Indígenas bloqueiam a BA-001 em Ilhéus || Reprodução/Redes Sociais
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Indígenas tupinambás bloquearam a BA-001 na altura do Opaba Praia Hotel, em Ilhéus, nesta segunda-feira (10). Eles cobram a recuperação de estradas vicinais. A manifestação travou o trânsito na zona sul da cidade. Durante o ato, lideranças do povo indígena foram recebidas pelo secretário municipal de Agricultura, Pesca e Interior, Hermano Fahning, na sede da Prefeitura, e chegaram a acordo que pôs fim ao protesto.

Ouvido pelo PIMENTA, Hermano afirmou que, amanhã (11), a Secretaria enviará patrulha mecânica para recuperar a estrada da região de Sapucaeira. Na próxima semana, segundo o secretário, o mesmo trabalho será feito em Acuípe do Meio. Conforme o gestor, essas eram as demandas imediatas dos tupinambás.

O secretário explicou que, desde o final de dezembro de 2022, quando assumiu a Pasta, elaborou cronograma de reparo das estradas vicinais, que foram muito prejudicadas pelas chuvas daquele mês. Além disso, continuou Hermano Fahning, a Prefeitura de Ilhéus mantém contato com lideranças comunitárias para ouvir suas reivindicações e informar o andamento dos trabalhos.

Hermano: impossível recuperar todas as estradas ao mesmo tempo

“É impossível chegar em todas as localidades ao mesmo tempo, sendo que o município só tem três patrulhas mecânicas. A gente roteirizou os distritos e colocou duas patrulhas em cada roteiro”, acrescentou.

Com a manifestação, ainda segundo o gestor, os indígenas conseguiram fazer com que suas comunidades sejam atendidas antes do previsto no cronograma da Secretaria. “[Com as comunidades] que a gente consegue conversar, a gente consegue visitar a comunidade, planejar, monitorar as fazendas onde tem cascalho, mas com o pessoal indígena é mais difícil o diálogo. Eles não são muito de diálogo, são muito de ação”, constatou Hermano.

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Vi quase uma dezena de nomes de indígenas conhecidos que puderam rever o Manto Tupinambá, quando choraram e fizeram questão de realçar a ancestralidade em visita à Dinamarca.

 

Luiz Conceição

Não precisa ter olhos amendoados, pele cor de terra roxa, cabelos lisos e ser arredio. O que basta é ter amor ao que lhe é mais sagrado e lutar sempre para preservar a memória, aromas e tudo aquilo que a ancestralidade guarda na alma para sempre.

Quem entende os atributos a que me referi, saberá compreender os acontecimentos doravante nas aldeias de Olivença (Ilhéus) e Serra do Padeiro (Una e Buerarema) para festejar depois de uma intensa luta de gerações para reaverem aquele objeto sagrado de um povo por 334 anos longe de casa.

Decorridos 48 anos de labuta quase diária para viver, pesquisar e contar a história do povo e desse pedaço chão do sul da Bahia em jornais da capital e local, emissoras de rádio e nos tecnológicos blogs, que a inovação humana trouxe nas últimas décadas, vejo surgir notícias que me remetem à origem incerta e esperançosa ou me enchem a alma de alegrias.

Uma destas, nesta tarde, antevéspera do São Pedro – que na simbologia católica cristã retém as chaves do céu. O Museu Nacional da Dinamarca, relata a reportagem, vai devolver ao Brasil o Manto Tupinambá, peça que consagra a ancestralidade dos povos Tupinambás de Olivença que, apesar de viverem no sul da Bahia desde tempos imemoriais, não eram reconhecidos como indígenas pelo Estado brasileiro.

Isto apesar de quase terem quase sido exterminados pelo governador-geral do Brasil, Mem de Sá, no massacre do Cururupe, em 1559, dolorosamente lembrando todos os anos desde 1937, no local onde aconteceu a seis quilômetros de Olivença. E a 12 quilômetros da sede da antiga Capitania de São Jorge dos Ilhéus.

Atualmente, a comunidade deve ter cerca de cinco mil pessoas, mas só foi reconhecida oficialmente pela Funai em 2001 e até hoje luta para ter sua terra de volta com as incompreensões de sempre e ameaças idem.

