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(Foto Pedro Augusto).
(Foto Pedro Augusto).

O candidato governista na sucessão estadual baiana decidiu tirar os óculos para a sua pré-campanha. Terá dificuldades. Ontem, Rui Costa (PT) atrapalhou-se ao ler nomes de convidados e de participantes da plenária que realizou na AABB, em Itabuna.
No mínimo, terá de usar lentes de contato…

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Pinheiro é defendido por partidos da base aliada (Foto Moreira Mariz/Ag. Senado)
Pinheiro é defendido por partidos da base aliada (Foto Moreira Mariz/Ag. Senado)

O PT espera definir no dia 30 o nome do partido que disputará a sucessão do governador Jaques Wagner. O “Galego de Ondina” tem um preferido na disputa: Rui Costa. Dentro e fora do PT, a movimentação cresce para que Walter Pinheiro seja o escolhido. PRB e PP optam pelo senador.

Pinheiro prefere não acossar Wagner. Ao contrário de concorrentes internos, tem sido mais comedido ao tratar do tema sucessão estadual. Mas grupos planejam transformar a plenária de avaliação do mandato do senador, prevista para sábado (23), em Salvador, em campanha aberta pela escolha do petista.

Avalia-se que Pinheiro teria mais densidade eleitoral, até por ter disputado – e vencido bem – a disputa para o Senado Federal em 2010 e contar com mandato bem avaliado. Nas redes sociais, já há o “Tô com Pinheiro”, bem na linha do “Tô com Zé”, de outro petista e candidato, o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli.

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sócratesSócrates Santana | soulsocrates@gmail.com

Enfrentar nomes improváveis como os prefeitos de Salvador ou de Feira de Santana, respectivamente, ACM Neto ou José Ronaldo, mais calejados como o ex-governador Paulo Souto ou até mesmo o ex-ministro Geddel Vieira Lima, não é uma tarefa qualquer.

Nesta manhã nublada de quarta-feira (2), acompanhei a entrevista do secretário da Casa Civil da Bahia Rui Costa na Rádio Tudo FM, que perdeu muito com a saída do jornalista Evilásio Jr (registre-se). Após discorrer de maneira bastante segura sobre uma série de intervenções de infraestrutura do governador Jaques Wagner no estado, o preferido do Palácio de Ondina teceu comentários sobre a sucessão estadual de 2014.

Sendo um dos quatro pré-candidatos do PT, Rui Costa usou de analogias futebolísticas para rechaçar as críticas internas e externas ao seu nome. Primeiro, rechaçou quem usa da comum prática de publicar notas via imprensa de maneira anônima para emitir uma opinião. Depois, avaliou como natural quem prefere este ou aquele candidato. Comparou, porém, a opção pessoal de cada um ao clássico BAVI. Mas, a escolha deste ou daquele candidato não é uma questão de torcida. Se fosse assim, Flamengo e Corinthians venceriam todos os campeonatos nacionais. Mas não ganham.

A questão é quem está pronto para encabeçar uma disputa majoritária. Não é, simplesmente, quem possui mais densidade eleitoral, a exemplo dos torcedores da candidatura do senador Walter Pinheiro. Nem tão pouco, quem prefere um nome mais habituado às querelas municipais, a exemplo dos torcedores do ex-prefeito Luiz Caetano. Também não é uma questão de quem tem mais visibilidade nacional, como o ex-presidente da Petrobrás, José Sergio Gabrielli de Azevedo, menos ainda uma questão tão pessoal como o chamego do governador pelo secretário da Casa Civil.

Numa disputa majoritária, todos sabem disso, o candidato é o principal comandante contra as nuvens movediças do ex-governador mineiro, Magalhães Pinto: “Política é como nuvem, muda de forma toda hora”. É quem vai enfrentar notícias – plantadas ou não – sobre o envolvimento de petistas ou aliados em episódios polêmicos, a exemplo de operações da Polícia Federal, contas rejeitas pelos tribunais de contas, envolvimento em grandes transações, a exemplo de Pasadena, greves, atraso de fornecedores e dos servidores, além de golpes baixos sobre a vida pessoal de cada um.

