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Os terremotos que aconteceram no final de agosto deste ano, na Bahia, trouxeram à tona a contestação da famosa frase “no Brasil não tem terremoto”, falada e cantada pelos quatro cantos do país. De acordo com a professora Simone Cruz da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e presidenta da Sociedade Brasileira de Geologia (SBG), não só há terremoto no território nacional, como também costuma ocorrer com frequência. Foi pensando em estudar esses fenômenos e gerar informações para a sociedade, que Simone e outros colegas acadêmicos da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), da SBG e do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM) se juntaram para criar um grupo de trabalho com foco em minimizar os impactos de possíveis acidentes naturais.

Simone afirma que além do diagnóstico das áreas afetadas e a verificação das causas dos terremotos, o projeto visa estabelecer um diálogo com a sociedade, com o objetivo de muni-la de informações científicas, em linguagem acessível, que permitam uma melhor compreensão do ambiente geológico em que vivem e suas características sismológicas.

“A ideia surgiu através do reconhecimento da importância social que as geociências possuem, especialmente com relação à identificação e prevenção de riscos geológicos. Logo após os sucessivos terremotos que ocorreram na região de Amargosa e em diversas outras cidades do Recôncavo Baiano, houve uma rápida mobilização da equipe de pesquisa, bem como o estabelecimento das parcerias”, disse a professora ao ressaltar que a população bem informada pode reagir de maneira mais segura durante os tremores e estar mais preparada para a situação.

Cada membro do time possui experiência acumulada no que diz respeito às características geológicas da região afetada pelos terremotos e os movimentos que ocorreram na crosta terrestre nos últimos 150 anos. “Além disso, os integrantes do grupo se dispuseram a esclarecer para a sociedade, através da mídia, as causas do fenômeno, as possíveis consequências e, levando em consideração o histórico na Bahia, tranquilizar a todos, já que os terremotos que provocam grandes catástrofes, não condizem com o nosso histórico no Estado, nem com a dinâmica da geologia do território brasileiro”, disse Carlos Uchoa, professor da Uefs.

Segundo ele, o grupo está finalizando a fase de diagnóstico dos dados geológicos e geofísicos da região e pretende elaborar um projeto de pesquisa multidisciplinar para avançar nos estudos. “Além disso, a Ufba está pleiteando a sua inserção na Rede Sismográfica Brasileira, o que seria um avanço de grande importância para o trabalho e para o avanço no processo de pesquisa na Bahia”.

O anseio do grupo é que com o avanço dos estudos científicos, torne-se mais fácil identificar os processos responsáveis pelos terremotos, permitindo uma melhor previsão de áreas com riscos geológicos e colaborando com a prevenção dos acidentes que causam danos materiais e humanos. “Estaremos também acompanhando os trabalhos da Rede Sismográfica Brasileira e, em parceria com a Defesa Civil, auxiliando à população no esclarecimento sobre as eventuais ocorrências, prestando todo apoio necessário quanto às informações técnicas e os procedimentos cabíveis em caso de novos tremores”, completou Joelson Batista, professor da Ufba e que também integra o grupo junto aos outros pesquisadores Carlson Leite, César Gomes, Jailma Oliveira, Michelangelo Silva e o estudante Gabriel Costa, todos da Ufba, além do geólogo Valter Sobrinho do SGB/CPRM.

Casas e igrejas são afetadas por tremores em Amargosa
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Um novo terremoto foi registrado em algumas cidades do Recôncavo Baiano na madrugada desta segunda-feira (31). Os tremores foram sentidos principalmente em Amargosa, Brejões e Elísio Medrado. Os primeiros foram sentidos no domingo (30) pela manhã e o segundo já durante a noite. O tremor da noite deste domingo foi de magnitude 2,7 na escala Ritcher.

Ainda não há detalhes sobre magnitude do novo fenômeno. Em Amargosa, a prefeitura identificou rachaduras em pelo menos seis casas e na igreja da cidade. Os impactos dos terremotos foram sentidos principalmente na zona rural do município.

O secretário de Infraestrutura de Amargosa, Aedson Borges, conta que os danos foram, principalmente, no distrito de Corta Mão, que é uma área de zona rural que fica entre as cidades de Amargosa e São Miguel das Matas.

“Ontem [domingo, 30] pela manhã, nós recebemos através dos nossos números de contato, informações de que houve danos no distrito aqui de Corta Mão, na zona rural. Nós dirigimos nossa equipe para lá, a equipe de infraestrutura, e quando o pessoal chegou lá constatou seis casas com rachaduras e algumas fissuras, e também a igreja com algumas fissuras, mas nada muito impactante. Segundo o relatório já apresentado pelo engenheiro, não há nenhum risco de desabamento até o momento. Também não há, até o momento, notícias de vítimas, graças a Deus, disse Aedson”. Com informações do G1-BA.

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O primeiro-ministro nepalês, Sushil Koirala, anunciou que serão construídas casas à prova de terremoto no país, atingido por um forte tremor de terra no dia 25 de abril. Ele acrescentou que será criado o Ministério dos Desastres para que o país possa enfrentar a ocorrência de novos abalos sísmicos.

