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Ricardo RibeiroRicardo Ribeiro | ricardorib.adv@gmail.com
 

É inegável que a região mudou seus paradigmas, depois de muito chorar pela vassoura espalhada.

 
O sociólogo Selem Rashid Asmar costuma definir o sul da Bahia como “uma pobre região rica”. Paradoxo constatado ainda no tempo em que o cacau sustentava praticamente sozinho a economia desta ponta do território baiano. A riqueza então existente estava concentrada nas mãos de poucos, o que explica a interessante definição rashidiana.
Pensamento semelhante é externado pelo professor Alessandro Fernandes, economista e pró-reitor de Extensão da Universidade Estadual de Santa Cruz. Segundo ele, há 40 anos a região era considerada próspera em função do bom momento da cacauicultura. No entanto, afirma o professor, os indicadores sociais de hoje são melhores que os daquela época, o que à primeira vista é difícil de compreender.
Como se sabe, houve uma praga chamada vassoura-de-bruxa no meio do caminho, que destruiu lavouras, expulsou 250 mil trabalhadores do campo, desvalorizou terras. Em cidades como Ilhéus e Itabuna, assistiu-se ao crescimento de favelas, ampliação da miséria, surgimento de contingentes sem perspectiva.
Acontece que, além do estrago, a vassoura deixou como legado uma região que se reinventou. Da monocultura de cacau, para a diversidade produtiva e a fabricação de chocolate; da riqueza nas mãos de poucos, para uma melhor distribuição da terra, com o fortalecimento da agricultura familiar. Hoje, existem novas políticas públicas que ajudam a fixar o homem no campo.
É inegável que a região mudou seus paradigmas, depois de muito chorar pela vassoura espalhada. Presenciei recentemente, na arena virtual, um debate de temperatura elevada sobre a questão, com o nosso amigo Gerson Marques defendendo a melindrosa tese de que a vassoura-de-bruxa foi boa para o sul da Bahia. Entendi o argumento como uma defesa da mudança de mentalidade em uma região até então presa a um modelo produtivo atrasado.
Não chegaria a classificar a vassoura como algo positivo para a região, pois o preço foi demasiadamente alto, principalmente para os milhares de desempregados e suas famílias, ainda hoje atingidos pelas consequências da praga em múltiplas formas. A aplaudida mudança de paradigmas, que ocorreu “pela dor”, nada mais é do que uma reação necessária de uma região que chegou ao fundo do poço, mas tem plenas condições de se recuperar em novas bases, e seguir em frente.
Nosso desejo é de que esta venha a ser, futuramente, uma “rica região rica”. E os caminhos estão traçados para que assim seja.
Ricardo Ribeiro é advogado e editor do BA24Horas.

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Alfredo aciona conversor de energia (Foto BA24h).
Alfredo aciona conversor de energia (Foto BA24h).

O engenheiro civil Alfredo Melo leva a sério a palavra “sustentabilidade”. Isso tanto é verdade que ele transformou sua residência, em Itabuna – BA, em um exemplo prático da famosa Lei de Lavoisier, aquela segundo a qual, em versão reduzida, “nada se perde, tudo se transforma”.
Na casa do engenheiro, existe sistema de captação de energia solar, o lixo orgânico vira adubo e a água de chuva é aproveitada. Tudo, segundo Melo, foi pensado para reduzir ao mínimo o consumo e ajudar na preservação do meio ambiente.
Ao todo, o imóvel tem cerca de dez itens relacionados à sustentabilidade. Entre eles, está o uso de madeira de demolição em parte da estrutura do telhado e a utilização da luz do sol para o aquecimento da água dos chuveiros. Da água da chuva que é captada, o excedente vai para a piscina semiolímpica de uma escola de natação da vizinhança.
Confira vídeo no BA24horas
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Ideia é que trabalhadores troquem meio de transporte poluente por bicicleta (Ciclo Vivo).
Ideia é que trabalhadores troquem meio de transporte poluente por bicicleta (Ciclo Vivo).

