Vanusa Santos Flores morre em São Paulo
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A cantora Vanusa faleceu, na madrugada deste domingo (8), na casa de repouso em Santos (SP), onde estava morando há mais de 2 anos. Vanusa Santos Flores era de Cruzeiro, município do interior de São Paulo.

Por meio de nota, a assessoria de imprensa da artista disse que um enfermeiro percebeu que Vanusa estava sem batimentos cardíacos por volta das 5h30min da manhã. Imediatamente chamaram uma unidade móvel de pronto atendimento (UPA) que constatou insuficiência respiratória como a causa da morte.

A assessoria informou que ontem Vanusa teve um dia muito feliz com a visita da Amanda, a filha mais velha. Cantou, brincou, riu, se alimentou bem. Nos últimos anos, a cantora teve depressão e ficou muito debilitada devido a problemas gerados pelo uso de medicamentos tarja preta em excesso.

De agosto a setembro deste ano, a cantora esteve internada no Complexo Hospitalar dos Estivadores. O filho caçula Rafael Vannucci está viajando para São Paulo para tratar dos trâmites do enterro e mais informações serão repassadas no final do dia.

CARREIRA
Vanusa Santos Flores nasceu em 22 de agosto de 1947, na cidade de Cruzeiro, estado de São Paulo, sendo criada nas cidades mineiras de Uberaba e Frutal. Aos 16 anos, tornou-se vocalista do conjunto Golden Lions. Em uma das apresentações foi ouvida por Sidney Carvalho, da agência de propaganda Prosperi, Magaldi & Maia, que a convidou para ir a São Paulo. Saiba mais sobre a cantora em leia mais.

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A PAIXÃO, SEGUNDO MARIA LUIZA NORA

Ousarme Citoaian

Muitos se acham tocados pela força da poesia e, em função de tal canto de sereia, afoitamente se atiram nas águas revoltas desse gênero, às vezes com resultados funestos. Maria Luiza (Baísa) Nora, que acaba de lançar A ética da paixão, recusou-se à aventura a que tantos imprudentes se lançam e escolheu o caminho “clássico”: antes de escrever, leu. Talvez seja importante dizer isto, como forma de entendermos o porquê de A ética… não parecer artigo de principiante. É que Baísa (foto) se mantém distante da sintaxe tatibitate de uns que impunemente (quem sabe, impudentemente) se dizem poetas; ela sequer tangencia o ridículo em que mergulham os incautos “bafejados” pelas musas.

POÉTICA QUE ABRE AS PORTAS DA ALMA

“Vítima” de uma autora com refinadas leituras de prosa e verso, seria impossível a A ética da paixão não refletir Fernando Pessoa, Neruda e (destacados por Patrícia Pina, em parecer acostado ao livro) Camões, Vinícius, Chico Buarque, Cartola, Álvares de Azevedo. Pessoalmente, imagino Baísa Nora assemelhando-se a Florbela Espanca: poética confessional, corajosa, ousada, de uma ousadia tal que abre as portas da alma e escancara um misto de desenfreado sofrimento e intenso gozo. Um espectro que abrange a angústia e a paz, o “ridículo” das revelações íntimas (à Álvaro de Campos) e a tragédia inevitável das rupturas afetivas, sempre portadoras dores lancinantes.

O CORPO PARA DIVIDIR, NÃO PARA DOAR

Baísa Nora revela a plena mulher ocidental do seu tempo, em oposição àquele antigo objeto de prazer do outro, mas nula em si mesma. Seu cantar é erótico, afetivo, protetor, possessivo, provocador, provocante, às vezes de mãe, muitas de amante, atrevido sempre. É a voz da mulher-cidadã, que se reconhece dona do seu corpo e pronta a dividi-lo, nunca a doá-lo. A ética… não é  o cometimento de versos piegas que o tema motiva, mas grito universal e maduro sobre a paixonite aguda e outras moléstias do ser humano, “versos tintos do rubro da paixão, do roxo das saudades e nostalgias, do rosa de ardentes crepúsculos, do amarelo de outonos desfolhados”, na leitura permanentemente lúcida da ensaísta Margarida Fahel.

