Pesquisa vai avaliar sequelas da Covid-19 na população brasileira || Foto Marcelo Camargo/ABr
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O Ministério da Saúde iniciou nesta segunda-feira (11) a segunda fase da coleta de dados de um estudo de base populacional sobre a covid-19 no Brasil. Durante o mês de março, serão realizadas visitas domiciliares a 33.250 pessoas que tiveram a doença e que residem em 133 municípios brasileiros. O objetivo, segundo a pasta, é levantar dados para subsidiar a criação de políticas públicas direcionadas ao tratamento das chamadas condições pós-covid ou covid longa, classificadas como sequelas da doença.

O estudo, denominado Epicovid 2.0: Inquérito nacional para avaliação da real dimensão da pandemia de Covid-19 no Brasil, é coordenado pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente e encomendado à Universidade Federal de Pelotas. Em nota, o ministério destacou que, até o momento, não existem estimativas nacionais sobre o impacto da doença a longo prazo. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 20% das pessoas infectadas, independentemente da gravidade do quadro, desenvolvem condições pós-covid.

A expectativa do ministério é que o período de coleta dos dados dure entre 15 e 20 dias. A pesquisa usará informações de 250 cidadãos de cada um dos municípios selecionados que já fizeram parte das quatro rodadas anteriores do trabalho científico, em 2020 e 2021. Para isso, equipes de entrevistadores visitarão as residências para ouvir os moradores sobre questões centradas em pontos como vacinação, histórico de infecção, sintomas de longa duração e efeitos da doença sobre o cotidiano.

“Todos os participantes serão selecionados de forma aleatória, por sorteio. Somente uma pessoa por residência responderá ao questionário”, destacou a pasta, ao citar que, diferentemente das primeiras etapas do estudo, na fase atual, não haverá qualquer tipo de coleta de sangue ou outro teste de covid. Também participam da pesquisa a Universidade Católica de Pelotas, a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

ENTREVISTADORES IDENTIFICADOS

Todas as entrevistas serão realizadas pela empresa LGA Assessoria Empresarial, contratada pelo ministério. “Os profissionais que farão o contato direto com os moradores para a coleta dos dados receberam treinamento e estarão devidamente identificados com crachás da empresa e coletes brancos com as marcas da UFPel, da Fundação Delfim Mendes Silveira (FDMS) e da LGA”, destacou a pasta.

Para auxiliar com o processo de divulgação e esclarecimento da população, as prefeituras das 133 cidades envolvidas no estudo foram comunicadas do trabalho – por meio de suas secretarias municipais de Saúde – e participaram de reunião online com o epidemiologista Pedro Halla, coordenador da pesquisa, e integrantes do ministério. A orientação é que, em caso de dúvidas, os moradores entrem em contato com as prefeituras.

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Entrevistadores contratados pelo Centro de Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e Ibope Inteligência começarão em Itabuna, na próxima quinta (27), a próxima fase da pesquisa que estuda a prevalência da covid-19 no país. No município, os entrevistadores irão novamente visitar residências e convidar os moradores para aplicação do teste rápido de detecção da doença.

O objetivo do projeto Evolução da Prevalência de Infecção por Covid-19 no Brasil (Epicovid-19), que está na quarta fase, é conhecer a taxa de contaminação da doença na população local. O período de visitas para aplicação dos testes vai até o próximo dia 30. O resultado do teste sai em 15 minutos.

Cerca de 250 testes deverão ser aplicados em moradores de diferentes localidades do município. Contratado pelo Ministério da Saúde, o trabalho é feito com o apoio da Prefeitura. Todos os entrevistadores estão devidamente identificados e com proteção exigida pelos protocolos do período pandêmico.

Entrevistadores aplicam questionário e teste rápido para covid-19 || Foto Marcos Sandes
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A partir desta quinta (4), Itabuna recebe a segunda etapa da pesquisa EPICOVID19-BR, que aponta a proporção de casos de coronavírus no Brasil. Moradores de diversos bairros da cidade poderão receber a visita de entrevistadores do Ibope, que atuarão em parceria com a Prefeitura de Itabuna, por meio da Secretaria Municipal de Saúde.

As visitas devem ocorrer até sábado (6). Caso o número de entrevistas mínimo não seja atingido neste período, a coleta poderá ser estendida, segundo informou o município. Itabuna foi uma das 133 cidades escolhidas pelo estudo financiado pelo Ministério da Saúde e desenvolvida pela Universidade de Pelotas (UFPel). No total, 250 pessoas serão abordadas aleatoriamente. A terceira e última fase ocorrerá 14 dias após o término da ação desta semana.

“É muito importante que os moradores recebam os pesquisadores e aceitem participar do estudo. Além de ficar sabendo o resultado do exame, cada participante contribui com dados que serão fundamentais para a definição de estratégias de enfrentamento da pandemia com base em evidências científicas”, diz a epidemiologista Mariângela Freitas da Silveira, que integra a coordenação do estudo.

A pesquisa EPICOVID19-BR, coordenada pela UFpel com financiamento do Ministério da Saúde, é o maior estudo populacional do mundo a estimar a prevalência de coronavírus e avaliar a velocidade de disseminação do contágio pela doença. A primeira etapa, realizada entre os dias 19 e 21 de maio, forneceu as primeiras evidências sobre o percentual de pessoas com anticorpos na população de 90 cidades brasileiras. Para cada diagnóstico confirmado, o estudo estimou que existem ao redor de sete casos reais não notificados. Os números somam 760 mil pessoas que têm ou já tiveram o coronavírus, contra o total de 104.782 casos notificados nessas cidades.