Do Ciclo Vivo e El Pais
Os franceses poderão receber uma quantia em dinheiro se elegerem as bicicletas como principal meio de locomoção. A proposta é um incentivo ao uso do transporte alternativo no trajeto casa – trabalho.
Impensável no Brasil, a medida voltada aos trabalhadores da França pode oferecer 21 centavos de euro por cada quilômetro percorrido. O valor seria passado pelas empresas, que, em troca, receberiam isenções fiscais.
A ideia é que o governo invista 20 milhões de euros e poupe mais de cinco bilhões na área de saúde. A aposta é seguida do Plano Nacional da Bicicleta, que permite que os ciclistas circulem na contramão em determinadas vias e interpretem alguns semáforos vermelhos como amarelo.
Além disso, há projetos em desenvolvimento para financiar a construção de estacionamentos de bicicletas em zonas estratégicas, ou aumentando a segurança para evitar roubos. A única reclamação dos ciclistas é quanto à adesão das empresas, que, além de não ser obrigatória, será limitada pelo investimento do governo.

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folheto_festival_conduru 1Teve início nesta quarta-feira (30) e prossegue até este sábado, em Serra Grande, o Festival Conduru. A ação é um desdobramento da “1ª Semana do Pesc – um  exercício de gestão participativa no Parque Estadual Serra do Conduru”, realizada em 2012.

Na abertura do festival, que reúne várias manifestações culturais, houve apresentação do Circo da Lula e Sílvia Matos, Kirimurê e do grupo Chorinho Brasil.

Hoje, a partir das 18h30, na praça de Serra Grande, a programação inclui Levada da Serra, Ira & Maciel, Pão Francês e dança contemporânea com o coreógrafo Carlos Ramirez. Para esta sexta-feira, com início às 18 horas, a agenda será aberta com encenação da peça O Casamento Suspeitoso, inspirada na literatura de cordel, e segue com mostra de vídeos e apresentação do Ubiratan Quinteto.

No sábado, último dia do festival, as atrações serão capoeira e samba de roda com o Barracão Angola e apresentações de Afro Raiz, Grupo Vaidade e do Mou Brasil Quarteto.

Segundo os organizadores, o festival tem, entre outros objetivos, dar visibilidade às atividades socioeconômicas, culturais e ambientais desenvolvidas na unidades de conservação do minicorredor ecológico Serra do Conduru-Boa Esperança.

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Ministro Aldo Rebelo participou do evento que discutiu a cadeia produtiva da mandioca (foto Divulgação)
Ministro Aldo Rebelo participou do evento que discutiu a cadeia produtiva da mandioca (foto Divulgação)

Uma mesa redonda instalada nesta quinta-feira (24), no XV Congresso Brasileiro de Mandioca, em Salvador, discutiu a utilização de produtos biodegradáveis feitos com a resina da mandioca, durante a Copa do Mundo de 2014. A discussão da proposta, que foi apresentada ao ministro dos Esportes Aldo Rebelo, reuniu o secretário da Agricultura em exercício, Jairo Carneiro; o titular da Secretaria Estadual da Copa (Secopa), Ney Campelo, e representantes da indústria de plásticos ecológicos.

Ângelo Vicente, da empresa Biomater Bioplásticos do Brasil, disse que é viável, para a Copa de 2014, a fabricação de copos, sacolas, pratos e outros itens a partir da resina extraída da mandioca. Além do apelo ambiental, a opção pode produzir um impacto social, com a valorização de uma cadeia produtiva formada basicamente pela agricultura familiar. Ainda segundo Vicente, o fabrico desse plástico biodegradável demanda um consumo de energia inferior ao exigido pela indústria convencional.

No que se refere à Natureza, o argumento é imbatível. Enquanto o plástico feito com resina de mandioca leva cerca de seis meses para se decompor, o produto comum pode ficar até 400 anos no meio ambiente.

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Em paralelo ao IX Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais, começa nesta segunda-feira, 14, no Centro de Convenções de Ilhéus, a primeira edição da Flora Bahia – Feira Ecosolidária de Produtos Agroflorestais. Ela irá reunir organizações da agricultura familiar dos Territórios de Identidade do Litoral Sul, Baixo Sul, Médio Rio de Contas, Extremo Sul, Costa do Descobrimento e do Conselho da Indicação Geográfica Cacau Sul da Bahia.

