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Viametro deixa funcionários do Makro e do Atacadão sem ônibus.
Viametro deixa funcionários do Makro e do Atacadão sem ônibus.

A Viametro está sendo acusada por comerciários de retirar o último horário da linha que liga a região central de Ilhéus ao Atacadão e do Makro, localizados no quilômetro 24 da Rodovia Ilhéus-Itabuna. Alegando prejuízos, a Viametro não faz mais o trajeto na faixa das 22h30min, de acordo com as vítimas da medida.

A empresa, de acordo com os comerciários, retirou o último horário após alegar “que não compensava [financeiramente] o trajeto até o Atacadão para pegar somente 10 colaboradores”.

Um dos funcionários entrou em contato com a nossa redação e desabafou: “Gostaria de dizer que são 10 seres humanos que merecem respeito. São pais de família e que hoje estão sem transporte para voltar para casa. Precisamos do emprego e do transporte”.

Localizados próximos ao limite entre Itabuna e Ilhéus, tanto o Makro como o Atacadão situam-se em território ilheense. “Toda a arrecadação em impostos gerados pelas empresas vai para Ilhéus”, reforça a vítima da Viametro.

Agora, resta à Superintendência de Transporte e Trânsito de Ilhéus (Sutran) se posicionar: a Viametro continuará deixando os trabalhadores na mão?

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Empresas de ônibus podem mudar (Foto Waldy Gomes/Arquivo).
Empresas de ônibus podem mudar (Foto Waldyr Gomes/Arquivo).

O prefeito Claudevane Leite instalará hoje uma comissão especial de licitação do transporte público itabunense. O ato está programado para as 15h30min, no gabinete do prefeito, no Centro Administrativo Firmino Alves.
O município lançará concorrência pública para definir as duas novas empresas de ônibus. Hoje, o sistema é operado pelas empresas São Miguel e Expresso Rio Cachoeira.
A licitação do busão foi anunciada pelo prefeito ainda no primeiro semestre, quando as duas empresas solicitaram reajuste da tarifa de ônibus.
 

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Greve afeta as duas empresas e deixa ilheenses sem ônibus.
Greve afeta as duas empresas e deixa ilheenses sem ônibus.

Após várias rodadas de negociações sem obter êxito em suas reivindicações, os rodoviários de Ilhéus deflagraram greve por tempo indeterminado nesta quarta feira (5).
Segundo o presidente do Sindicato dos Rodoviários (Sindirod), Gustavo Silva Santana, os empresários e a categoria não entraram em acordo. Os rodoviários pedem 10% de reajuste, mas as empresas oferecem 7,5%, segundo o Ilhéus 24h.
A categoria também pede reajuste no valor do tíquete-alimentação de R$ 218,75 para 300,00. As empresas apresentaram R$ 237,35 como contraproposta, além da modificação da data-base de janeiro para outubro.
Os rodoviários estão reunidos na garagem da Empresa São Miguel, na zona sul. A outra empresa que opera a concessão é a Viametro.

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Ônibus em circulação em Itabuna (Foto Arquivo).
Ônibus em circulação em Itabuna (Foto Arquivo).

Os atos oficiais do prefeito Claudevane Leite, de Itabuna, estão sendo publicados com vinte ou até mais de trinta dias de atraso. Ontem (9), a edição eletrônica do Diário Oficial publicou decreto assinado em 29 de abril. É o que institui o Sistema Municipal de Transporte Público e Circulação (SMTPC).
O decreto, aliás, estabelece que nem todo estudante terá direito à meia passagem. O benefício valerá apenas para quem residir, no mínimo, à mil metros de distância da escola. E oficializa uma prática da Associação das Empresas de Transporte Urbano (AETU), a de não conceder meia passagem a matriculados em pré-vestibulares, cursos de pós-graduação ou profissionalizantes e supletivos.

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Vane e secretário Clodovil Soares (camisa mais escura) recebem empresários (Foto Wilson Moreira).
Vane e secretário Clodovil Soares (camisa mais escura) recebem empresários (Foto Wilson Moreira).