“Muitas casas em todo o país ficaram destruídas. Agora o governo planeja construir casas que sofreram menos com o impacto dos sismos”, disse Koirala na terça-feira (5), em declarações publicadas hoje (6) nos jornais locais My Republica e Kantipur.

“Trabalhemos juntos em vez de criticar o governo”, disse Koirala, que pediu à oposição e a outros setores da sociedade que enfrentem os desafios pelo quais pass o país “com valentia” e deixem de lado as “visões pessimistas”.

As autoridades nepalesas estimam que 7.652 pessoas tenham morrido em consequência do terremoto. Da Agência Lusa.

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Manuela Berbert

Que amor é esse que não pensa no sofrimento do outro, nos filhos que ficam, na compaixão?

Acordamos no dia 11 de março com a triste notícia de que o mundo estava se acabando no Japão. Terremoto seguido de tsunami, muitas vítimas e caos. As imagens que os canais de notícias insistiam em reproduzir eram chocantes, com uma grande diferença das cenas do deslizamento no Rio de Janeiro: aqui, as histórias das pessoas eram mais exploradas, como o resgate àquela senhora que não desgrudava do seu cachorro em meio à correnteza. Por lá, era a suntuosidade japonesa que se esvaía com as águas.

Explodiram piadinhas na internet sobre o fim do mundo. Coincidência ou não, as pessoas sugeriram que há uma conspiração quanto ao número 11: foi no dia 11 em setembro que atentaram contra as torres gêmeas nos Estados Unidos, e exatamente no mesmo dia, em março, aconteceu um terremoto no Haiti. As pessoas estão com medo da data 11 de novembro (mês 11) do ano de 2011 ou, numa continha que eu já não me lembro mais como se faz, comentam que o mundo vai mesmo acabar em 2012.

Fim dos tempos, na minha humilde opinião, é assistir à degradação humana que vejo diariamente. São filhos matando os próprios pais por dinheiro, crianças sendo mutiladas nos hospitais públicos do nosso país, governantes saqueando prefeituras, homens e mulheres matando em nome do amor. Que amor é esse que mata, que humilha e causa danos irreversíveis? Que amor é esse que não pensa no sofrimento do outro, nos filhos que ficam, na compaixão? Acho que somos nós, seres humanos, que estamos nos destruindo.

Somos nós que vibramos com o avanço tecnológico mundial e depois choramos a morte de ente-queridos por doenças como o câncer. Somos nós que ficamos entusiasmados com a evolução dos veículos e depois enterramos amigos e parentes, vítimas da própria imprudência nas estradas. Somos nós que elegemos governantes por capricho ou interesses próprios e depois questionamos seus deveres. Infelizmente, somos todos culpados.

Incomoda-me ler e escutar por aí que Deus estaria se vingando das nossas ações, retribuindo em catástrofes os danos causados à natureza. Discordo. O meu Deus não é vingativo. O meu Deus não é aquele que nos manda desastres naturais como forma de punição, mas sim aquele que vai ajudar os japoneses na reconstrução do país. O meu Deus é aquele que vai fazer o mundo enxergar que é o espírito samurai, que tem como principais características a disciplina e a lealdade, que vai fazer a grande diferença na Terra do Sol Nascente.

Manuela Berbert é jornalista e colunista da Contudo.

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Valmir Assunção

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A construção da paz começa no coração das pessoas, é uma conquista coletiva. Esta foi uma das últimas mensagens da coordenadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns Neumann, proferidas no Haiti, no dia 12 de janeiro deste ano, antes do desastroso terremoto que matou cerca de 100 mil civis, inclusive a missionária. Ela deixará muitas saudades e um vazio enorme na luta por um mundo melhor para as crianças e adolescentes de todo o planeta que estão em situação vulnerável.

Retomando o sentido das palavras de Arns e da história da diáspora negra, que faz parte da origem do Haiti e do Brasil, principalmente da origem da Bahia, afirmo que, nós, baianos, temos de abraçar a luta do povo haitiano para minimizar as consequências desse desastre, como se fosse a nossa própria luta.

Estive no Haiti em 2005, numa missão internacional, na qual também participaram a atriz Lucélia Santos e diversos parlamentares e lideranças da América do Sul. Por mais de 15 dias, participei de encontros com lideranças da sociedade civil e do governo daquele país. Nesse tempo, pude ver de perto a pobreza e a miséria em que as pessoas vivem lá.

O Haiti foi um país que viveu muitos anos na ditadura, apesar de ter sido o primeiro a se tornar independente entre todos os outros da América Latina. Guarda, no entanto, de forma muito mais devastadora que o Brasil, as consequências do colonialismo e do imperialismo, como a condição de país mais pobre do continente.

Mais do que nunca, com os novos ventos que sopram na América Latina, é que nós, latino-americanos, temos que nos ajudar, temos que erguer os que estão mais abatidos. Por isso, nesse momento de tragédia no Haiti, é importante que cada um de nós, baianos, se torne solidário com esse povo.