Segundo a organização, os expositores convidados são reconhecidos por produzir de acordo com os princípios da economia solidária e do respeito ao meio ambiente. A programação incluirá exposição de produtos agroflorestais, apresentações culturais, shows, entre outras atividades.

A Flora Bahia é promovida pelo Instituto Cabruca, com apoio da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esportes da Bahia (Setre).

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A cabruca desperta o interesse do mundo
A importância de cultivos sustentáveis, como a cabruca, será abordada no congresso

Em um momento no qual o Sul da Bahia vive a expectativa de uma virada na cacauicultura, com a valorização e o reconhecimento do sistema agroflorestal da cabruca, a realização do Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais em Ilhéus é vista como algo bastante significativo.

A nona edição do evento está programada para o período de 14 a 18 deste mês, no Centro de Convenções ilheense, tendo como tema central “Políticas públicas, educação e formação em sistemas agroflorestais na construção de paisagens sustentáveis”.

A escolha da Bahia como sede do congresso, considerado um dos mais importantes da América do Sul sobre o tema, não ocorreu por acaso. Segundo enfatizam os organizadores do evento, o Estado tem importância histórica no desenvolvimento de sistemas agroflorestais e representa parcela significativa da cultura e riqueza social do país.

Os assuntos que serão discutidos despertam o interesse de quem pensa em investir em cultivos sustentáveis. Entre outros, haverá abordagem sobre legislação, crédito e viabilidade socioeconômica ambiental e experiências inovadoras com educação.

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JuvenalMaynart CeplacO Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) criou, por meio da portaria 891, de 17 de setembro de 2013, a Comissão de Desenvolvimento Sustentável da Agricultura (CDSA), no âmbito da Assessoria de Gestão Estratégica do Mapa. A Ceplac foi o órgão escolhido para liderar a comissão, que tem ainda a participação do Inmet, Embrapa e Conab.

A nova comissão vai acompanhar e elaborar posicionamento institucional (do ministério) sobre atividades relacionadas ao desenvolvimento sustentável da agricultura e do agronegócio brasileiros. Outra função será a de assessorar tecnicamente o parlamento em questões que tramitem no Congresso com essa temática.

Após a Rio+20, a Ceplac ganhou novo status nas questões referentes à sustentabilidade no meio rural, especialmente após a apresentação de seu projeto de Conservação Produtiva do cacau no sistema cabruca, defendido pelo superintendente baiano Juvenal Maynart.

Aliás, gol de Maynart.

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A Ceplac firmará convênio de cooperação técnica com a Universidade Federal do Sul da Bahia (Ufesba), objetivando a implantação de cursos nas áreas ambiental e da agricultura. Um dos cursos, o de Ciências Ambientais, funcionará em uma área de 100 hectares em Porto  Seguro, que será oferecida pela Ceplac.

Nessa área na cidade do extremo-sul baiano, existe um remanescente de Mata Atlântica, o que, de acordo com o reitor da Ufesba, Naomar Almeida, será fundamental para o desenvolvimento de projetos ambientais. Segundo Almeida, no campus de Porto Seguro “não se utilizará veículos automotores e haverá auto suficiência de energia eólica e solar, além da reciclagem de resíduos e reuso de água”. A ideia é que o projeto seja um modelo de sustentabilidade.

Outros cursos que serão viabilizados por meio desse convênio serão os superiores tecnológicos. Os programas terão como meta formar os “agricultores do século XXI”, instruídos em língua inglesa, empreendedorismo, letramento digital, economia e administração.

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eduardo thadeuEduardo Thadeu | ethadeu@gmail.com

Após significativos avanços obtidos pela Ceplac/BA, em parceria com a sociedade civil organizada, pesquisadores, academia e produtores, deparamo-nos com um impasse institucional que tem atrasado as iniciativas.