Representantes das duas empresas que detêm a concessão do transporte público em Itabuna foram ao prefeito Claudevane Leite. A São Miguel e a Expresso Rio Cachoeira querem reajuste da tarifa. Pela proposta apresentada, e divulgada pelo governo, a tarifa saltaria de R$ 2,20 para R$ 2,50.
O prefeito Claudevane Leite diz que reajuste só no segundo semestre, após a licitação das linhas municipais. Vane espera atrair empresas que possam melhorar a qualidade do serviço prestado aos itabunenses. Ele também afirma que as empresas não responderam satisfatoriamente a acordos definidos no ano passado, no calor das manifestações populares de junho último.
– A meta é atrair empresas que ofereçam ônibus novos, com mais segurança e conforto, além de dotar a cidade de uma estação de transbordo que permita a criação do sistema integrado e possibilite a criação do bilhete único, em que o usuário poderá pagar apenas uma passagem quando fizer duas viagens, em determinado espaço de tempo – diz em nota.
A mudança, porém é vista com ceticismo pelo mercado. E aí vem a explicação: os negócios em transporte rodoviário são bastante concentrados em mãos de poucos empresários. Estes dividem as regiões em mãos de acionistas minoritários. A prática ocorre tanto no transporte municipal como intermunicipal e interestadual.

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BRTs vão servir aos usuários da linha Ilhéus-Itabuna (Foto Divulgação).
BRTs vão servir aos usuários da linha Ilhéus-Itabuna (Foto Divulgação).

A Rota Transportes anunciou hoje a aquisição de 96 ônibus novos que integrarão a frota das empresas Rota, Expresso Brasileiro e Cidade Sol (Grupo Brasileiro). A frota contará com seis BRTs (Bus Rapid Transit). Um pouco maiores em relação aos convencionais, os BRTs vão operar na linha Ilhéus-Itabuna.

A nova frota será apresentada amanhã (6), às 19h, no Sest-Senat, em Itabuna, em solenidade com a presença do vice-governador Otto Alencar e o diretor-executivo da Rota, Paulo Carletto. A Rota detém o monopólio das linhas intermunicipais no Sul e Extremo-Sul da Bahia.

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Reúne Ilhéus divulgação
Placar exibido pelo movimento nos 90 dias de resistência.

Os meninos e meninas do coletivo Reúne Ilhéus dão uma demonstração de resistência e certeza de objetivos aos movimentos sociais no sul da Bahia. Estão prestes a completar 100 dias em frente ao Palácio Paranaguá, em Ilhéus, para cobrar do município respostas concretas e que resultem em melhoria do sistema de transporte coletivo.

É natural que um movimento assim não encontre respaldo tanto no governo – afinal, está sendo acossado – e em outros setores da sociedade que fazem questão de se tornarem dependentes do Poder Público.

Se não têm apoio de movimentos organizados do patronato e de poderes públicos, as doações de alimentos recebidas de empresários e de ilheenses comuns reforçam a justeza de propósito do movimento. Afinal, o ilheense tem uma das passagens mais caras do interior do país – R$ 2,40, concedido pelo governo anterior – e só não houve reajuste por causa da pressão da sociedade e, claro, da resistência dos membros do Reúne Ilhéus, que pedem tarifa a R$ 2,00.

Mas o “Reúne” demonstrou que não é só isso. É exigir o passe-livre estudantil, é exigir que se abra a caixa-preta do transporte coletivo urbano – e cobrar melhorias no sistema. É, também, cobrar dos vereadores que investiguem a “mina de ouro” ilheense.

É natural, pois, que este movimento contrarie muitos, pois as mesmas empresas que são alvos do Reúne Ilhéus são aquelas que, geralmente, beneficiam políticos em busca de conquistar – ou manter – mandatos.

O prefeito Jabes Ribeiro, por exemplo, recebeu R$ 150 mil da família Carletto em sua campanha pelo Palácio Paranaguá. E a família é, justamente, a controladora da ViaMetro, uma das empresas que exploram o transporte público urbano no município.

Força, Reúne Ilhéus. Haverá quem, ainda hoje, diga que o movimento pode ficar desacreditado. Estes, podem estar sendo financiados pelos ocupantes do poder de plantão. Ou pelas empresas…

P.S.: Hoje, o grupo já é considerado o maior ato de ocupação do País. Estranho é que muitos poderosos se unam para que o movimento se desfaça, mas não se reúnem para analisar as propostas da “gurizada”. É a sociedade que temos…

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Ilhéus assiste a uma das ações políticas genuínas (não confundir com politicalha) mais interessantes e ricas de sua história. Puxada por adolescentes secundaristas e universitários, o Reúne Ilhéus tem forçado o município a discutir política de transporte público.