A superação de cada um desses embates também não é resolvida simplesmente com a disposição de cada um para enfrentar esses dilemas. Não basta ser convincente, como dizem os publicitários, é preciso parecer convincente. Enfrentar nomes improváveis como os prefeitos de Salvador ou de Feira de Santana, respectivamente, ACM Neto ou José Ronaldo, mais calejados como o ex-governador Paulo Souto ou até mesmo o ex-ministro Geddel Vieira Lima, não é uma tarefa qualquer. Não basta decorar as principais realizações do governo, nem possuir o principal cabo eleitoral do país ou do estado ao lado.

Apesar de compreensível, a postura do secretário da Casa Civil de entregar nas mãos do governador a tarefa de articular a viabilidade de sua candidatura junto ao PT e aos demais membros da base aliada, tira dele o papel de protagonista de uma eleição suspensa pela fúria das manifestações de junho ainda em curso no país. Afinal de contas, o discurso da continuidade soa extremamente vago quando as pessoas querem tudo, menos o que está aí. E, quem fingir ou enterrar a cabeça debaixo da terra, pode assistir atônito a banda passar cantando sobre como as coisas da política não são resolvidas apenas com partidos e obras.

Sócrates Santana é jornalista e filiado ao Partido dos Trabalhadores.

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pt baO PT começa a discutir o processo de escolha – “interno e externo” – do seu pré-candidato ao governo baiano. Ontem, em Salvador, foram confirmados os nomes de Luiz Caetano (ex-prefeito de Camaçari), o senador Walter Pinheiro e os secretários estaduais José Sérgio Gabrielli (Planejamento) e Rui Costa (Casa Civil).
Agora, o partido fará reuniões em 12 territórios baianos, incluindo Extremo-Sul e Sul do Estado, para se chegar ao nome da legenda para disputar a sucessão de Jaques Wagner. A orientação é para que seja reproduzido – ampliado, se possível – o arco de alianças do governo estadual.
Na base governista – e no PT, internamente – há um consenso de que o nome à sucessão de Wagner sairá de um dos quatro pré-candidatos “vermelhos” e ao vice-governador Otto Alencar está reservada a vaga ao Senado. Mas esse é apenas o início das discussões relacionadas a 2014. O PT terá que se viabilizar eleitoralmente com os nomes postos.
Até o início da semana, um nome petista ainda era incluído na lista, o do prefeito de Vitória da Conquista, Guilherme Menezes, que rejeitou o apelo.

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A Rede Bahia encomendou seis pesquisas ao Ibope sobre a sucessão estadual. Duas serão divulgadas no próximo mês em agosto, duas em setembro e as restantes em outubro (às vésperas do pleito e boca-de-urna). Na reunião que realizou com os partidos que possuem candidatos ao governo, o diretor de jornalismo, Roberto Appel, confirmou que seguirá prática da Rede Globo e divulgará os levantamentos do Datafolha.
A emissora dos Magalhães fará entrevistas com os candidatos nos programas BA-TV (de 16 a 20 de agosto) e Bahia Meio Dia (13 a 17 de setembro). O debate ficou programado para o dia 28 de setembro. Foram excluídos das entrevistas e do debate os candidatos Santa Bárbara (PCB) e Carlos Nascimento (PSTU) por serem filiados a legenda sem representação na Câmara Federal.

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Marco Wense

Souto, Wagner e Geddel.

Enquanto o governador Jaques Wagner, do Partido dos Trabalhadores (PT), estiver em uma posição confortável nas pesquisas de intenção de voto, a implícita parceria entre o PMDB e o DEM vai continuar.

Os democratas e os peemedebistas, tendo a frente Paulo Souto e Geddel Vieira Lima, pré-candidatos ao Palácio de Ondina, estarão sempre unidos na missão de criticar o governoWagner.