“Uma sociedade sustentável é aquela que satisfaz suas necessidades sem diminuir as perspectivas futuras”. É assim que o ambientalista Lester Brown define o conceito de sustentabilidade, tão mal utilizado nos últimos tempos.
O Brasil não apenas está preso à ilusão do crescimento econômico, como vem optando por um crescimento predatório, que comprometerá a vida das gerações futuras. A ganância, a cobiça e a avidez dos interesses econômicos estão comprometendo aquilo que é o nosso diferencial para a qualidade da vida planetária: a biodiversidade.
O Brasil vem sistematicamente arrasando os seus biomas – amazônia, cerrado, caatinga, pantanal, mata atlântica, pampa – em nome do crescimento econômico. O país está perdendo o bonde da história e não percebe, ou não quer perceber, que é um dos poucos países que poderia oferecer uma alternativa à crise civilizacional, estabelecida sobretudo na crise climática.
Após significativos avanços obtidos pela Ceplac/BA, em parceria com a sociedade civil organizada, pesquisadores, academia e produtores, deparamo-nos com um impasse institucional que tem atrasado as iniciativas que apontam para alternativas à crise econômica que assola a Região há mais de um quarto de século.
Já nos ensinava o poeta espanhol Antonio Machado que: “o caminho se faz caminhando”. O que temos percebido é que, desde meados do ano passado, nosso caminho rumo ao desenvolvimento sustentável da tradicional região produtora de cacau da Bahia não tem recebido passos em seu leito.
Em que pese a forte presença da Região na Conferência Rio+20, no Salon du Chocolat, e a consequente reverberação na mídia nacional, propostas que visam efetiva e eficazmente transformar a região, oferecerem um norte para seu desenvolvimento, tem sido postergadas desde então.
A falta de alinhamento das políticas públicas, quer sejam federais ou estaduais, somada ao distanciamento da burocracia federal da realidade e demandas dos cacauicultores, vem fazendo com que também o Sul da Bahia comece a se distanciar do bonde da história.
Eduardo Thadeu é economista, mestre em planejamento e desenvolvimento regional, especialista em planejamento ambiental e conselheiro fundador do Conama.

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Da Agência Brasil
A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva lançou hoje (ontem, 16) o embrião de um novo partido voltado para a sustentabilidade total. Com o slogan Rede Pró-Partido, Marina acredita que, em três meses, será possível coletar as 500 mil assinaturas necessárias para dar entrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o pedido de registro definitivo da nova sigla, cujo nome deverá ser Rede Sustentabilidade.
“Somos uma rede, estamos fazendo esforço para a criação de um novo partido político. Nós somos uma comunidade de pensamento. Estamos no esforço de que isso se viabilize. Depois é que vem o processo de registro”, disse Marina Silva. “Estamos aqui construindo essa possibilidade. A rede já mostrou seu esforço, reunindo aqui mais de mil pessoas”, acrescentou a ex-senadora, terceira colocada na última eleição para a Presidência da República, em 2010.
De acordo com Marina, a base do programa do futuro partido será a sustentabilidade em todas as áreas: ambiental, política, econômica etc. Ela disse que, para fazer parte da nova agremiação, as pessoas podem ter posições diferentes em alguns temas, mas devem estar conectadas na rede voltada para a sustentabilidade.
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Eduardo Thadeu| ethadeu@gmail.com
 

O que se ouviu ao longo de toda a manhã foram loas ao agronegócio representado pela CNA, modelo que por definitivo não se adequa às tradições cacaueiras baianas e obviamente em direto antagonismo com as próprias políticas públicas emanadas tanto do Governo Federal quanto do Estadual.