Até a semana passada, sabia-se que enfrentava resistências do prefeito Jabes Ribeiro em promover mudanças e abrir a caixa-preta do sistema de transporte público.

Além do prefeito, o legislativo acabou comprometido ao rejeitar proposta de constituição de Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar as duas empresas que operam o sistema de transporte público – ViaMetro e São Miguel. A proposta de criação da CEI partiu justamente do Reúne Ilhéus.

Apenas seis vereadores foram favoráveis à criação da CEI. Outros dez se posicionaram contra numa atitude que levantou suspeitas, principalmente pelas relações sempre amigas que as empresas têm com políticos, notadamente em período eleitoral…

Abaixo, no cartaz de manifestante, o nome daqueles que votaram contra a investigação da caixa-preta das empresas. A foto é do jornalista Maurício Maron, do Jornal Bahia Online.

Manifestantes exibem cartaz com os nomes dos 10 vereadores amigos das empresas de ônibus.
Manifestantes exibem cartaz com os nomes dos 10 vereadores amigos das empresas de ônibus.

Agora, a esperança é que o cenário mude nesta semana, quando a oposição vai apresentar requerimento pela instalação da CEI dos Transportes. Resta saber se os 12 vereadores governistas, dentre ele o presidente da Casa, Dr. Jó, vão novamente barrar a investigação contra as empresas.

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Jovens do Reúne Ilhéus notificados de liminar favorável à Atranspi (Foto Abrahão de Oliveira Santos).
Oficial, de bigode, notifica Reúne Ilhéus  (Foto Abrahão de Oliveira Santos).

Ontem à tarde, cinco membros do movimento Reúne Ilhéus foram notificados de liminar judicial que assegura a circulação de ônibus às empresas Viametro e São Miguel. A liminar foi concedida em favor Associação das Empresas de Transporte de Passageiros de Ilhéus (Atranspi) pelo juiz da 4ª Vara dos Feitos Cíveis, Comerciais e de Relações de Consumo, Jorge Luiz Dias Ferreira, e prevê multa de dez salários mínimos caso o movimento impeça a entrada e saída de pessoas e veículos nas garagens da São Miguel e da Viametro.

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Estudantes foram às ruas cobrar melhorias no transporte público em Itabuna (Foto Pimenta).
Estudantes foram às ruas cobrar melhorias no transporte público em Itabuna (Foto Pimenta).

O Comando Popular Itabuna (CPI) rejeitou convite para integrar comissão que estudará a tarifa de ônibus no município. Numa nota distribuída hoje, o CPI acusa o Governo Vane de  querer “institucionalizar a luta” pela redução da passagem e “engessar o movimento popular”. O comando também enxerga no convite para compor a comissão uma tentativa de “transferir responsabilidades” e “prorrogar decisões políticas”.

O movimento cobra do governo “ações concretas e imediatas” pela melhoria do transporte público no município. A tarifa de ônibus em Itabuna custa R$ 2,20. As ações do movimento brecaram o reajuste para R$ 2,50, em junho, quando centenas de estudantes secundaristas e universitários foram às ruas, sob o grito de ordem “se a tarifa aumentar, Itabuna vai parar”.

O município tem uma das frotas mais antigas da Bahia. Veículos com 14 anos são colocados pelas empresas para atender a população.

Movimento que não tem líderes, assim como o Passe Livre (MPL), o Comando Popular de Itabuna cobra a meia passagem para pré-vestibulandos, estudantes de ensino a distância, cursos profissionalizantes e de pós-graduação. Um documento com a pauta foi entregue aos representantes do município no dia 5 de julho.

O CPI tem entre as reivindicações o passe livre para estudantes, desempregados e idosos e melhoria na qualidade do serviço, além de regulamentação do serviço mototáxi, investimento em mobilidade urbana e o fim da dupla função para motoristas (“motocobra”). Outro ponto polêmico defendido pelo movimento é a municipalização do transporte público.

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Fábio magal
Campeão de votos, Magal deixa Jabes.

O inferno astral enfrentado pelo prefeito Jabes Ribeiro ganhou novos contornos, hoje, na reabertura dos trabalhos na Câmara de Vereadores. Campeão de votos em 2012, o vereador Fábio Magal (PSC) colocou à disposição os cinco cargos indicados por ele no governo.

Magal também disse que apoiava os servidores municipais e o movimento Reúne Ilhéus, que cobra a redução da tarifa do transporte público no município, hoje em R$ 2,40, e lamentou a intransigência do prefeito.

