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concursosTrês universidades federais baianas abrem hoje (4) o prazo de inscrições em concurso público para servidor técnico-administrativo. Além da Universidade Federal do Sul da Bahia (confira informações aqui), também abriram inscrições a Federal do Oeste da Bahia (UFOB) e a Universidade Federal da Bahia Ufba). O prazo será encerrado em 22 de abril nos três certames.
A UFOB (reitoria em Barreiras) oferece 154 vagas; a UFSB (reitoria em Itabuna) outras 92 e Ufba (Salvador) oferta 11, num total de 257 vagas.
Os editais e os anexos com descritivos dos cargos podem ser consultados na página de concursos da Ufba (confira aqui). A inscrição custa R$ 80,00 para cargos de nível médio (Classe D) e R$ 120,00 para os de nível superior (Classe E).
As vagas são para os níveis médio e superior. Nas três unidades, a remuneração inicial para nível médio (salário mais auxilio) é de R$ 2.412,89). Para os cargos de nível superior, R$ 3.765,42. A previsão de aplicação da prova é 1º de junho. O resultado está previsto para 30 de junho.
As aulas na Universidade Federal do Sul da Bahia – que terá campi em Itabuna, Teixeira de Freitas e Porto Seguro – devem começar na segunda semana de setembro.

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Lailson e um adolescente confessaram o crime, segundo a polícia.
Lailson e um adolescente confessaram o crime, segundo a polícia.

A Polícia Civil apresentou hoje os autores do assassinato do estudante universitário Charles Müller Silva dos Santos, de 21 anos, em Salvador, na última sexta-feira (28).
De acordo com a investigação, os autores do latrocínio foram um adolescente de 17 anos e o auxiliar de serviços gerais Lailson dos Santos Santos, 20 anos, preso quando chegava ao local de trabalho na manhã desta terça.
O delegado Marcelo Sansão disse que os dois contaram em detalhes como praticaram o crime. Após pegar um táxi no Engenho Velho da Federação, a dupla avistou a o carro da vítima e pediu ao taxista para que parasse. A vítima teria sido escolhida aleatoriamente.
Lailson desceu do táxi e abordou Charles Müller. Anunciou o assalto e o estudante esboçou reação, recebendo um tiro na cabeça ainda dentro do veículo. Como de praxe, o adolescente assumiu a autoria dos disparos. A arma e a chave do veículo, um GM Celta, foram jogados no mar de Amaralina, segundo os assassinos.
Após o crime, os dois criminosos seguiram até a Avenida Vasco da Gama, onde deixaram o Celta, placa OKL-9281, retornando ao local no outro dia.  A polícia investiga se o taxista teve participação no crime.

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Amaurih Oliveira

O ator ilheense Amaurih Oliveira é um dos indicados ao Prêmio Braskem de Teatro 2014. Ele concorre com mais três atores e um diretor, na categoria Revelação, pelo seu desempenho no musical Éramos Gays. O resultado será divulgado no dia 23 de abril, durante cerimônia na sala principal do Teatro Castro Alves, em Salvador.

Ao longo de 10 anos de carreira, o artista já trabalhou no teatro, cinema, publicidade e televisão. Criado no bairro do Malhado, filho de um mecânico e uma dona de casa, Amaurih Oliveira estreou na peça Amigas de breves e longas datas, do dramaturgo Gildon Oliveira. Durante mais de três anos, integrou o elenco do Teatro Popular de Ilhéus e da Cia. Boi da Cara Preta, participando dos infantis Ita – um tupinambá em busca do manto sagrado e Auto do Boi da Cara Preta, além do épico Vida de Galileu.
Em 2010, Amaurih foi aprovado no curso de Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia (UFBA), no qual se graduou no início deste ano. Após mudar para a capital baiana, trabalhou com o Bando de Teatro Olodum, em Cabaré da Rrrrraça, e participou de montagens didáticas dirigidas por grandes nomes do teatro, como Hebe Alves, Meran Vargens e Elaine Cardim.
No cinema, o ilheense fez participações em A Última Estação e A Coleção Invisível. Na televisão, o jovem participou das minisséries da Rede Globo Como Aproveitar o Fim do Mundo, contracenando com Danton Mello e Alinne Moraes, e Amores Roubados, na qual sua cena quente com Patrícia Pillar foi bastante comentada na blogosfera. Confira principais trechos da entrevista concedida por Amaurih à jornalista Karoline Vital, especialmente para o Pimenta.
BLOG PIMENTA – Como a indicação ao Braskem te impactou?
AMAURIH OLIVEIRA – Fiquei muito feliz com a indicação, ela veio no momento certo. Não esqueçamos que este é o ano da justiça. Os impactos são positivos, começam a notar ainda mais o seu trabalho. Ser reconhecido pelo seu empenho é muito bom!
PIMENTA – Ao longo dos seus 10 anos de carreira, quais os maiores desafios ao viver da arte?
AMAURIH – Todos nós sabemos que não é nada fácil administrar os altos e baixos da profissão. O que a gente tem que ter é coragem para arriscar e, de alguma forma, descobrir o caminho mais leve, mais tranquilo.