Fiquei emocionado, sim, com a notícia publicada na revista Piauí sobre a devolução em perfeito estado de conservação do Manto Tupinambá ao Brasil pelo povo e governo dinamarquês.

Certamente, devia fazer coro aos membros das aldeias que foram a Copenhague e se emocionaram ao ver aquela peça de penas vermelhas, cultuada como relíquia, uma das muitas que repousam naquele tempo da cultura e antropologia embora tenham sido obra de indígenas brasileiros.

Ao dar um google pude ler cada uma das reportagens, teses acadêmicas, dissertações, textos virtuosos sobre a luta incessante dessa pobre gente brasileira na busca pelo que lhe é sacrossanto.

Vi quase uma dezena de nomes de indígenas conhecidos que puderam rever o Manto Tupinambá, quando choraram e fizeram questão de realçar a ancestralidade em visita à Dinamarca. E também chorei pelo amigo jornalista, radialista e escritor Waldeny Andrade, que nos deixou há três anos, mas registrou em livro a saga desses povos, Vale a pena ler: Serra do Padeiro: a saga dos Tupinambás, lançado, em 2017, pela Via Litterarum Editora.

Como repórter, aprendi que a emoção é o último recurso para dar vida a um texto que expresse a mais pura verdade factual. Muitas vezes ao longo de tantos anos não contive os olhos d’água que teimavam em desfazer meu aprendizado.

Vejo que continuo a me emocionar ao lembrar-me das histórias que li, ouvi, pesquisei e presenciei no cotidiano de correspondente, repórter ou editor. Mas vejo que tudo valeu a pena e a emoção continua a me dar taquicardia com a felicidade de um povo que cultua a natureza, a terra, as matas, os pássaros, as águas, os peixes, os animais e a vida.

(*) Essa é a grande volta do manto tupinambá, escreveram jornalistas e repórteres das mais diversas mídias sobre o que ouviram das vozes do povo Tupinambá o tanto que têm de carinho e apreço pelas penas vermelhas da simbólica peça que lhes parece reencarnar a vida dos que vieram antes e deixaram sobre a terra luta, cultura e amor naquilo que acreditam.

Luiz Conceição é jornalista.

Indígenas fecham rodovia nas imediações de Olivença || Foto Redes Sociais
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Indígenas da etnia Tupinambá bloquearam a BA-001, na altura de Olivença, em Ilhéus, nesta terça-feira (30). Eles protestam contra o Projeto de Lei 490/2007, que encampa a tese do marco temporal para restringir e revisar a demarcação de terras indígenas em todo o País. O PL pode ser votado hoje pela Câmara dos Deputados, que já provou urgência para sua tramitação. Atos como o do litoral sul ilheense são realizados em outras cidades brasileiras.

O PL é relatado pelo deputado federal Arthur Maia (UB-BA), que é a favor da mudança que, se aprovada, restringirá a demarcação de terras indígenas àquelas ocupadas por esses povos em 5 de outubro de 1988, quando a Constituição Federal foi promulgada. Caso avance, a medida poderá suscitar questionamentos sobre a validade de demarcações homologadas após aquele ano.

A proposta é patrocinada pela Banca Ruralista, sob a batuta de seu membro mais ilustre, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Maia e Lira já afirmaram que o PL 490/2007 deve ser votado hoje, assim como a medida provisória por meio da qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reformulou a estrutura administrativa do Governo Federal, no início deste ano.

O relator do texto da MP é o deputado Isnaldo Bulhões, do MDB de Alagoas. Aliado do presidente da Câmara, uma das mudanças que ele tem em vista é a retirada da prerrogativa da demarcação de terras indígenas do Ministério dos Povos Indígenas, com a volta dessa atribuição ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Enquanto isso, perto do sítio histórico do Massacre do Cururupe, de 1559, quando indígenas foram encurralados e executados pelas tropas do então governador-geral da Bahia, Mem de Sá, quase cinco séculos depois, na linha de frente do bloqueio na rodovia, homens e mulheres tupinambá exibem uma faixa com mensagem ao Estado brasileiro: “nossa história não começa em 1988”.