Segundo o Blog do Gusmão, os cargos ocupados por apoiadores do vereador são os de administrador do Hernani Sá, da Vila Juerana e da Santa Maria e dois postos nos programas sociais Projovem e Peti.

O prefeito enfrenta greve de servidores há três semanas. O funcionalismo cobra reajuste salarial. Jabes, numa entrevista ao PIMENTA, disse que a chance de reajuste é “zero” (relembre aqui).

Jabes ainda enfrenta o movimento de estudantes que estão há 23 dias em frente ao Palácio Paranaguá e cobra redução da tarifa de ônibus. Magal também apoiou o Reúne Ilhéus, lembrando que, em Feira de Santana, a tarifa caiu de R$ 2,50 para R$ 2,35.  O vereador também fez severas críticas à área da saúde.

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Sindicalistas em café da manhã com os integrantes do Reúne Ilhéus.
Sindicalistas em café da manhã com parte dos integrantes do Reúne Ilhéus.

Cerca de 30 integrantes do Movimento Reúne Ilhéus tomaram café da manhã com sindicalistas ligados a partidos da base aliada do Governo Jabes Ribeiro neste domingo (4). Os jovens estão acampados há 20 dias em frente ao Palácio Paranaguá – desocupado no dia 17 de julho por ordem judicial – e cobram do prefeito a redução da tarifa de ônibus e a apresentação das planilhas das empresas de ônibus relativas a 2012.

O governo já entregou a planilha referente a 2013. O movimento encontrou inconsistências nos documentos de 2013. As empresas alegam que a gratuidade causa uma “perda” R$ 700 mil, mas a planilha apresenta outro número: R$ 264,4 mil, segundo informou o movimento ao Bahia Online.

O café da manhã de hoje teve frutas, pães e sucos doados por comerciantes e solidários ao movimento que cobra transparência na gestão pública e melhorias no transporte coletivo. Sindicalistas afirmam estarem impressionados com a solidariedade do ilheense ao movimento dos estudantes. Ao meio-dia de hoje, várias categorias profissionais se juntam ao movimento para prestar homenagem ao sindicalista Wagner Bastos, morto neste ano. A homenagem será em frente ao palácio, quando será oferecida uma feijoada.

“A TURMA ESTÁ FIRME”

“A turma está firme”, disse ao PIMENTA o presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Moageiras de Cacau (Sindicacau), Luiz Fernandes Ferreira, que esteve nesta manhã com os integrantes do movimento. “No dia 6 [terça-feira], vamos parar Ilhéus”, disse ele. É o dia para o qual as centrais sindicais CTB, CUT e Força programaram novos protestos no município.

O sindicato comandado por Fernandes apoia, além do Reúne Ilhéus, a greve geral do funcionalismo ilheense. Os servidores da prefeitura local entram na terceira semana de paralisações. Eles cobram do prefeito Jabes Ribeiro reajuste salarial.

O gestor afirma que a folha hoje representa mais de 68% da receita municipal e, por isso, não poderia conceder reajuste. “A chance é zero”, disse Jabes numa entrevista ao PIMENTA.

O comando da greve geral afirma que o percentual é bem menor, situando-se na faixa dos 55%. Além disso, aponta aumento de gastos e de contratações de cargos de confiança (cargos comissionados).

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Marival Guedes

Estudantes picham sede da Setps em ato realizado hoje.
Estudantes picham sede da Setps em ato realizado hoje.

O Movimento Passe Livre Salvador (MPL) promoveu reunião hoje em frente à Câmara de Vereadores, ocupada por 14 integrantes do grupo. Em seguida, os manifestantes foram até o Sindicato das Empresas de Transportes (Setps) e picharam a sede da entidade com “palavras de ordem” do movimento. No retorno à Câmara, um boneco de ACM Neto foi queimado pelos manifestantes.

Ao contrário das atividades anteriores, o movimento convidou partidos políticos e movimentos sociais. No entanto, com relação aos parlamentares, somente compareceu o vereador Hilton Coelho (PSOL), o que gerou críticas de manifestantes. “Os outros estão comprometidos com os empresários de ônibus e da construção civil”, acusavam.

Hoje pela manhã uma comissão formada por vereadores se reuniu com o secretário de Desenvolvimento Urbano (Sedur), Cícero Monteiro, representando o governo do estado. Para a tarde está previsto um encontro desta comissão com um representante da prefeitura. Nestas reuniões estão sendo apresentadas as reivindicações do MPL, sendo as duas principais a redução da tarifa e o passe livre.