______________Amaurih Oliveira vivendo André no musical Éramos Gays -  foto Diney Araújo

A avaliação da arte é algo muito subjetivo. Às vezes, você se prepara bem para um teste, sabe que seu desempenho foi bom, mas o avaliador não simpatizou tanto com você

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PIMENTA – E o fator sorte existe para dar certo no meio artístico?
AMAURIH – Existe. A avaliação da arte é algo muito subjetivo. Às vezes, você se prepara bem para um teste, sabe que seu desempenho foi bom, mas o avaliador não simpatizou tanto com você.
PIMENTA – O que a mudança para Salvador acrescentou em sua vida?
AMAURIH – Minha vinda para Salvador me ajudou a enxergar a carreira de uma forma mais profissional, mais exigente. Não sou perfeccionista, mas  a gente tem que saber o que quer. Os desafios são muitos e eles sempre existirão.

______________Vida de Galileu do Teatro Popular de Ilhéus - foto Anabel Mascarenhas

Desde criança, com sete, oito anos de idade, eu sabia que queria ser ator. Inventava brincadeiras fantásticas, ora imitava um cantor de axé, uma loucura gostosa.

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PIMENTA – A formação acadêmica foi decisiva para sua carreira?
AMAURIH – Não precisa fazer faculdade de Teatro para ser ator. Eu escolhi fazer por uma questão de vivência prática. A universidade nos dá um suporte de aprendizado legal. Desde criança, com sete, oito anos de idade, eu sabia que queria ser ator. Inventava brincadeiras fantásticas, ora imitava um cantor de axé, uma loucura gostosa. Aos 15 anos, estreei na minha primeira peça. A graduação foi importante para eu ter contato com os mestres da UFBA, o que é necessário a partir do momento que você está aberto ao aprendizado.
PIMENTA – Qual trabalho julga o mais importante na sua carreira?
AMAURIH – Nós aprendemos com todos os trabalhos que fazemos. O artista se constrói com muito suor, é difícil escolher um. Ter produzido com o Teatro Popular de Ilhéus, com o Bando de Teatro Olodum, ter vivido três anos de prática contínua na universidade e de sobra vivenciar gostosas participações na TV, fazem de mim um homem grato. Julgo todas as experiências importantes.
PIMENTA – Como encara a repercussão da cena tórrida que fez com Patrícia Pillar, na minissérie Amores Roubados?
AMAURIH – Foi incrível. O mais interessante é perceber que nós, atores negros, podemos ser vistos na TV fazendo não só empregados domésticos, escravos ou ladrões. Eu tive a oportunidade de reencontrar a Patrícia Pillar logo depois que a cena foi ao ar.

______________Amaurih e P Pillar

Foi uma cena muito difícil para nós dois. Mas, graças ao desempenho de toda equipe, modéstia à parte, ficou bem feita.

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PIMENTA – E como foi esse reencontro?
AMAURIH – Ela ficou empolgadíssima com a repercussão. Foi uma cena muito difícil para nós dois. Mas, graças ao desempenho de toda equipe, modéstia à parte, ficou bem feita.
PIMENTA – Depois de ingressar nesse novo universo, como é a relação com Ilhéus e suas origens?
AMAURIH – Costumo dizer que Salvador me dá régua e compasso. Ilhéus é o meu ninho, sempre vou querer o melhor para nossa cidade, para minha família, meus amigos queridos e os colegas do Teatro Popular de Ilhéus.
PIMENTA – Como a vivência no Teatro Popular de Ilhéus te influenciou?
AMAURIH – Esse grupo é massa! Guardo boas lembranças dos tempos do espetáculo “Vida de Galileu”, do “Auto do Boi da Cara Preta”… Nossa, vivi tanta coisa boa com eles! Parafraseando Márcio Meirelles, diretor do Bando de Teatro Olodum, o TPI é um grupo que se faz necessário e essencial. Eu não sei o que seria da nossa região e da minha história sem eles. Quem ainda não viu o trabalho do grupo, tem a obrigação de conhecer. O que estão fazendo lá na Tenda é incrível!

Amaurih Oliveira no Auto do Boi da Cara Preta, da Cia. Boi da Cara Preta - foto Felipe de Paula______________

Precisamos que o poder público e toda a sociedade respeitem mais o trabalho dos nossos artistas e procurem investir com dignidade. Temos atores, cantores, bailarinos de qualidade.

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PIMENTA – O que falta em Ilhéus e na região para o fortalecimento das artes cênicas?
AMAURIH – Precisamos que o poder público e toda a sociedade respeitem mais o trabalho dos nossos artistas e procurem investir com dignidade. Temos atores, cantores, bailarinos de qualidade. Os profissionais querem muito produzir mas, de um modo geral, não se facilita nada. Não tem apoio, não tem investidores, é uma crise que vem desde antes da vassoura-de-bruxa. Espero que a mentalidade mude. Torço muito para que as coisas melhorem em nossa região.

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Naomar foi nomeado reitor da Ufesba.
Naomar foi nomeado reitor da Ufesba.

O professor Naomar de Almeida Filho foi nomeado reitor pro tempore da Universidade Federal do Sul da Bahia (Ufesba) pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante. O ato foi publicado na edição de hoje do Diário Oficial da União, quase um um mês após a presidente Dilma Rousseff sancionar a lei de criação da nova universidade.