 
Estou escrevendo este artigo ainda sob o impacto do que vi, ouvi, observei e avaliei do evento ocorrido hoje – escrevo na quinta feira, 24.01 – no auditório da CEPLAC/BA .
Desde que aqui cheguei em agosto de 2010, duas coisas me impressionaram profundamente, ambas surpreendentes para um profissional que, como eu, dedica-se à causa do Desenvolvimento Regional Integrado Sustentável há mais de 30 anos.
A primeira delas, extremamente impactante, ocorreu quando alguns amigos, abnegados defensores do Sistema Cabruca, levaram-me a uma propriedade onde este sistema é predominante na produção de cacau. Minha primeira reação foi perguntar o porquê do mundo não conhecer tal prática sustentável e responsável pela preservação de enorme mancha de Mata Atlântica na tradicional região cacaueira baiana. A partir desta constatação e, após a posse de Juvenal Maynart na Superintendência da Ceplac, tratamos de ecoar pelos gabinetes responsáveis pela coordenação da então vindoura Conferência das Nações Unidas sobre a Sustentabilidade, ocorrida no Rio de Janeiro em junho passado, também conhecida como RIO + 20.
Os esforços foram recompensados: estivemos durante dez dias na Cúpula dos Povos, no Aterro do Flamengo, com o acampamento “Povos da Cabruca”, onde milhares de visitantes tiveram a oportunidade de conhecer as delícias e demandas do cacau e do chocolate. Estivemos, também, no Píer da Praça Mauá durante os dez dias, em stand no espaço dedicado à Ciência e Tecnologia, alternativas em uma parceria do Instituto Cabruca e da Ceplac/BA, “and last but not least”, apresentamos um painel sobre o Sistema Cabruca no dia 19 de junho p.p. em parceria com a Sociedade Brasileira de Sistemas Agroflorestais, onde também em duas sessões foi apresentado o documentário “ THE CABRUCA COCOA – THE COCOA FROM BRAZILIAN ATLANTIC RAINFOREST”, resultando que o Sistema Cabruca e a cultura do Cacau foram os únicos citados no documento formal do MAPA que listou as premissas para uma agricultura sustentável no século 21.
A segunda delas, talvez não tão impactante quanto a primeira, foi a constatação de que, apesar da Bahia produzir 70% do cacau brasileiro, ter esta cultura e tradição de preservação, abrigar o centro de pesquisas da Ceplac, seu Centro de Extensão e a maioria de sua força de trabalho, a Ceplac não tinha em sua direção um baiano envolvido com a cadeia produtiva do cacau e do chocolate. A Ceplac vinha a anos sendo dirigida por um pesquisador paraense que, como era de se esperar, tratava de beneficiar a cultura do cacau na Amazônia em detrimento da tradicional região produtora baiana.
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Prefeitos eleitos se comprometeram com o programa

Apenas quatro prefeitos eleitos na Bahia aderiram ao Programa Cidades Sustentáveis, que propõe metas a serem alcançadas nas áreas da economia, social, ambiental, cultural e de governança. Os que se comprometeram com a proposta no Estado são os futuros gestores de Salvador, ACM Neto (DEM); Itabuna, Claudevane Leite (PRB); Ilhéus, Jabes Ribeiro (PP); e Camaçari, Ademar Delgado (PT).

Durante a campanha eleitoral, 555 candidatos manifestaram adesão ao programa, desenvolvido pela Rede Nossa São Paulo. Somente 191 se elegeram, 28 deles no Nordeste.

Mesmo passadas as eleições, a rede continua incentivando prefeitos a assinar compromisso com o Programa Cidades Sustentáveis.

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Do Bahia Notícias

A Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) apresentará, na próxima segunda-feira (10), uma proposta para a criação de duas novas Unidades de Conservação (UCs), no sul do estado. O projeto prevê o Parque Estadual das Nascentes do Almada e Serra do Corcovado e do Refúgio de Vida Silvestre (RVS) da Nascentes do Almada.

As áreas possuem extensão total de 24,809 mil hectares, inseridos na Bacia Hidrográfica do Rio Almada (Bhra) e da Lagoa Encantada, e abrangem parte dos municípios de Almadina, Coaraci, Ibicaraí, Floresta Azul e Ilhéus. O objetivo é aumentar a extensão das áreas protegidas na região, em função de projetos de infraestrutura e empreendimentos previstos para serem implantados no território do litoral sul, a exemplo da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol).

O evento de apresentação da criação das UCs será aberto ao público, durante consulta pública, no município de Coaraci. Os resumos executivos das propostas estão disponíveis no site da Sema e nas sedes das prefeituras de Ilhéus e Almadina, em meio digital e impresso.

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ENTREVISTA

O paulista Helinton Rocha substituiu na semana passada o paraense Jay Wallace Mota no cargo de diretor geral da Ceplac. Quem saiu era criticado por privilegiar as atividades do órgão no Pará e o sucessor chega com a missão de preparar a Ceplac para um novo momento, no qual a questão ambiental se tornou prevalente e o diálogo com a sociedade absolutamente necessário para romper uma estrutura encastelada.