Biofábrica e Bahiagás executam projeto que beneficia comunidade no sul da Bahia
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O plantio de 7 mil mudas nativas da mata atlântica concluiu a fase de implantação do Projeto Replantar, resultado de convênio da Bahiagás com o Instituto Biofábrica. As mudas foram plantadas na área da Aldeia Igalha, do povo Tupinambá de Olivença. A ação englobou, ainda, a construção de viveiro telado para multiplicação de mudas.

Segundo os gestores, o projeto agora avança para a fase de Educação Ambiental, com a participação da comunidade Tupinambá, estudantes e ONGs ligadas à proteção dos povos indígenas regionais. As mudas foram plantadas estrategicamente às margens do rio Tororomba para garantir a recomposição da mata ciliar com árvores nativas da Mata Atlântica, a maioria ameaçada de extinção.

Com capacidade de produzir 7 mil mudas em sacola, o viveiro foi instalado sob a supervisão dos técnicos da Biofábrica e suporte de moradores da comunidade. O equipamento é parte da estratégia de sustentabilidade do projeto, que prevê a coleta de sementes e a multiplicação de mudas das essências florestais e frutíferas para a recomposição de toda a floresta da área da terra indígena.

Mudas são plantadas às margens de rio em Ilhéus
De acordo com o diretor-presidente da Biofábrica, Valdemir dos Santos, a implantação do viveiro se deu com limpeza e nivelamento do terreno, construção da estrutura metálica e sistema de irrigação, que envolveu a construção de base para reservatório de água, instalação de tanque, instalação de sistema de captação e aquisição de bomba. “A ideia é que a comunidade Tupinambá tenha autonomia para a produção das mudas a partir do fim do projeto.

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Puxada do Mastro de São Sebastião é promovida todos os anos e atrai multidão
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A tradicional festa da Puxada do Mastro de São Sebastião, que atrai milhares de turistas e visitantes à Praça Cláudio Magalhães, em Olivença, promete agitar o final de semana em Ilhéus. Os festejos em homenagem ao santo começam hoje (6) e se estendem até o próximo domingo (8). A programação completa pode ser conferida ao final da matéria.

Integrada ao calendário turístico da cidade, a programação inclui desfile e apresentações culturais, missas, rituais e shows com bandas locais. O município mantém viva a tradição, fomentando a cultura local. “Uma festa secular, que renova a memória própria da nossa cidade, faz parte da história de Ilhéus, une cultura, religião e fortalece o turismo”, afirma o prefeito Mário Alexandre, Marão (PSD).

A tradição da Puxada do Mastro começa com a escolha da árvore, ritual que é misto de fé, devoção e sacralidade. Os indígenas tupinambá de Olivença reafirmam seus troncos familiares, refletem sobre a comunidade e repassam a tradição para os mais novos por meio do mastaréu. O evento também desperta um importante olhar, o da sustentabilidade.

MÁRTIR E PADROEIRO

Do local onde é retirado o tronco, que fica exposto até o próximo ano na entrada da Igreja de Nossa Senhora das Escadas, mudas são plantadas na mata para garantir a preservação da natureza e a própria tradição do povo Tupinambá. A cada árvore retirada uma vez por ano, são plantadas mudas no entorno da cepa (local do corte), conforme explica a Associação dos Machadeiros de Olivença (AMAO), que realiza a puxada com o suporte da Prefeitura.

As comemorações em homenagem ao mártir, padroeiro da catedral diocesana e defensor dos tupinambá começam às 16h desta sexta-feira (6), com o Luar das Criativas, seguido de desfile de abertura com a participação das organizações e instituições locais. A Guarda Civil Municipal, Sutram, secretarias de Saúde, Cultura e Turismo atuarão nos três dias de evento, com o apoio das Companhias Independentes de Polícia Militar da Bahia.