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Jabes (1)O prefeito Jabes Ribeiro diz que a Prefeitura de Ilhéus precisa cortar R$ 3 milhões da folha de pagamento e a proposta de um pacto com os servidores, o que inclui a não concessão de reajuste salarial, é justamente para evitar a necessidade de demissões. Segundo ele, o município tem duas opções: “deixar tudo como está ou o diálogo”. Os servidores estão em greve geral há quase duas semanas.

Na entrevista ao PIMENTA, Jabes fala em situação falimentar do município, nega que tenha contribuído para o caos financeiro com os precatórios e faz críticas tanto aos servidores quanto ao Reúne Ilhéus.

O prefeito acredita que os sindicatos estejam tentando medir forças com o governo e disse que está disposto a assumir o custo do enfrentamento. “Acho que é um pouco de teste, de enfrentamento de forças. Isso não me incomoda”.

Confira a entrevista concedida durante a inauguração da sede da Bahiagás em Itabuna, dia em que Jabes e secretários enfrentaram protestos e xingamentos no centro da cidade. O prefeito ainda falou porque dispensaria a reeleição: “Eu já fui reeleito uma vez e não gostei nada. Dá para trabalhar em 4 anos”.

BLOG PIMENTA – Os sindicatos cobram proposta de reajuste, mas o governo diz que não tem como atender. Dá para chegar a um acordo?

JABES RIBEIRO – Só existem dois caminhos para Ilhéus. É deixar tudo como está, desrespeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal, não ter dinheiro para nada… A folha chega a comprometer quase 70%, o que tem levado o governo a não poder atender os serviços básicos, essenciais. Eu me recuso. O outro caminho é o diálogo.

PIMENTA – Os sindicatos têm outros números. O comprometimento com a folha significaria 55% das receitas.

JABES – Nós estamos propondo uma empresa especializada para conferir os números. Em 2011, a folha de pessoal já estava em 64%. A informação que temos do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) é de que em 2012 ultrapassa 70%. Janeiro a maio deste ano, está na faixa dos 78,6%. Vamos contratar uma empresa técnica, vamos conferir [os percentuais]. Mas até agora é só me dá aumento, me dá aumento.

PIMENTA – E o sr. vai conceder?

JABES – Eu estou impossibilitado pela Lei de Responsabilidade Fiscal, além de não ter recurso financeiro. O diálogo está aberto. O Pacto por Ilhéus tem resposta positiva da sociedade organizada. Ministério Público presente, OAB, todos… Eu só não consegui pacto com os servidores.

PIMENTA – As negociações vêm de algum tempo e a resistência do servidor seria justamente por entender que há como sair este aumento.

JABES – Não, não. Pelo amor de Deus. Eles sabem que não há.

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GREVE DOS SERVIDORES Acho que é um pouco de teste, de enfrentamento de forças. Isso não me incomoda.

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PIMENTA – E por que sabendo disso, como o senhor diz, o funcionalismo continua em greve?

JABES – Acho que é um pouco de teste, de enfrentamento de forças. Isso não me incomoda. Eu quero é o diálogo. Se for deixar como está, é caos. Ou então, vamos fazer um freio de arrumação. Isso tem um custo.

PIMENTA – O governo está disposto a assumir esse custo?

JABES – Não tenha dúvida. Meu compromisso não passa por popularidade momentânea, mas reorganizar a cidade. Nisso aí, nós temos o apoio da sociedade organizada.

PIMENTA – E como é mensurado esse apoio, a partir do pacto, pesquisa?

JABES – Eu tenho sido transparente. Essa é a única forma.

PIMENTA – O que levou a esse caos na gestão?

JABES – A arrecadação em Ilhéus caiu muito ao longo dos últimos anos. Nós éramos o terceiro ICMS da Bahia. Hoje, somos o 16º. As despesas só fazem crescer.

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DÍVIDAS COM PRECATÓRIOS – Grande parte dos precatórios é do governo Antônio Olímpio. Então, não adianta mais. Já se transformaram em sentenças judiciais. Fazer o quê?

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PIMENTA – Na origem do caos financeiro de Ilhéus estão os precatórios. O senhor é acusado de deixar mais de R$ 60 milhões em precatórios.