Engenheiro agrônomo, com duas pós-graduações (uma delas em Tecnologia de Sementes pela Universidade de Pelotas), Rocha está no Ministério da Agricultura há quase 30 anos.

Abaixo, os principais trechos da entrevista concedida ao PIMENTA, na qual o novo diretor mostrou irritação quando ouviu que sua nomeação seria para um período não muito longo:

PIMENTA – O senhor foi escolhido como um nome de transição pelo Ministério da Agricultura para dirigir a Ceplac. Qual é a sua missão?

HELINTON ROCHA – Transição em que sentido você fala?

PIMENTA – É que há a expectativa de que essa gestão seja por um período transitório.

HELINTON ROCHA – Tudo é transitório. Minha nomeação é até que o ministro queira. Eu tenho 30 anos de Ministério e nunca assumi um cargo vitalício ou hereditário.

PIMENTA – Mas foi noticiado que sua nomeação será para uma temporada breve…

HELINTON ROCHA – Isso é boato, até agora eu não sei. Toda missão tem um fim. Eu por exemplo estou há sete anos ocupando diretorias dentro da Secretaria do Desenvolvimento Agropecuário. Depende sempre da conveniência da administração e da confiança do ministro, e acho que é natural. O Jay (Wallace) fez um brilhante trabalho e estava com interesses pessoais, de voltar ao Pará, e acredito que isso motivou essa transferência, mas isso é natural. Cada administrador busca perfis diferentes para diferentes missões. A gente tem que estar preparado para isso, formando lideranças e buscando as parcerias necessárias para tocar o que faz.

PIMENTA – Qual é sua prioridade na gestão da Ceplac?

HELINTON ROCHA – A Ceplac tem um planejamento estratégico e não é um fim em si mesmo. Ela é um instrumento de desenvolvimento das culturas – da cacauicultura, do dendê, da borracha, da agrofloresta – e que são importantes. Há soluções que já estão encontradas há bastante tempo, então a missão da Ceplac tem acompanhado a questão do desenvolvimento sustentável. Acredito que o período que estamos vivendo, pós-Rio + 20, define papéis novos para as instituições. Acontece que a Ceplac já tem um rumo muito bem definido e acredito que nós vamos ter oportunidade de fazer o amadurecimento, a institucionalização e outros processos. A Ceplac é um órgão federal e há necessidade sempre de harmonizar essas políticas com as políticas regionais. A regionalização é uma bandeira do ministro Mendes (Ribeiro), e a Ceplac tem soluções regionais para problemas regionais no que diz respeito à questão do desenvolvimento sustentável.

 

O Jay (Wallace) fez um brilhante trabalho e estava com interesses pessoais, de voltar ao Pará.

 

PIMENTA – A produção de cacau tem crescido, mas ainda é necessário aumentar a produtividade por hectare. Como a Ceplac pode ajudar o produtor a enfrentar esse desafio?

HELINTON ROCHA – Esse é um desafio que faz parte da história da Ceplac, que nunca descuidou da questão da produtividade, da eficiência e estabilidade do sistema de produção, da melhoria da renda e portanto da distribuição do benefício gerado pela cadeia do cacau. Já existe uma estrutura definida e o que a gente pode eventualmente contribuir é fazendo com que ela seja uma instituição que se articule ainda mais com as forças e possibilidades. A gente vê muitas possibilidades para a cultura do cacau.

PIMENTA – A cabruca oferece um ganho ambiental importante, com a preservação da Mata Atlântica, mas hoje existe uma proposta de se investir na cacauicultura em outras regiões, inclusive com o cacau irrigado no semiárido, que oferece maior produtividade. Como o senhor vê essa tendência?

HELINTON ROCHA – É um caminho natural. A cacauicultura baiana tem suas peculiaridades e as potencialidades disso vão ocorrer fundamentalmente com o apoio da cacauicultura baiana, porque aqui você tem as melhores referências científicas, técnicas, conceituais e que são capazes de instrumentalizar essa nova experiência. Não podemos imaginar que as coisas vão nascer da estaca zero com todo esse capital humano que nós temos dentro da Ceplac.

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