PROGRAMAÇÃO COMPLETA

SEXTA-FEIRA (06/01)
16h – Luar das Criativas
17h30min – Desfile de abertura
20h- Shows com bandas locais
00h- Cortejo dos Mascarados (Grupo de Capoeira Nação Zumbi)

SÁBADO (07/01)
16h – Luar das Criativas
18h – Procissão
19h- Missa
20h – Apresentações Culturais (Boi Estrela e Terno das Camponesas)
21h30min – Shows com bandas locais

DOMINGO (08/01)
5h às 8h30 – Alvorada/Rituais na porta da Igreja Nossa Senhora das Escadas/Bênçãos e Feijoada dos Machadeiros
9h às 13h – Rezas e Agradecimentos / Derrubada do Mastro/ Saída da Mata para a praia
15h às 17h30min – Parada para descanso/ Arrastão do Mastro/ Chegada à Praça Cláudio Magalhães
18h às 23h – Show com bandas locais

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O vereador de Ilhéus Cláudio Magalhães (PcdoB) confirmou, nesta quarta-feira (4), o seu apoio ao deputado estadual Fabrício Falcão, também do PCdoB. O parlamentar é pré-candidato à reeleição e o apoio foi selado durante encontro em Salvador, do qual participaram o cacique Sussuarana Tupinambá e José Raimundo Melgaço Tupinambá, além de Élvio Magalhães.

Segundo Cláudio Magalhães, Fabrício se comprometeu a viabilizar recursos para a reforma da Praça Cláudio Magalhães, em Olivença, além de garantir apoio a demandas coletivas da comunidade Tupinambá. Por meio de emenda parlamentar de Fabrício, a Associação Tupinambá receberá um motor para o barco de pesca e um kit irrigação.

De acordo com Cláudio, o mandato de Fabrício também articulou para Ilhéus e Olivença cursos de qualificação profissional, uma Feira de Economia Solidária e apoio para o São João de Olivença.

JOGOS ESTUDANTIS E SEMINÁRIO

O vereador Cláudio e o cacique Sussuarana estiveram ainda em reunião na Secretaria de Educação da Bahia para debater a realização do VII Jogos Estudantis Indígenas dos Tupinambás de Olivença, que ocorrerá de 18 a 24 de julho deste ano. O evento é organizado pelo grupo de jovens Tupinambá Paranã e conta com o apoio de toda comunidade indígena.

Fabrício também se comprometeu em articular apoio institucional para um seminário e a tradicional Caminhada dos Tupinambás de Olivença, que ocorrerá nos dias 23 a 25 de setembro. A iniciativa culmina com a Marcha Tupinambá, que inicia na Igreja de Olivença e segue até o Cururupe.

Manifestação interdita vias da BA-001 em frente ao Aeroporto de Ilhéus
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Desde o início da manhã desta segunda-feira (21), manifestantes bloqueiam as pistas que dão acesso à zona sul de Ilhéus e, no sentido contrário, à Ponte Jorge Amado, nas imediações do Opaba Praia Hotel.

Manifestante cobram recuperação da estrada de Sapucaeira

O protesto reúne indígenas da etnia Tupinambá de Olivença e pequenos produtores rurais da região de Sapucaeira e Santana. Eles reivindicam melhorias para as estradas da zona rural de Ilhéus.

Agentes da Superintendência de Trânsito de Ilhéus estão no local e negociam o desbloqueio das vias. Segundo as primeiras informações, os manifestantes decidiram liberar o tráfego de forma intermitente, retomando o bloqueio após a passagens de parte dos veículos, que formam longa fila na BA-001.

Confira vídeo em que cinegrafista amadora explica as razões do protesto:

Tupinambás protestam contra tese do marco temporal para demarcação de terras indígenas, tema de julgamento marcado para hoje no STF
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Com o som de maracás ao fundo, que lembra o canto de cigarras na mata, um índio tupinambá explica por que manifestantes do seu povo interditaram a rodovia BA-001, na manhã desta quarta-feira (30), em Olivença, litoral sul de Ilhéus. Segundo o indígena, que gravou um vídeo no local, o protesto é contra o Projeto de Lei 490/2007, que pretende transferir do Executivo Federal para o Congresso a competência para demarcar terras ocupadas por povos tradicionais.