JABES – Não, não. Grande parte dos precatórios é do governo Antônio Olímpio. Então, não adianta mais. Já se transformaram em sentenças judiciais. Fazer o quê? Fazer o que fizemos. É parcelar e pagar. Não tem jeito. É sentença transitado em julgado. Tem ainda um terceiro ponto: o governo anterior foi muito complacente com essa coisa de reajuste salarial.

PIMENTA – Complacência em negociação salarial?

JABES – O sindicato chegava, peitava. O prefeito não queria enfrentamento e dava o que se pedia. Se você observar, os aumentos salariais superaram em muito a inflação do período. Se você me perguntar se é justo, claro. O problema é que o empregador está falido.

PIMENTA – O senhor fala de um pacto com a sociedade e servidores. Mas de que forma esse pacto que o senhor propõe poderia ajudar?

JABES – Aí é que está. Nós temos que cortar quase R$ 3 milhões da folha. É preciso sentar e definir como.

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DEMISSÃO DE SERVIDORES – O único caminho que a lei me dá é exatamente a demissão de servidores. O pacto é para evitar isso e preservar o emprego.

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PIMENTA – Numa entrevista, o senhor falou em demissões, até 700 demissões.

JABES – Não, não. Colocando a verdade, o único caminho que a lei me dá é exatamente a demissão de servidores. O pacto é para evitar isso e preservar o emprego, os direitos individuais e, sobretudo, ter um processo de discussão. Até porque, você não terá um pacto eterno.

PIMENTA – Do ponto de vista jurídico, o comprometimento da folha continuará o mesmo. O senhor fala da possibilidade de ser um ficha-suja, ter contas rejeitadas pelos tribunais. Mas no que esse pacto ajuda a reduzir esse nível de comprometimento?

JABES – À medida que você senta [para conversar], começa a ter cenários. Mas se só diz eu quero aumento, eu quero aumento

PIMENTA – Da parte do servidor, o que pode ser proposto?

JABES – A partir do momento que ele sentar, pode propor tudo.

PIMENTA – E do lado do governo, o que propor? Vai mexer na receita?

JABES – Nós estamos trabalhando. É melhoria do cadastro do IPTU… Eu agora estou preparando projeto tributário que é muito inspirado em Salvador. O professor tributarista Edvaldo Brito está vindo nos ajudar nessa discussão. Mas tudo isso só terá efeito no próximo ano. É o princípio da anterioridade. Só que eu tenho que fechar as contas neste ano. Estou aproveitando a Era Franciscana: é diálogo, paciência, humildade, compreensão. Só não me peçam para deixar como está e não cumprir a lei. Isso me afetaria e afetaria o gerenciamento da cidade.

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EXONERAÇÃO DE LEDÍVIA – Se amanhã qualquer secretário não preencher os requisitos mínimos, é outra discussão. Não dá para ter queimação agora.

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PIMENTA – No plano da gestão e da política, muito se fala em substituição na saúde. A secretária Ledívia Espinheira será exonerada?

JABES – O governo não pensa isso. O governo avalia cada secretário a cada dia. Os problemas que ela está passando são os problemas do governo. Portanto, não dá para ter atitude desonesta, responsabilizar fulano. Se amanhã qualquer secretário não preencher os requisitos mínimos, é outra discussão. Não dá para ter queimação agora. Eu estou absorvendo responsabilidade completa do Pacto. Enfim, ou há pacto ou caos.

Para ler a íntegra da entrevista, clique no “leia mais”, abaixo.

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Ônibus tem 14 anos de uso, mas circula livremente (Foto Pimenta).
Ônibus tem 14 anos de uso, mas circula livremente (Foto Pimenta).

Este ônibus da Viação São Miguel, com placa de Ilhéus, circula nas ruas de Itabuna sem nenhum pudor ou veto da Secretaria de Transportes e Trânsito (Settran). A São Miguel é uma das detentoras da concessão do transporte público no município sul-baiano.

O veículo utilizado pela empresa em Itabuna é digno de entrar no quadro Lata Velha, de um conhecido programa global. O ônibus foi fabricado em 1999. Ou seja, 14 anos de uso. E, para rodar por aí neste possante, o usuário do transporte público local tem que desembolsar R$ 2,20. Indecência. Hoje, o veículo fazia o trajeto Jardim Primavera-Centro Comercial. Os anos de uso representam um risco.

Fiscal ouvido pelo PIMENTA diz que esta é uma situação comum no município. E faz um alerta: “está havendo uma invasão de ‘latas velhas’, que substituem os novos apresentados no início do ano”.