Mercadante também nomeou Iracema Santos Veloso como reitora da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB). As duas universidades têm previsão de começar a funcionar em setembro de 2014, com as primeiras aulas inaugurais.

A Ufesba terá reitoria em Itabuna e campi neste município, além de Teixeira de Freitas e Porto Seguro.

Iracema Veloso foi nomeada para a UFOB.
Iracema Veloso foi nomeada para a UFOB.

Já a UFOB terá como sede Barreiras. Naomar e Iracema são professores da Universidade Federal da Bahia (Ufba), instituição tutora das duas novas universidades.

O sul-baiano Naomar de Almeida Filho é formado em medicina e possui mestrado em saúde pública e doutorado em epidemiologia, dentre outros títulos. Foi reitor da Ufba por oito anos. Iracema Veloso é professora da Escola de Nutrição da Ufba e foi pró-reitora de planejamento da universidade federal tutora da Ufob.

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O Conselho Acadêmico de Ensino (CAE) da Universidade Federal da Bahia (Ufba) aprovou nesta quarta-feira (19) o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) como método único de seleção.
Com a decisão, a partir do primeiro semestre de 2014, os novos alunos que ingressarão em todos os cursos de graduação da universidade serão selecionados pelo Sisu, após realizarem a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Os cursos que requerem comprovação de habilidade específica podem ter uma avaliação adicional, o que ainda será analisado pelas respectivas unidades de ensino.
Em ofício divulgado no site da Ufba, a reitora Dora Leal Rosa justifica a adoção do sistema: “a avaliação de nossa experiência com o vestibular deste ano, em que adotamos o Enem como primeira fase, nos mostra claramente que não se justifica a realização da segunda fase”. Informações do Ibahia.

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Felipe de PaulaFelipe de Paula | felipedepaula81@gmail.com

Duas alunas minhas, do sertão alagoano, estão em Portugal, na Universidade de Coimbra. Outros tantos pensam em pós-graduações. Vislumbram ser professores da casa, em sua região, revolucionar escolas, seus espaços. Enxergam novos horizontes.

Vivemos um período de reconfiguração da noção de educação e conhecimento. Há um tempo, não muito distante, a oportunidade de possuir conhecimento era para muito poucos. Pierre Lévy, filósofo tunisiano radicado no Canadá, faz perfeita analogia: antes, a busca pelo conhecimento assemelhava-se a escalada de uma pirâmide. De uma base larga, iam estreitando os espaços e, consequentemente, o acesso. Poucos chegavam ao topo. Hoje, complementa ele, a busca pelo saber é semelhante ao surfe, onde em meio a um mar revolto, repleto de informações, devemos nos equilibrar e fazer guinadas de direção em busca daquilo que nos serve. E, o principal, aí já reflexão nossa, o mar possibilita espaço amplo, acesso irrestrito.
Vive-se o tempo do conhecimento livre. Como Thomas Friedman afirmou em recente artigo: todo conhecimento está no Google. Não importa o que você sabe, mas o que você pode fazer com o que você sabe. Disso concluímos que o papel do educador também se reformula. Não se admite mais a ideia de um professor soberano, dono de todo o conhecimento. Este deve ser um mediador, um debatedor, um monitor no direcionamento do aluno rumo ao saber – construído em conjunto, em debates, em diálogos.
Essa nova configuração da educação oferece alguns incômodos. Aqueles que estavam habituados a dispor de diferencial na sociedade por possuírem o monopólio do conhecimento passam a conviver com a sensação de ter seu domínio ameaçado. Aí, observamos o professor que não sabe lidar com as questões de seu aluno. Aí, observamos também o incômodo com a ampliação do acesso às universidades, com a sua interiorização, com as cotas.
Os rumos das políticas públicas da educação superior brasileira é assunto incendiário. Vozes se levantam contra a inserção de alunos oriundos de escolas públicas através da reserva de vagas. Baixarão o nível da universidade brasileira! Criarão um sistema bi-racial! Os cotistas não conseguirão acompanhar o nível! Isso não se confirmou.
Tomando o exemplo da UFBA, já se vão oito anos da implantação e os índices quali-quantitativos da universidade só têm crescido. Já no primeiro vestibular com as cotas (2005), a diferença de índice não chegou nem a cinco décimos. Nível mantido, porém com inclusão. E o mesmo ocorre se observarmos qualquer universidade.
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A reunião de trabalho da Comissão de Implantação da Universidade Federal do Sul da Bahia (Ufsba) terminou há pouco. O encontro definiu os municípios da área de abrangência do campus itabunense da Ufsba que serão contemplados com Colégios Universitários (CUNIs).
Os colégios serão instalados em municípios-polo que agrupem mais de 20 mil habitantes e serão portas de entrada na Ufsba. O modelo é elogiado por assegurar a incluisão de alunos dos municípios regionais na universidade federal, conforme o presidente da Associação dos Municípios do Sul, Extremo-Sul e Sudoeste da Bahia (Amurc), Lenildo Santana. A entidade e a prefeitura de Itabuna foram as organizadoras da reunião de hoje.
MUNICÍPIOS CONTEMPLADOS
Na área do campus da Ufsba em Itabuna, os municípios contemplados serão Itabuna, Ilhéus, Ibicaraí, Canavieiras, Una, Itacaré, Ubaitaba, Itajuípe, Coaraci, Ibicaraí, Buerarema e Camacan. Cada colégio oferecerá 200 vagas para alunos.
A reunião de hoje, em Itabuna, foi considerada proveitosa pelo dirigente da comissão de implantação da Ufsba, Naomar Oliveira, ex-reitor da Universidade Federal da Bahia (Ufba). Sul-baiano de nascimento, ele deverá ser recomendado como reitor pro tempore da Ufsba.
A reunião serviu, também, para tratar de questões como localização do campus itabunense. A comissão criada pelo município ainda encontra dificuldades para definir o terreno ideal para construir a Ufsba, como deixou claro em artigo especial no PIMENTA o vice-prefeito Wenceslau Júnior (confira aqui). Tanto o vice-prefeito como o prefeito Claudevane Leite participaram da reunião desta manhã em Itabuna.
A reunião desta segunda foi promovida pela comissão, prefeitura de Itabuna e Associação dos Municípios do Sul, Extremo-Sul e Sudoeste da Bahia (Amurc).