Os tupinambás reivindicam  a demarcação do território que se estende ao longo das divisas entre os municípios de Ilhéus, Una e Buerarema. O relatório circunstanciado de identificação e delimitação da referida Terra Indígena, elaborado por grupo técnico da Fundação Nacional do Índio (Funai), foi concluído em abril de 2009, mas o governo federal ainda não concluiu o procedimento.

Para os tupinambás da Mata Atlântica do Sul da Bahia e outros povos que lutam pela efetividade do direito territorial garantido na Constituição, se o PL 490/2007 for aprovado, o Poder Legislativo não vai demarcar mais nenhum território tradicionalmente ocupado. Ao contrário, com a tese do marco temporal – defendida por deputados e senadores ligados a ruralistas e garimpeiros -, congressistas pretendem abrir caminho para desfazer demarcações de terras indígenas e quilombolas.

“Diga ao povo que avançaremos”, avisa índio tupinambá de Olivença em vídeo sobre manifestação

No mesmo vídeo, o índio afirma que a manifestação em Ilhéus vai seguir ao longo de todo o dia, até a votação do Supremo Tribunal Federal sobre a tese que condiciona a demarcação de terras aos casos em que os índios possam provar a ocupação desde antes do marco da Constituição de 1988. O relator do processo no STF, ministro Edson Fachin, votou contra a tese do marco temporal na sessão plenária de 11 de junho passado. O julgamento será retomado na tarde de hoje (30).

Ainda com o som dos chocalhos como background, olhando para a câmera frontal do smartphone, o tupinambá avisa: “Diga ao povo que avançaremos”.

Caciques tupinambás e outras lideranças em reunião com secretários municipais || Foto Secom/Ilhéus
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Após o ato que parou o trânsito na zona sul de Ilhéus na tarde desta segunda-feira (7), a Prefeitura fez um acordo com representantes da comunidade de Sapucaeira, que se reuniram ontem com os secretários municipais João Aquino, de Serviços Urbanos, e Gabriel Bittencourt, de Mobilidade e Ordem Pública.

Na reunião, o governo municipal assumiu o compromisso de recuperar a estrada que liga Olivença ao povoado de Sapucaeira. A data de início do trabalho será definida em novo encontro entre as duas partes, na próxima sexta-feira (11). A Prefeitura também vai restaurar as pontes de Ioiô e de Benedito, que são importantes para o acesso dos ônibus do transporte coletivo.

Além do reparo da estrada, a comunidade reivindica a volta da oferta de ônibus em quatro horários por dia, dois pela manhã e dois à tarde. De acordo com a Prefeitura, a concessionária São Miguel garantiu o retorno das linhas de ônibus solicitadas pelos manifestantes a partir desta quarta-feira (9).

Os caciques tupinambás Maria Ivonente Silva e Rosevaldo de Jesus Carvalho e as lideranças Tom Magalhães e Bonisson Amaral representaram a comunidade de Sapucaeira na reunião, que ocorreu na sede da Secretaria de Serviços Urbanos.

Serra do Padeiro
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Do Correio.

Um mandado da Justiça Federal em Itabuna determinou a reintegração de posse de áreas em disputa dentro da Comunidade Indígena Tupinambá de Olivença, especificamente a Comunidade Indígena Tupinambá da Serra do Padeiro, na região limítrofe entre os municípios de Ilhéus e Buerarema.

Em nota, a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia (SJDHDS) diz que foi informada da decisão nesta sexta-feira (16) e que está acompanhando o caso com órgãos responsáveis e lideranças indígenas.

A decisão ordena a desocupação da área do imóvel rural Conjunto Agrícola São Marcos. A área em questão está dentro da comunidade indígena, que ainda não foi demarcada, o que aumenta a instabilidade e o conflito na região.

Em nota, a secretaria diz que recebeu a decisão “com surpresa”, afirmando que contraria a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) suspendendo a tramitação de processos sobre áreas indígenas durante a pandemia. A decisão foi do ministro Edson Fachin, em maio do ano passado. Para ele, a manutenção da tramitação de processos, com o risco de determinações de reintegrações de posse, agrava a situação dos indígenas, “que podem se ver, repentinamente, aglomerados em beiras de rodovias, desassistidos e sem condições mínimas de higiene e isolamento para minimizar os riscos de contágio pelo coronavírus”.

