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Marco Wense
 

Bolsonaro não perdeu votos em quem já ia votar nele. Falou o que seu eleitorado queria ouvir. Mas, com certeza, não ganhou nada.

 
O presidenciável Jair Bolsonaro foi o entrevistado de ontem (30) no programa Roda Viva, da TV Cultura. Não acrescentou nenhuma novidade. Tudo dentro do esperado.
Procurou agradar os militares, dizendo que não houve golpe militar em 64, foi contra as cotas, chamou os integrantes do MST de terroristas, voltou a defender o voto impresso, enfim, passou o tempo todo preocupado em não decepcionar o seu eleitorado, que tem um perfil conservador e egocêntrico.
Para paparicar a chamada Bancada Ruralista no Congresso Nacional, Bolsonaro disse que o trabalhador rural tem que ter um tratamento diferenciado do que trabalha na área urbana: “Acho que no campo a CLT tinha que ser diferente. O homem do campo não pode parar no carnaval, sábado, domingo e feriado. A planta vai estragar, ele tem que colher. E fica oneroso demais o homem do campo observar essas folgas nessas datas como existe na área urbana”.
Bolsonaro, do PSL, se defendeu da acusação de ser machista, homofóbico e racista. Ao propor que todo brasileiro ande armado, foi lembrado que teve que entregar sua arma quando foi assaltado.
Mas, o mais hilariante da entrevista ficou por conta do “Posto Ipiranga”. Ao ser questionado sobre sua sinceridade de admitir que não sabe nada de economia, o presidenciável lembrou do Posto Ipiranga.
Bolsonaro não perdeu votos em quem já ia votar nele. Falou o que seu eleitorado queria ouvir. Mas, com certeza, não ganhou nada. Muito pelo contrário, quem pensava em votar nele, vai recuar.
Marco Wense é articulista e editor d´O Busílis.

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roda viva

O governador Jaques Wagner é o entrevistado desta segunda, 1º, do programa Roda Viva (TV Cultura), às 22 horas. O mandatário baiano vai falar dos efeitos da pior seca dos últimos 50 anos no Nordeste brasileiro.
No último dia 9, Wagner decretou situação de emergência em 214 municípios baianos atingidos pela seca. O governador ainda responderá a questões relacionadas ao processo eleitoral do próximo ano e reeleição da presidente Dilma Rousseff.

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Felipe de PaulaFelipe de Paula | felipedepaula81@gmail.com

De fato Serres tinha razão. A cada dia podemos notar o quanto a necessidade de formação – em seus mais diversos níveis – passa a ser uma demanda cada vez mais urgente.

O filósofo francês Michel Serres foi entrevistado no programa Roda Viva, da TV Cultura, em 1999. Naquela ocasião, enquanto discutia encaminhamentos para o desenvolvimento contemporâneo, ele foi questionado a respeito da educação e seus processos de formação. Serres afirmou o seguinte:
“Acho que, quando digo que o próximo século será o século da formação, não o digo como uma ideia filosófica ou uma utopia. (…) Baseado em experiências, digo que, amanhã, a demanda por formação será cada vez maior. Porém, nossas técnicas de formação e ensino são limitadas por questões de orçamento, de finanças, etc. Estamos, portanto, num momento muito preciso. (…) Esse ponto sem volta é chamado de crise. Portanto estamos aqui numa encruzilhada. Ou mudamos a maneira de educar ou será uma catástrofe. É isso. E acontece que justamente as novas tecnologias oferecem uma maneira de educação diferente, portanto existe a crise e existe a solução para o problema da crise.”
Essa nova maneira de educar, convocada pelo filósofo, passa objetivamente por duas questões fundamentais: a interdisciplinaridade e as novas tecnologias. A primeira delas nada mais é do que o diálogo formativo. Não se pode admitir um profissional contemporâneo que seja altamente especializado em sua área e alheio a temas de áreas adjacentes.
O profissional moderno deve ampliar sua visão de mundo a fim de encontrar uma formação mais completa. É recorrente a queixa a respeito da existência de profissionais que, embora donos de conhecimentos avançados em sua área de atuação, não sabem trabalhar em equipe, não têm trato adequado com clientes ou não sabem o que se passa pelo mundo. A formação interdisciplinar age na minimização dessas deficiências formativas.
As novas tecnologias, por sua vez, abrem um horizonte promissor para a formação. Bibliotecas de todo o planeta disponíveis com facilidade, acesso a informação de modo instantâneo, possibilidade de diálogo com pesquisadores de centros avançados. Poderíamos listar aqui uma infinidade de caminhos a serem experimentados e seguidos.
De fato Serres tinha razão. A cada dia podemos notar o quanto a necessidade de formação – em seus mais diversos níveis – passa a ser uma demanda cada vez mais urgente. Amplie-se ainda mais tal característica em uma região como a sul-baiana, prestes a receber uma série de empreendimentos, como o Complexo Intermodal.
Em breve, o sul da Bahia abrigará a UFSBA, Universidade que está sendo gerada com uma concepção mais ampla. Jovens de toda a região poderão iniciar seus cursos superiores nas suas próprias cidades, fazendo uso das novas tecnologias, ampliando dessa forma o acesso a formação.
Além disso, os jovens graduandos não farão seleção para cursos desenhados nos moldes tradicionais. Serão quatro Bacharelados Interdisciplinares (BIs) em cada Campi da UFSBA: Artes, Humanidades, Ciência e Tecnologia e Saúde.
Após uma formação de base completamente interdisciplinar, dialógica, em consonância com o que há de mais moderno na educação superior mundial, o aluno sai graduado com um diploma de nível superior em uma dessas quatro áreas. Daí por diante, caso deseje, pode seguir seus estudos por mais um, dois ou três anos e obter sua formação nas áreas específicas tal como na universidade tradicional.
É um novo meio de pensar, de formar. É uma nova educação para uma nova universidade. E que irá colaborar com a formação de um novo Sul da Bahia e um novo Brasil.

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Do Estadão:

Por cerca de três minutos, os telespectadores do Jornal da Cultura puderam assistir, na noite de terça-feira, a uma cena praticamente inédita na televisão brasileira – alguém criticar, ao vivo, o próprio noticiário que estava sendo levado ao ar, qualificando uma reportagem de “merchandising”.

O episódio ocorreu quando a apresentadora Maria Cristina Poli perguntou aos dois comentaristas do jornal, Demétrio Magnoli e Eugênio Bucci, o que achavam de uma reportagem exibida, que exaltava várias realizações da Secretaria da Saúde paulista, incluindo uma entrevista do secretário Guido Cerri.

“Eu fiz jornalismo e aprendi que notícia, quando se trata de governo, é uma coisa prática, já adotada. Notícia é quando o governo tomou uma atitude, não quando diz que vai fazer alguma coisa”, disse Magnoli. A apresentadora estranhou: “Você está criticando a matéria, Demétrio?” A resposta: “O que estou dizendo é que isso parece merchandising do governo”.

Com a naturalidade possível, ela voltou-se para Bucci, perguntando-lhe se concordava. “Eu concordo sim”, avisou o comentarista. “É importante ter claro que o protagonista de notícia é o interesse público. Ou então, uma medida que modifica a realidade. Mas intenções não têm esse poder.” Cristina ameaçou outra pergunta, mas Bucci foi em frente: “Elas (as intenções) podem criar uma expectativa que não será confirmada. Deve-se usar o jornalismo mais para cobrar o poder do que para promover suas ações.”