Nada mais natural e democrático. A oposição faz seu papel. Se o governador da Bahia fosse do PMDB, DEM ou do PSDB, os petistas, com suas bandeiras vermelhas, em companhia dos comunistas e socialistas, fariam a mesma coisa.

Os tucanos, sob o comando de Imbassahy, presidente estadual do PSDB, de olho na eleição presidencial, torcem para que o namoro entre peemedebistas e democratas seja duradouro.

O problema é que a duração do namorico entre o PMDB e o DEM depende do andamento do processo sucessório, do cenário eleitoral futuro, mas precisamente do mês de maio, antes das convenções partidárias que acontecem em junho.

Se o momento político apontar para uma eleição em dois turnos, descartando a reeleição de Wagner na primeira rodada, o “love” do PMDB com o DEM passa a ser coisa do passado.

Como ninguém, pelo menos em sã consciência, acredita na hipótese do chefe do Executivo ficar de fora de um eventual segundo round, a disputa entre peemedebistas e democratas, com geddelistas e soutistas trocando “delicadezas”, é inevitável.

O confronto entre Geddel e Souto, em uma situação de empate técnico, seria duríssimo. Exemplificando com números, observe a seguinte hipótese: Wagner com 40%, Souto 23% e Geddel 19%.

O DEM não abre mão de ser o protagonista da oposição, assim como foi o PT na sucessão de 2006, quando o então candidato do partido, Jaques Wagner, liquidou a fatura no primeiro turno.

Se o PMDB tentar “roubar” a bandeira do oposicionismo, os democratas vão alegar, com toda razão do mundo, que os peemedebistas passaram quase três anos no governo Wagner usufruindo das benesses inerentes ao poder.

Em relação ao apoio de quem ficar de fora da disputa, é evidente que Paulo Souto, independente da eleição para presidente da República, fica com Geddel. O óbvio ululante é o DEM versus PT.

No caso de Geddel, com um segundo turno entre Wagner e Souto, a eleição presidencial é fator decisivo. Para muitos analistas políticos, o peemedebista fica com o democrata se a candidatura da petista Dilma Rousseff fracassar.

Sinceramente, não acredito que Geddel Vieira Lima, em detrimento de um pedido pessoal do presidente Lula para que apoie Wagner, passe para o lado do DEM. Seria uma inominável traição. Uma ingratidão imperdoável.

Geddel é o que é hoje, com o seu PMDB, graças ao presidente Lula. Sua ascensão política se deve ao Geddel como ministro da Integração Nacional. Se fosse um simples deputado federal não seria nada diante de um Jaques Wagner e Paulo Souto.

A sucessão estadual promete muitas emoções. “São tantas as emoções…”, diria o eterno rei Roberto Carlos.

AZEVEDO, ALICE E A INFIDELIDADE

É evidente que a presidente do DEM de Itabuna, Maria Alice, não concorda com um possível e cada vez mais provável apoio do prefeito Azevedo ao projeto de reeleição do governador Jaques Wagner (PT).

A ex-dama de ferro sabe que espernear não é o melhor caminho. Qualquer atitude intempestiva só vai acelerar a decisão do chefe do Executivo de apoiar o segundo mandato do petista.

Um outro detalhe é que o instituto da fidelidade partidária, tido como o eixo principal da tão propalada e decantada reforma política, “condicio sine qua non”, é igual a uma nota de R$ 3,00.

O presidente estadual da legenda, Paulo Souto, pré-candidato ao Palácio de Ondina, encara com naturalidade a declaração de apoio de prefeitos do DEM ao ministro Geddel (PMDB), conforme divulgou sua assessoria de imprensa.

A infidelidade só existe do DEM para o PT. Quando é do DEM para o PMDB é permitida. Sem dúvida, mais um sinal de que peemedebistas, carlistas e democratas estão de mãos dadas.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.