A secretaria diz que a aldeia pertence à Terra Indígena Tupinambá de Olivença, delimitada por laudo antropológico feito pela Funai e publicado no Diário Oficial da União em 2009. Para continuar com o processo de demarcação das terras, o próximo passo seria a emissão da Portaria Declaratória/Demarcatória pelo Ministério da Justiça, contudo, no início de 2020, o órgão devolveu o processo demarcatório para a Funai reavaliá-lo. A SJDHDS diz que isso causou mais lentidão e insegurança ao processo.

Um dos responsáveis pela comunidade da Serra do Padeiro é o cacique Babau, uma das principais lideranças indígenas do país, integrante de programas de proteção geridos pela SJDHDS.

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BA-001 é bloqueada por tupinambás em Ilhéus || Foto Solon Cerqueira/Pimenta

Desde as primeiras horas desta quinta-feira (31), indígenas da tripo tupinambá bloqueiam trecho da BA-001 em Olivença e Águas de Olivença, Ilhéus. Eles reivindicam a demarcação de terras e a colocação de, ao menos, cinco quebra-molas no trecho da região de Águas de Olivença, ao sul de Ilhéus. Policiais militares chegaram ao local por volta das 7h30min.

Taguari cobra segurança no trânsito e demarcação || Foto Solon Cerqueira/Pimenta

De acordo com Taguari Tupinambá, a colocação de quebra-molas poderá evitar novas mortes por acidente de trânsito no trecho. Nos últimos 15 dias, dois indígenas morreram atropelados na região em frente ao Condomínio Águas e Olivença, vizinho à Aldeia Itapuã.

O líder indígena explicou que a mobilização desta quinta é parte do dia de mobilizações dos povos indígenas em todo o País. “Estamos revindicando e protestando contra os danos que a BA-001 vem trazendo aos indígenas. Queremos a colocação de cinco quebra-molas para que a gente possa ter mais tranquilidade quando nossos filhos descerem da aldeia para Águas de Olivença”, afirmou ele ao PIMENTA, observando que nem faixa de pedestre existe no local.

Tupinambás prometem liberar rodovia só após negociação || Foto Solon Cerqueira/Pimenta

O último acidente ocorreu há cerca de uma semana, quando um veículo a cerca de 140 quilômetros por hora atropelou um tupinambá que voltava da pesca na praia na região de Águas de Olivença. A promessa é de liberar a pista somente após a presença de representantes do governo estadual, que garantam a sinalização da rodovia.

Polícia Militar já chegou ao local do protesto || Foto Solon Cerqueira/Pimenta

“Não é só pra nós, indígenas. Todos aqui precisam de segurança [no trânsito]”, reforça. “Já chega de morte nesse lugar. A gente já perde vida com a demarcação de terras. O estado brasileiro tem dívida com os povos indígenas”.

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Tupinambás fazem protesto na SEC.
Tupinambás fazem protesto na SEC.

Mais de 50 indígenas tupinambás de Olivença (Ilhéus) participaram de protesto na Secretaria Estadual de Educação, em Salvador. A principal reivindicação dos tupinambás é o pagamento em dia dos trabalhadores das empresas terceirizadas que prestam serviço na área da educação.

Segundo informações, funcionários de terceirizadas estão com 2 meses de salário e vale transporte atrasados. Profissionais são contratados pelas empresas para para prestar serviço ao estado, mas sofrem, constantemente, atrasos de salários.
As empresas que terceirizam os serviços na educação são a AML, C&C, LOCServ e Sandes. O ato recebeu apoio de estudantes e professores das universidades estaduais que também estão na Secretaria de Educação.
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Aécio Neves se compromete a demarcar terras indígenas (PSDB).
Aécio Neves se compromete a demarcar terras indígenas (Foto Pimenta).

