárias, além de cursos profissionalizantes.
Estas ações podem não resolver o problema da violência de forma definitiva, mas são alternativas que deveriam ser observadas pelas diversas esferas de governo.
Quanto à contradição da sociedade que mencionei no início deste texto, me assusta ver pessoas comemorarem quando um bandido é assassinado ou em expressões como “bandido bom,  é bandido morto”. Enquanto existirem seres humanos morrendo em virtude da escalada da violência, a sociedade continuará sendo vítima da mesma forma.  Portanto, o ideal será quando não existir bandido morrendo, pois teremos uma sociedade de paz.
Jairo Araújo é vereador de Itabuna pelo PCdoB.

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Valéria Ettinger1Valéria Ettinger | valeria@emancipe-se.org

Para enfrentar as ameaças globais precisamos de mais exércitos, mais serviços secretos e a suspensão temporária da nossa cidadania.

De onde vem o medo? Para que o medo? Quem projeta esse medo? Por que temos medo? Para quem direciona o nosso medo e quem está ganhando com o medo e o que se perde com o medo?
São perguntas que tenho me feito nos últimos tempos. Primeiro, por observar que estamos nos transformando em uma sociedade de paranoicos, obsessivos e doentes e em uma sociedade construída com base em um não pode, não posso e não devo. Somos uma sociedade que se diz livre, mas está presa a diversos grilhões.
Esses grilhões se manifestam em todos os campos da vida: familiar, religiosa, política, social e econômica. São grilhões alimentados por um medo que pereniza os conflitos, que estabelece a individualidade, que propaga uma ideologia e que promove a destruição. Vivemos em uma era extremista que se pauta na autopreservação e nas verdades absolutas.
Essa ideologia dos polos divergentes e, em conflito, nos coloca numa posição de dominados, por que a verdade imperativa passa a intervir no meu modo de ser, de viver e de agir. Então, por conta dos medos, criam-se estereótipos, modelos únicos e estabelecem os padrões de vida e poder. E aí passamos a viver dos generalismos, todo político é ladrão, todo negro é bandido, todo homoafetivo é pervertido, tenho que ser magra para ser amada, tenho que ter muito dinheiro para ser feliz, ganhar dinheiro sem esforço é o melhor caminho, dentre outros.
Vejo uma sociedade que não inclui, que é egoísta, que não escuta, que não compartilha, que é permissiva, que gosta de ver a degradação humana. Basta verificar quais os programas de maior audiência na televisão, os de crime, os reality show e as novelas nas quais os vilões e as vilanias são os piores.
Uma sociedade que não participa, que não se une, que não se constrói em redes de solidariedade, que não se integra em suas diversas verdades para garantir uma interconectividade ou interdependência de interesses, habilidades, funções, distribuições, aproximações e afetos. Uma sociedade de homens que não colocam suas crenças nas incertezas, mas se prendem em um nó possessivo e difícil de ser desatado ou transformado.Leia Mais
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zacariasJosé Zacarias | jzacarias12@hotmail.com

Faz um mês meu time obteve uma estrondosa vitória sobre seu rival, e hoje no meu bairro ocorreu mais um assassinato e a minha vizinha reclama que a Escola Municipal onde seu filho estuda continua em greve. A cidade da paz prometida não apareceu.