E nenhum segmento, senão o movimento negro do nosso Estado, seria mais importante para liderar uma campanha de solidariedade ao povo haitiano. O que o governo Lula está fazendo são iniciativas importantes, mas nós, enquanto baianos, identificados com aquele povo, devemos também fazer nossa parte. Todas as religiões, todos os meios de comunicação, todas as forças políticas podem transformar isso numa mobilização do povo baiano.

Seria profundamente legítimo, por exemplo, que o carnaval de Salvador fosse o “Carnaval de Solidariedade ao Povo do Haiti”. Que os meios de comunicação incorporem essa campanha como uma tarefa importante da disseminação da solidariedade através da informação. Isso iria contribuir para a arrecadação de recursos e alimentação não perecível: um gesto que pode ser multiplicado em todo o Brasil.

Não basta ficarmos chocados com a tragédia, devemos agir, ajudar. Porque, como frutos da diáspora negra, o povo baiano tem uma co-responsabilidade social para com o povo haitiano.

Valmir Assunção é secretário de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza da Bahia e deputado estadual licenciado.

A construção da paz começa no coração das pessoas, é uma conquista coletiva. Esta foi uma das últimas mensagens da coordenadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns Neumann, proferidas no Haiti, no dia 12 de janeiro deste ano, antes do desastroso terremoto que matou cerca de 100 mil civis, inclusive a missionária. Ela deixará muitas saudades e um vazio enorme na luta por um mundo melhor para as crianças e adolescentes de todo o planeta que estão em situação vulnerável.

Retomando o sentido das palavras de Arns e da história da diáspora negra, que faz parte da origem do Haiti e do Brasil, principalmente da origem da Bahia, afirmo que, nós, baianos, temos de abraçar a luta do povo haitiano para minimizar as consequências desse desastre, como se fosse a nossa própria luta.

Estive no Haiti em 2005, numa missão internacional, na qual também participaram a atriz Lucélia Santos e diversos parlamentares e lideranças da América do Sul. Por mais de 15 dias, participei de encontros com lideranças da sociedade civil e do governo daquele país. Nesse tempo, pude ver de perto a pobreza e a miséria em que as pessoas vivem lá. O Haiti foi um país que viveu muitos anos na ditadura, apesar de ter sido o primeiro a se tornar independente entre todos os outros da América Latina. Guarda, no entanto, de forma muito mais devastadora que o Brasil, as consequências do colonialismo e do imperialismo, como a condição de país mais pobre do continente.

Mais do que nunca, com os novos ventos que sopram na América Latina, é que nós, latino-americanos, temos que nos ajudar, temos que erguer os que estão mais abatidos. Por isso, nesse momento de tragédia no Haiti, é importante que cada um de nós, baianos, se torne solidário com esse povo.

E nenhum segmento, senão o movimento negro do nosso Estado, seria mais importante para liderar uma campanha de solidariedade ao povo haitiano. O que o governo Lula está fazendo são iniciativas importantes, mas nós, enquanto baianos, identificados com aquele povo, devemos também fazer nossa parte. Todas as religiões, todos os meios de comunicação, todas as forças políticas podem transformar isso numa mobilização do povo baiano.

Seria profundamente legítimo, por exemplo, que o carnaval de Salvador fosse o “Carnaval de Solidariedade ao Povo do Haiti”. Que os meios de comunicação incorporem essa campanha como uma tarefa importante da disseminação da solidariedade através da informação. Isso iria contribuir para a arrecadação de recursos e alimentação não perecível: um gesto que pode ser multiplicado em todo o Brasil. Não basta ficarmos chocados com a tragédia, devemos agir, ajudar. Porque, como frutos da diáspora negra, o povo baiano tem uma co-responsabilidade social para com o povo haitiano.

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O cônsul geral do Haiti no Brasil, George Samuel Antoine, causou revolta entre os brasileiros ao declarar que o Haiti é uma nação amaldiçoada por conta da religião. A desgraça do país que se despedaçou depois de um grande terremoto no início da semana, é vista pelo diplomata como uma “oportunidade” para se fazer – ele, próprio – conhecer pelo mundo.

Em uma declaração extremamente racista e desumana, ele disse que tudo é culpa do povo africano, que seria, segundo pensa, amaldiçoado. Veja o vídeo da reportagem do SBT, publicado no You Tube.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou nesta manhã a morte da coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Zilda Arns, no terremoto do Haiti. A informação é do ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim.

“O presidente estava absolutamente chocado, lamentou muito. (Zilda) é uma pessoa de grande projeção no País”, afirmou Amorim, que se reuniu com o presidente e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, para definir as providências que serão tomadas para socorrer brasileiros que estão no Haiti.

“Foi uma grande tragédia. Há vários tipos de preocupações, não apenas com a situação de brasileiros militares e civis mas também com a situação do povo haitiano”, disse Amorim.

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