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Da Agência Brasil
Brasil tem 12 universidades entre as 500 melhores do mundo, de acordo com o Ranking Web of Universities ou Webometrics, divulgado pelo Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC), ligado ao governo espanhol e dedicado ao fomento da investigação científica e tecnológica. O levantamento é baseado no impacto que as publicações científicas das instituições de ensino têm na internet. Das universidades brasileiras até a 500º posição, todas são públicas, sendo nove federais e três estaduais.
O primeiro lugar brasileiro coube à Universidade de São Paulo (USP), que ocupa o 19º lugar geral. A USP foi seguida pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS (129º), Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP (177º), Universidade de Brasília – UnB (181º), Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC (205º), Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ (241º), Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG (254º), Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – Unesp (294º), Universidade Federal Fluminense – UFF (312º), Universidade Federal do Paraná – UFPR (364º), Universidade Federal da Bahia – UFBA (444º) e Universidade Federal do Ceará – UFCE (482º).
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Reitora (de óculos) e comissão apresentam projeto a Wagner (Foto Mateus Pereira).
Reitora (de óculos) e comissão apresentaram projeto a Wagner (Foto Mateus Pereira).

Se tudo caminhar como programado – e prometido!, as primeiras aulas inaugurais da Universidade Federal do Sul da Bahia (Ufsba) devem ocorrer no próximo ano. Essa foi a previsão dada ao governador Jaques Wagner, hoje, 3, pela reitora Dora Leal, da Universidade Federal da Bahia (Ufba), e pelo presidente da comissão de instalação da Ufsba, Naomar Almeida Filho.
Em Itabuna, a comissão de instalação e o novo governo ainda definem o local da Ufsba. O município será sede da reitoria da futura instituição de ensino e foi escolhido para abrigar um dos três campi.
Os demais serão Porto Seguro e Teixeira de Freitas, no extremo-sul do Estado. Clique no “leia mais” e conheça um pouco do projeto pedagógico e formas de acesso aos cursos que serão oferecidos pela Ufsba. Leia Mais

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A sul-baiana Uesc teve bom desempenho no IGC do MEC ao obter conceito 4.

O Ministério da Educação divulgou o índice que mede a qualidade do ensino superior no País, o IGC (Índice Geral de Cursos). Nenhuma universidade baiana conseguiu atingir o conceito máximo, 5, mas quatro delas estão obtiveram conceito 4, considerado bom.

São elas as universidades federais da Bahia (Ufba) e do Recôncavo Baiano (UFRB) e a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), além da Unime, que é privada. A FTC de Itabuna obteve conceito 3, considerado satisfatório pelo MEC. A escala vai de 1 a 5.

Foram avaliados  8.665 cursos em todo o País. Os índices são obtidos por meio de avaliações de estrutura e formação do corpo docente e a média dos alunos dos semestres iniciais e dos finais.

De acordo com análise do ministro da Pasta, Aloizio Mercadante, “houve evolução na qualidade da educação superior brasileira nos últimos anos”.

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A Capes rebaixou o conceito do mestrado em Cultura e Turismo da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) e os 16 alunos aprovados em seleção para início das aulas neste semestre só neste semana foram informados da suspensão do curso, que acabou descredenciado pelo Ministério da Educação (MEC).

Ainda havia uma esperança de abertura da turma, mas a Uesc perdeu recursos de revisão de nota por parte da Capes. O curso de pós-graduação foi implantado em março de 2001 com a chancela da Ufba e até o ano passado tinha o status de recomendado pela Capes.

A Capes ( Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) é o órgão avaliador de cursos de mestrado e doutorado no Brasil.

O rebaixamento teria a ver com a falta de publicações científicas por parte dos professores do mestrado, conforme explicação do próprio colegiado. Dos 10 professores do curso, apenas quatro teriam obtido notas satisfatórias em relação à publicação de artigos.