Domingo estive eufórico, alegre, contente, extravasei, fui às ruas, saí gritando, empunhando a bandeira de meu time. O mundo seria diferente a partir dali. Meu time foi campeão.
Na segunda seguinte, passou a euforia. Voltei a realidade e percebi que minha vida continuava como antes, teria que pagar a mensalidade da escola para minhas filhas, as contas de água, luz, telefone (inclusive do celular), tudo na mesma rotinha com valores que ganhava antes do meu time tornar-se campeão.
Já se passou uma semana da vitória de meu time, os preços dos alimentos continuavam a subir, o tomate encareceu, a farinha encareceu etc. Se vão quinze dias, da minha alegria de ter meu time campeão. O desemprego na minha cidade continua grande.
Faz um mês meu time obteve uma estrondosa vitória sobre seu rival, e hoje no meu bairro ocorreu mais um assassinato e a minha vizinha reclama que a Escola Municipal onde seu filho estuda continua em greve. A cidade da paz prometida não apareceu.
Um ano já se foi da data que meu time foi campeão. Ele irá disputar a Copa Libertadores da América (a propósito, meus companheiros continuam presos na Bolívia) e sinto-me orgulhoso não só de torcer para meu time campeão, mas também de ser brasileiro, que terá alguns dos melhores estádios de futebol do mundo, nos quais serão gastos milhões e milhões de dólares.
E, já passados vários meses do título de meu time, vejo que a violência na minha cidade aumentou, que o consumo de crack atingiu também a zona rural; a seca assola meu Estado, como a muito não atingia, e o governo pouco fez em obra pra prevenir as suas consequências da estiagem.
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Karoline VitalKaroline Vital | karolinevital@gmail.com

Penso que as ações diárias são mais eficazes, têm um poder de convencimento muito maior sobre os contrários, pois são provas concretas de que aquilo que é defendido com tanto fervor funciona na prática e harmonicamente com a sociedade como um todo.

Em tempos atuais, Bolinha e sua turma não se limitariam a um simples cartaz pregado na porta de seu clubinho com a frase “menina não entra”. Para reforçar sua aversão à companhia das garotas, provavelmente ele e seus coligados fariam placas e marchariam pelo bairro, com alguém berrando seus ideais a bordo de um trio elétrico.
E, para reforçar ainda mais sua filosofia de vida, o Clube do Bolinha realizaria essas caminhadas anualmente, procurando superar a adesão de simpatizantes das edições anteriores, conquistar apoio de alguma celebridade para legitimar a causa e um político para assegurar recursos a fim de deixar a manifestação ainda mais grandiosa e aproveitar o ensejo para uma autopromoção.
Hoje em dia é assim. Não basta participar de um clube, igreja, ou qualquer tipo de agremiação. Para mostrar a força de seu grupo social é preciso encher as ruas, fazer muito barulho, causar engarrafamentos, sujar as ruas com panfletos e demais materiais de divulgação e tentar arrumar uma “pontinha” do poder público para bancar a manifestação do pensamento de um grupo comum. E, é claro, sobrepujar aqueles que pensam diferente, demonstrando alto poder de mobilização, contabilizado nas matérias do dia seguinte divulgadas em meios de comunicação cuja parceria foi especialmente financiada ou coagida por algum peixe grande envolvido na organização do evento.
Honestamente, não acredito que marchas e paradas disso ou daquilo sirvam efetivamente para quebrar preconceitos, conscientizar e promover a cidadania da maneira que apresentam em seus discursos. Quem tem aversão ao grupo organizador da iniciativa dificilmente vai aderir ao movimento. Boa parte dos participantes não corporativos é neutra ao assunto, é do “tanto faz como tanto fez”. Se jogam na multidão para se incluir no fovoco e só. Nada além disso.
Acredito que ideias precisam ser defendidas diariamente e aqueles que têm preconceito contra algo ou alguém devem ser convencidos através de testemunhos positivos habituais daqueles que levantam alguma bandeira. Penso que ações agressivas como as marchas e as paradas são semelhantes ao caso da cidade que decidiu remover uma baleia morta encalhada na praia explodindo o imenso cadáver. Quem não conhece a história ou assistiu ao vídeo, imagina o que aconteceu. Um estrondo imenso seguido de uma chuva de pedaços da baleia sobre os que assistiam a ação. Ao invés de resolver o problema de uma maneira mais lenta e eficaz, retirando o bicho apodrecido por partes, optou-se por algo mais radical e grandioso, causando ainda mais dor de cabeça.
Seja na marcha para Jesus, pela paz, das vadias, contra a corrupção, da maconha ou na Parada Gay, duvido muito que a parcela de pessoas tocadas pela causa levantada seja maior que a fatia descontente com as ruas interditadas, o som alto e demais transtornos que afetam o cotidiano. Penso que as ações diárias são mais eficazes, têm um poder de convencimento muito maior sobre os contrários, pois são provas concretas de que aquilo que é defendido com tanto fervor funciona na prática e harmonicamente com a sociedade como um todo.
Karoline Vital é jornalista.