O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, divulgou neste sábado (11), no Recife (PE), documento em que acata parte das exigências feitas pela ex-candidata Marina Silva (PSB) antes de decidir seu apoio ao tucano no segundo turno.
Ao lado de dirigentes do PSB e de três filhos do ex-governador Eduardo Campos – morto em um acidente de avião em agosto durante a campanha presidencial –, Aécio apresentou documento com novos compromissos, caso seja eleito.“Eu me sinto, a partir deste instante, responsável dentre tantas expectativas que a mudança gera na sociedade brasileira, para levar a cada canto deste país, no limite das minhas forças, o legado e os sonhos de Eduardo Campos, governador dos pernambucanos e símbolo da boa política”, disse Aécio, segundo informações de sua assessoria.
O documento cita, entre outros compromissos, a defesa do fim da reeleição para cargos executivos, a manutenção das prerrogativas do Poder Executivo na demarcação de terras indígenas, a ampliação da reforma agrária e a sustentabilidade das políticas do governo, todas bandeiras defendidas por Marina Silva.No entanto, o documento não cita mudanças sobre a posição de Aécio sobre a redução da maioridade penal em casos de crimes hediondos, item que Marina também questionou antes de decidir seu apoio no segundo turno.
Depois de alguns adiamentos, o posicionamento da ex-candidata do PSB, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno, deve ser anunciado neste domingo (12).Segundo Aécio, “um programa de governo é uma obra em eterna construção”.
Após o ato político com as lideranças do PSB pernambucano e representantes de movimentos sociais, o tucano almoçou com a viúva de Campos, Renata Campos, e hoje participará de uma carreata e um ato político no município de Sirinhaém, a cerca de 70 quilômetros do Recife, onde Marina teve a maior votação em todo o país no primeiro turno, com 74,19% dos votos. Informações da Agência Brasil.

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Juiz determina transferência de cacique tupinambá (Foto Gervásio Baptista/ABr).
Juiz determina transferência de cacique (Foto Gervásio Baptista/ABr).

O juiz Maurício Álvares Barra, da comarca de Una, no sul da Bahia, determinou que o cacique Rosivaldo Ferreira da Silva, que se entregou à Polícia Federal na quinta-feira (24), seja transferido de Brasília para o presídio Ariston Cardoso, em Ilhéus.
O índio da comunidade indígena Tupinambá Serra do Padeiro é suspeito de envolvimento na morte de um agricultor em Una, cidade marcada pelo conflito entre fazendeiros e indígenas.
A mudança, porém, dependeria de uma infraestrutura para garantir a segurança do cacique na unidade baiana. Antes da viagem, o magistrado solicita ainda o deslocamento do indígena da carceragem de um departamento da Polícia Civil de Brasília para a prisão federal da Papuda.
– O juiz da comarca de Una determinou que o cacique Rosivaldo fosse recolhido no presídio da Papuda até que seja providenciada a estrutura necessária para a transferência dele para o presídio de Ilhéus – afirma Mário Lima, delegado da Polícia Federal em Ilhéus.
De acordo com Waldir Mesquita, um dos advogados do cacique, a Polícia Federal informou ao juiz de Una da possibilidade do índio ficar em Brasília, e por isso ele manifestou determinação contrária. Informações do G1/Bahia.

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Reunião com o bispo Dom Ceslau (ao centro) com lideranças políticas e rurais em café da manhã (Foto Divulgação).
Reunião com o bispo (ao centro) com lideranças políticas e rurais no ano passado.

Os produtores rurais atingidos pela disputa de terras com índios e autodeclarados tupinambás terão café da manhã com o bispo da Diocese de Itabuna, Dom Ceslau Stanula, neste sábado (26), às 7h30min, na casa paroquial em Buerarema.
A reunião será com representantes dos agricultores, comandos do Exército e da Força Nacional e autoridades municipais. O encontro se dá dois dias após a prisão do cacique Rosivaldo Ferreira da Silva (Babau), em Brasília. A prisão foi motivo de festa no município, ontem, com intensa queima de fogos. Para hoje, estava programada uma carreata.
O bispo diocesano itabunense quer ouvir os relatos dos maiores prejudicados pela disputa de terras na área de 47,3 mil hectares, mas pediu reuniu com, no máximo, 30 pessoas. Ano passado, o bispo já havia se reunido com agricultores. Também há a intenção dos produtores de questionar o posicionamento do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).