Os 16 aprovados na seleção realizada ao final do semestre passado prometem acionar a Justiça. Eles lembram que, ainda em dezembro, após a divulgação da lista, a coordenação do curso despachou email afirmando que as aulas, provavelmente, começariam em junho.

A esperança deu lugar à frustração. Os aprovados foram comunicados da suspensão de novas turmas. “Os alunos protocolaram pedido de esclarecimento, por escrito, ao reitor e ao colegiado”, diz a publicitária Janete Morais, aprovada na seleção.

Janete lembra que a turma tinha casos de pessoas que deixaram emprego ou remanejaram horário de trabalho para cursar a pós em Cultura e Turismo, já que o curso exigia dedicação de 40 horas semanais.

De acordo com informações de ex-alunos, o mestrado em Cultura e Turismo entrou em dificuldades desde o momento em que perdeu a chancela da Ufba, em 2007. Imaginava-se um curso já estruturado. A avaliação da Capes mostrou que não.

Atualizado às 11h25min

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O TREM DE ASCENSO FALA E SE FAZ OUVIR

Ousarme Citoaian
“Ascenso, me mande um cartão!”, diz Antônio Maria em homenagem (Frevo nº 3 do Recife, aqui apresentado), ao primeiro poeta de quem me lembro ter lido na infância: Ascenso Ferreira (foto). Gosto muito de Trem de Alagoas: “O sino bate,/ o condutor apita o apito,/ solta o trem de ferro um grito,/ põe-se logo a caminhar”. Penso que é poema para ser analisado em sala de aula, tal a opulência estilística que oferece. O trem, por exemplo, é humanizado, “fala” e, no seu discurso, se faz ouvir (personificação) “- Vou danado pra Catende,/ vou danado pra Catende,/ vou danado pra Catende,/ com vontade de chegar”.

DE MANGABAS MADURAS E MAMÕES AMARELOS

Ao descrever o velho trem de ferro rasgando a zona da mata pernambucana, o poeta produz poderosas aliterações, de início com “Mergulham mocambos/ nos mangues molhados,/ moleques, mulatos/ vêm vê-lo passar” e, logo em seguida, “Mangabas maduras,/ mamões amarelos,/ mamões amarelos,/ que amostram molengos/ as mamas macias/ pra a gente mamar”. Em alta velocidade (“Vou danado pra Catende, /vou danado pra Catende…”), o trem avança para o interior e o poeta se lamenta dos deixados no litoral: “Adeus morena/ do cabelo cacheado” é verso que não requer rima, pungente no seu toque de saudade e perda amorosa.

NA HORA DE TRABALHAR PERNAS PARA O AR

A poesia de Ascenso Ferreira (1895-1965) é simples e límpida como água da fonte, pura e receptiva como uma canção de ninar. Expressa-se na língua do povo, fala de coisas e vivências do homem comum. Distanciado do hermetismo do seu conterrâneo João Cabral de Melo Neto, ele bebeu (e aqui há um trocadilho pouco sutil) nas ruas do Recife, ouviu sua gente e com ela aprendeu a ser poeta. Como no poemeto Filosofia (uma celebração do dolce far niente que o Brasil inteiro recita): “Hora de comer – comer! Hora de dormir – dormir! Hora de vadiar – vadiar! Hora de trabalhar? – Pernas pro ar, que ninguém é de ferro.”

AO REITOR, O TRATAMENTO MAIS CHARMOSO

Não creio que haja palavra com maior carga de cerimônia do que reitor – tanto assim que ela é precedida de “Magnífico”, para não me deixar mentir. Vão dizer que o Papa é chamado de Sua Santidade, o que não é mentira nem pouca coisa, porém considero Magnífico bem mais litúrgico. Mas quem foi Magnífico nem sempre o será, assim se entende num dos maiores jornais diários de Itabuna, tendo preferido atropelar esse cerimonial arcaico e dizer que “Naomar Monteiro vai palestrar em Buerarema”. Rápido e, sobretudo, rasteiro. Pareceu-me condenável intimidade com o ex-Magnífico Reitor da Ufba. Porém, isto não é grave. Grave mesmo é afirmar que ele vai… “palestrar”.

PALESTRAR NÃO É DIFERENTE DE TAGARELAR

Perlustro os dicionários (penitência que a mídia, cristamente, me impõe) e nada encontro sobre tal novidade. O que lá vejo, humildemente confesso, já sei desde tempos imemoriais: palestrar é bater papo, tagarelar,  jogar conversa fora, cavaquear, prosear – o informal, enfim. Quando essa atividade se reveste de ar solene (como no caso referido), fazendo-a irmã da conferência, diz-se em língua portuguesa “fazer palestra”.  Há alguns anos a Folha de S. Paulo, especialista na criação de bobagens, popularizou a expressão “dar palestra” (logo adotada pelos macaqueadores). Dispensável, porém menos ociosa do que “palestrar”.

FAZER PALESTRA É PRECISO; PALESTRAR, NÃO

O ex-Magnífico Reitor Naomar Monteiro de Almeida Filho é de Buerarema, vindo a ser irmão do prefeito de lá. Então, é natural que ele palestre com os conterrâneos orgulhosos de sua carreira profissional e, claro, com senhoras que o viram nascer. Por certo, alguém tagarelará, com justiça, a propósito da vida honrada e exemplar que teve seu pai, Naomar Monteiro de Almeida (político e também professor), em Buerarema e Itabuna.  Mas ele só palestrará a intervalos, caso lhe sobrem momentos bastantes para isso. Sua prioridade será fazer palestra sobre os compromissos da educação. Palestrar mesmo, só se o tempo lhe for generoso.