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Manu BerbertManuela Berbert | manuelaberbert@yahoo.com.br

Como oportunamente comentou nas redes sociais o jornalista pernambucano Geneton Moraes Neto, ele provavelmente não terá dinheiro para bancar um advogado “menos flexível”, capaz de transformar o caso num marco contra a impunidade.

Sentar-se à frente de uma televisão hoje em dia remete qualquer cidadão a um filme de terror. A gente nem precisa estar portando os óculos e os binóculos do eterno Eduardo Anunciação para enxergar o sangue escoando na tela e, como num passe de mágica cruel, pular no nosso colo. O que era para ser um meio de informação e entretenimento vem causando pânico e deixando no ar uma sensação de impotência fora do comum.
No último domingo, o Fantástico exibiu uma matéria de causar náuseas: um estudante de 22 anos teria atropelado um ciclista na Avenida Paulista, região central da cidade de São Paulo, após uma noitada movida à fatídica combinação álcool e direção. O violento choque teria arrancado um braço da vítima, o condutor teria fugido com o membro pendurado e logo adiante atirado em um córrego.
Enquanto a TV mostrava imagens da avenida e da bicicleta, uma voz completava a matéria afirmando que os familiares do ciclista estiveram no local na tentativa de recuperar o braço para reimplante, mas que não teriam conseguido. Desviei o olhar da tela, sem querer acreditar no que tinha acabado de assistir, mas ainda cheguei a escutar que ele havia se entregado.
Acontece que o irresponsável motorista é estudante de psicologia e chegou à delegacia acompanhado de um advogado que pediu à justiça e à imprensa um pouco de flexibilidade para analisar o caso. Não precisa ser dos mais entendidos no assunto para saber que todo criminoso tem direito a defesa, mas o que revolta é que em nome desse direito seguimos lamentavelmente inertes.
Acontece também que o ciclista que estava indo trabalhar às cinco horas da manhã e viu seu braço ser dolorosamente arrancado é filho de uma empregada doméstica. Como oportunamente comentou nas redes sociais o jornalista pernambucano Geneton Moraes Neto, ele provavelmente não terá dinheiro para bancar um advogado “menos flexível”, capaz de transformar o caso num marco contra a impunidade.
De fato, a palavra que irá acompanhar o jovem ciclista a partir de agora é flexibilidade, caro advogado! Flexibilidade para aceitar passar o resto de sua vida sem um braço, para conseguir ficar de pé ao pegar um meio de transporte lotado diariamente, para comer, se vestir e, principalmente, para mudar de canal sempre que tiver que assistir a casos ridiculamente impunes e flexíveis como este na TV.
Manuela Berbert é jornalista, publicitária e colunista do Diário Bahia.

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dilmaDa Agência Brasil

A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (23), em rede nacional de rádio e televisão, que 2013 será o ano de ampliar o diálogo com todos os setores da sociedade, acelerar obras, melhorar a qualidade dos serviços públicos e continuar defendendo o emprego e o salário. Ela pediu que os brasileiros mantenham a confiança e que os empresários invistam no país. “Este é um governo que confia no seu povo, no seu empresariado, que respeita contratos e está empenhado na construção de novas parcerias entre os setores público e privado”.

A presidenta garantiu que a redução das tarifas de energia, anunciada em setembro, será mantida. A queda será possível por causa da redução de encargos e acordos com as concessionárias, que irão praticar tarifas mais baixas em troca da renovação de seus contratos. “No início de 2013, a sua conta de luz e a das empresas vão ficar menores. O corte será o que anunciei. A redução na conta de luz é fundamental para que as indústrias brasileiras possam produzir a custos mais baixos, ganhar mercado e continuar gerando empregos”.

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