COMENTANDO OS COMENTÁRIOS DO “UNIVERSO”

Desde o começo, optei por participar dos comentários dos leitores, que, na imensa maioria das ocasiões têm sido muito generosos comigo. Desdenhar postagens tão elegantes seria (além de cabotinismo elevado ao cubo) fraqueza maior do que confessar que elas me fazem grande bem à alma (que querem? Mesmo que às vezes sugira o contrário, pertenço, sim, à raça humana, logo, não sou refratário a elogios que pareçam sinceros). Estes quase prolegômenos são para anunciar minha presença nos comments rotineiramente, todas as terças-feiras, a partir desta semana. Os comentários postados até a tarde daquele dia (e que requeiram alguma observação minha) serão respondidos à noite. Muito obrigado.

TEMPO EM QUE DA TELA NÃO JORRAVA SANGUE

O cinema já foi mudo, quem diria, e da tela não jorrava sangue. Em 1960, em plena febre do Tecnicolor, Psicose foi feito em P&B, para evitar que o público se chocasse com a cena do chuveiro (Hitchcock, um monsieur, recusou-se a promover um banho de sangue no seu filme – e me legou a possibilidade deste trocadilho). Depois, vieram os açougueiros, as serras elétricas, as espingardas e o sexo desabrido. Dia desses, incauto, assisti a uma chamada de telenovela que me deixou perplexo, e perplexo ainda estou: o sujeito, sem alerta prévio para tirarmos as crianças da sala, pespegou na mocinha um beijo tão bem pespegado que quase arranca, sem anestesia, as amídalas da pobre coitada.  Bons tempos, estes.

ROMANCE, COMÉDIA, MÚSICA, CANTO E DANÇA

Cantando na chuva (Stanley Donen-Gene Kelly/1952) nada tem a ver com a mistura sangue-sexo que inunda (ops!) nossas telas. É repleto de tons, do romance à comédia, com primorosas cenas de música, canto e dança, retratando a dificuldade de adaptação do cinema à linguagem falada (dos artistas passou-se a exigir, além de talento para representar, boa voz). Talvez seu único rival seja Sinfonia de Paris (1951), com aquele balé de 17 minutos como grand finale e uma penca de seis Oscar. Mas foi justo: Gene Kelly em plena forma, música de Gershwin, direção de Vincent Minelli e, como moldura, o melhor lugar do mundo, Paris, França. Eu prefiro Cantando…, só por subjetividades que um cavalheiro não explicaria, nem sob tortura.

COM O CINEMA FALADO, HOLLYWOOD FERVEU

Em 1927, Hollywood ferve. O cinema, que até então tinha em sua essência a representação muda, apenas com legendas e pianistas ao fundo (no Brasil, ficaria famoso Ernesto Nazareth e seu Odeon/1912), teve que se adequar à nova exigência do mercado. Não foi fácil, com muitos profissionais reagindo à mudança, perda de emprego, boicotes e até suicídios. Charles Chaplin esteve entre os que não gostaram da novidade. Cantando…, citado entre os melhores filmes de todos os tempos, tem sua ação nesse ambiente ensandecido. Além de Kelly, destacam-se Donald O’ Connor e Debbie Reynolds (na foto, ao lado de Gene Kelly), com apenas 19 anos (e em seu melhor papel, segundo a crítica), além de Jean Hagen, impagável como a loura burra e de péssima voz. No vídeo, Gene Kelly faz um apaixonado, numa cena inesquecível.
(O.C.)
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A historiadora grega Katia Mattoso, 78, doutora honoris causa da Universidade Federal da Bahia (Ufba), faleceu nesta manhã de terça-feira (11), em Paris, na França. À Katia, que morou e teve filhos na Bahia, é atribuída a formação de inúmeros historiadores. Ainda é desconhecida a causa da morte da historiadora.

Há pouco, o governador Jaques Wagner emitiu nota lamentando a perda. O governador diz que ela era dona de percepção privilegiada do processo histórico baiano e, assim, “soube, como poucos, investigar e compreender as origens da Bahia que somos hoje”. Por fim, Wagner ressalta o duradouro legado da historiadora.

Dentre as obras de Katia, está Bahia no século XIX – uma província no Império, publicado pela Nova Fronteira. A professora também era titular da cadeira de História do Brasil na Sorbonne.

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Paulo Fábio Dantas é o coordenador do evento

O cenário pós-eleições no Nordeste será tema de debate no XII Simpósio ObservaNordeste, que acontece nos próximos dias 2 e 3 de dezembro, das 9 às 18 horas, na Faculdade de Filosofia da Ufba, em Salvador.
O evento, aberto ao público, tem a coordenação do cientista político Paulo Fábio Dantas e contará com a participação de conferencistas de diversos estados nordestinos, abordando temas como “Os Sentidos do Voto” e “Análises de conjuntura – visões da Ciência Política e do Jornalismo”.
A promoção do simpósio é da Fundação Joaquim Nabuco, Diretoria de Pesquisas Sociais da Ufba, Faculdade de Filosofia e Centro de Recursos Humanos, com o apoio da Assembleia Legislativa e do Instituto Integro.

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NUM SÓ DIA, DUAS PEDRADAS NOS JORNAIS

Ousarme Citoaian

No mesmo fim de semana, recebo duas pedradas, vindas de veículos diferentes, mas igualados no mesmo desleixo com a linguagem. Um dos principais diários de Itabuna estampa no alto da página: “Gisnática Laboral em alta no setor empresarial”; e o dito mais importante jornal do Nordeste, de Salvador, saiu-se com esta pérola, também num título: “O medo não é só da mulher. Não tem haver com gênero”. Um caso, além dessa incômoda gisnática, tem o agravante da rima (“laboral-empresarial”), o que já condenaria o título. O outro (pela relevância do jornal) é ainda mais grave.

OS ERROS NOS ESPREITAM TODO O TEMPO

Quem conhece, mesmo sem aprofundar-se, a rotina de uma redação sabe que os erros nos espreitam todo o tempo. Mas há erros e erros (até já abordamos aqui os famosos erros de digitação, outrora chamados erros de imprensa). Escrever gisnática (em vez de ginástica) é erro de digitação, ao levar o “s” para um lugar estranho. É acidente de trabalho que precisa ser atendido pelo próprio redator, o editor ou por um profissional em extinção, chamado revisor). Nada justifica (principalmente em letras grandes) que chutes na canela cheguem às bancas e atinjam leitores incautos.

DIFERENÇA ENTRE ACIDENTE E IGNORÂNCIA

Mais difícil ainda é aceitar como “normal” que um redator (muito provavelmente com formação universitária) grafe tem haver em lugar de tem a ver, pois aqui não se trata de simples derrapagem a que todos temos direito, mas de ignorância crassa de princípios elementares de língua portuguesa. Como disse um cínico, “herrar é umano”, mas se a gente usa mais a borracha do que o lápis, é preciso desconfiar. Não entendo que um grande jornal tenha o direito de cometer erros desse nível. Em qualquer boa escola de segundo grau essa construção receberia um zero bem grande e redondo.

A LEI DE LAVOISIER NO TEXTO LITERÁRIO

O crítico Hélio Pólvora compara a literatura a uma olimpíada, afirmando que “na boa literatura a lanterna de Diógenes passa de mão em mão, como tocha olímpica”. O autor de Itinerários do conto acrescenta que as consequências desse caminhar da tocha “são as aparentes imitações, que, na verdade, aproximam temperamentos, sensibilidades, experiências comuns”. Passando de uns para outros, a arte recebe acréscimos que a engrandecem, de sorte que nada é propriamente novo, mas transformado, uma espécie de Lei de Lavoisier. Por mais criativo que pareça o autor (foi assim que entendi), sempre há alguém que o inspirou e motivou.

O TEXTO RESULTA DE TRABALHO COLETIVO

Para Hélio, nada acontece por acaso em literatura, sendo esta uma obra de arte coletiva. “Para cada grande escritor que surge (…) em língua portuguesa, haverá sempre uma geração ou mais de escritores diversos que prepararam alicerces às suas descobertas”, afirmou o crítico em 1985, em palestra na Universidade Federal da Bahia. Por ser a literatura um trabalho “de equipe”, matéria que se transforma ao longo da existência, ao agregar autores diversos, ela cria dificuldades extras para os não iniciados, como eu. É muitas vezes torna-se difícil separar a homenagem e a deslealdade: citação e pastiche, referência e plágio .

A OLAVO BILAC O QUE É DE OLAVO BILAC

Tenho consciência de que a citação possa, diante de leitores menos atentos, soar como apropriação indébita, mesmo assim a uso. Há pouco, empreguei aqui, sem aspas nem nada, a expressão “nasceu pequeninho, como todo mundo nasceu”, uma referência (tomara que) óbvia a Caymmi; também reproduzi, aspeado, o verso “[Em que Camões] chorou no exílio amargo, o gênio sem ventura e o amor sem brilho”, citação intencional clara do soneto “Língua portuguesa”, de Olavo Bilac. Não me apropriei de produção alheia, apenas considerei que os leitores não exigem bula, e precisam ter sua inteligência respeitada. Mas vou tomar mais cuidado.

MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE ANTÔNIO OLINTO

O jornalista João Lins de Albuquerque (foto), ex-chefe da Divisão de Língua Portuguesa da Rádio das Nações Unidas (ONU) em Nova York, tem na praça o livro Antônio Olinto – memórias póstumas de um imortal. É uma entrevista com o mineiro Antônio Olyntho Marques da Rocha (Ubá/MG 1919-Rio/RJ 2009), de quem extraiu histórias magníficas. Intelectual dos mais aparelhados que o Brasil produziu, Olinto (vejam que ele “consertou” o pernóstico Olyntho) brilhou em várias atividades, sobretudo a de professor: latim, português, história da literatura, francês, inglês e história da civilização. Seu livro Jornalismo e Literatura foi adotado em diversos cursos de jornalismo..

NOME QUE DISPENSA APRESENTAÇÕES

Antônio Olinto (foto) é uma das melhores justificativas para o lugar-comum “dispensa apresentações”. Como “apresentar” alguém que foi, com invulgar entusiasmo, professor, jornalista, crítico literário, autor de dicionários e de gramática, ensaísta, autor de literatura infantil, acadêmico (ocupou a Cadeira nº 8 da Academia Brasileira de Letras), contista, romancista, poeta – e ainda encontrou horas vagas para se dedicar às artes plásticas? É melhor não identificá-lo por nenhuma dessas habilidades, pois qualquer delas nos levaria ao pecado da omissão. Chamemo-lo, simplesmente, de Antônio Olinto. Para quem o conhece deve ser suficiente.

MURUCUTUTU, SAFADO, LUPANAR E SAUDADE

Em matéria para O Globo, Olinto perguntou a dez escritores, por telefone, qual era a palavra mais bela da língua portuguesa. Guimarães Rosa escolheu murucututu, segundo ele, uma corujinha amazônica, afirmando que “nenhum país tem uma palavra tão bonita quanto esta, cinco ´us´ numa palavra só”. Jorge Amado (foto), provocador, preferiu safado (de Safo, a poeta grega), mas Roberto Marinho vetou a publicação, o que levou o escritor a escolher outra: lupanar. “Pior ainda!”, lamentou Olinto, pois esta é que não seria publicada mesmo. Ele disse que lupanar é uma palavra bonita, mas que safado era de “um mau gosto atroz”. A vitoriosa no concurso de Globo foi… saudade.

PALAVRAS COM SEDUÇÃO E ENCANTO

Para Antônio Olinto, alegria era a palavra mais bonita da língua portuguesa. Ele conta que, em Londres, viu uma casa em cuja fachada estava escrito: “Alegria”. Sem pensar duas vezes, tocou a campainha, ouvindo de um inglês meio atônito a explicação: “Eu morei no Brasil um bom tempo e achava a palavra alegria tão bonita que, quando voltei, resolvi decorar a entrada da minha casa com ela!”. Eu tenho cá comigo algumas palavras que acho muito bonitas: encanto e sedução, por exemplo. E você, quer entrar no jogo e dizer quais as duas palavras que mais o seduzem ou encantam na língua portuguesa? Parece que cometi um trocadilho…

“FASCINANTE” CANÇÃO QUE VIROU MANIA

Fascinação enraizou-se na MPB a ponto de a gente nem lembrar que ela é francesa. De 1905, a canção só chegou à língua portuguesa em 1943, na versão de Armando Louzada, gravada por Carlos Galhardo. Foi mania nacional, aliás, mundial: teve registros de Dinah Shore, Nat King Cole, Jane Morgan (para o filme Amor na tarde, de 1957), Connie Francis, Dean Martin, Edith Piaf, Pat Boone, Demis Roussous. Entre nós, foi entoada, além de Galhardo, por Nana Caymmi, Agnaldo Rayol, Francisco Petrônio, José Augusto, Agnaldo Timóteo, Jorge Vercillo e até por uma dupla chamada Sandy e Júnior .
</span><strong><span style=”color: #ffffff;”> </span></strong></div> <h3 style=”padding: 6px; background-color: #0099ff;”><span style=”color: #ffffff;”>E FRED JORGE CRIOU CELLY CAMPELLO!</span></h3> <div style=”padding: 6px; background-color: #0099ff;”><span style=”color: #ffffff;”>No auge do sucesso, em 1965, a música teve uma versão no Brasil, gravada por Agnaldo Timóteo. Como costuma ocorrer com as

A GRANDE VOZ DA NOVELA “O CASARÃO”

Em 1976, quando ninguém mais queria saber de Fascinação, a música foi incluída no álbum Falso Brilhante, de Elis Regina, e daquele momento em diante tornou-se um dos temas românticos mais presentes no repertório da cantora – com a luxuosa ajuda das novelas O Casarão/1976 e O profeta/2006, ambas da Globo, de que fazia parte da trilha sonora. Mais tarde, com sua reconhecida criatividade, o SBT também teve Fascinação como tema (e título) de novela, só que na voz de Nana Caymmi. Tem mais: em 2007, com a letra em francês, o tema foi usado em Piaf – um hino ao amor, filme baseado na vida de Edith Piaf.

VERSÃO CORRIGIU FRAQUEZAS LITERÁRIAS

Canção de amor desesperado, bem ao feitio das escolhas de Piaf, a versão brasileira é “leve”, e poeticamente mais consistente, no estilo dos nossos letristas românticos. (curiosidade: nos mais de 30 versos de  Fascination não há esta palavra nem uma vez). As fraquezas literárias saltam logo nos primeiros versos: Je t’ai rencontrée simplement/ Et tu n’as rien fait pour chercher à me plaire (algo como “Eu lhe encontrei simplesmente/ E você nada fez para tentar me agradar”). Louzada corrigiu isto, com o lirismo de “Os sonhos mais lindos sonhei/ De quimeras mil um castelo ergui”. Com (letrista) brasileiro não há quem possa. Clique e veja/ouça.

(O.C.)