ALGUÉM DIZ “MINISTÉRIO DE SAÚDE”?

“O secretário de Saúde está em dificuldades”, diz o jornal.  Ou seria “O secretário da Saúde está em dificuldades”? O correto é “de” ou “da”? Ambas as formas, afirmam os filólogos, são bem-vindas. O “da” tem sabor mais clássico, mais purista, enquanto o “de” é consagrado pelo uso. Minha preferência, nem precisava dizer, é pela primeira alternativa – coerente com expressões análogas. Ninguém em juízo perfeito diz “ministro de Saúde” ou “Ministério de Saúde”, e sim “da Saúde”, “da Agricultura”, “da Fazenda”. Logo, a primeira das duas escolhas está mais para a teoria do “se você entendeu, está bom”, defendida por certos (ou errados?) linguistas.

BELOS EFEITOS DA PREPOSIÇÃO “DE”

É mesmo curiosa essa preposição “de”. Surge em expressões que geram som e sabor agradáveis ao combinar palavras aparentemente inconciliáveis. Vejam esse efeito em alguns títulos de livros, lembrados ao acaso: Chão de meninos (Zélia Gattai), Girassol do espanto (Telmo Padilha), Sangue de coca-cola (Roberto Drummond), Flores do caos (Ulisses Goes), Amor de perdição (Camilo Castelo Branco). Fico surpreso ao saber que está no ar, ou esteve (não afirmo, pois não vejo novela nem sob tortura!) uma coisa chamada Canavial de paixões. Aí, tenham dó deste pobre e hebdomático escriba e o esclareçam: que diabos vem a ser um… canavial de paixões?
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O AUTOR E SEU NAMORO COM O TEXTO

Creio que a maioria dos autores seja enamorada do próprio trabalho, num estanho narcisismo, tendo o texto como o espelho em que o autor se reflete e se admira. Aventuro-me a afirmar: ainda que o leitor não se sensibilize com esse esforço, o autor se sente recompensado, quando é atingido pelo próprio produto. “Sou meu melhor leitor”, diz, com variações, esse narcisista. Escreve para ele, em primeiro lugar; se for possível, também para o leitor. Profissional a soldo, que escreve para sobreviver, não sou exceção a esta regra: estou pronto a defender o que escrevo, pois só vai a público o que é aprovado pela minha rígida autocensura.

PROVOCAR LEITOR É FUNÇÃO DO AUTOR

O que me emociona talvez não emocione o leitor; o que não me emociona, certamente não o emocionará. Logo, não será publicado. Outra questão fundamental da escrita: não há de faltar quem a deseje pura de ideologias – um produto sem fecundidade, sem calor, sem alento, banal, estéril, um fruto peco. Penso que o texto precisa ter claros e escuros, luzes e sombras, caminhos e sugestões. Se a gente entra e sai dele sem que algo se mexa dentro de nós, tal leitura não terá passado de inútil gasto de tempo. A função do autor é comunicar (talvez “provocar” seja o termo justo), daí ser indispensável que ele tenha algo a dizer – e diga.

ENTRE A NOITE ESCURA E O DIA LUMINOSO

Imagino que o texto há de ser a cara do autor, ter suas digitais, marca e estilo, no sentido dado pelo Conde de Buffon (foto), de que “o estilo é o homem” (Le style cest lhomme même). Vai-lhe bem uma pitada de ideologia, representação, teatralidade, coração, fantasmas, experiências, ritmos e cores – que passeiam entre a noite escura e o dia luminoso, entre o alfa e o ômega – digamos. O texto é tudo isso, disso tudo se alimenta, mas a tudo isso se sobrepõe. O leitor não precisa concordar com o autor, e muitas vezes é preferível que não o faça. A discordância, se praticada com honestidade de princípios, é ótimo caldo de cultura para o crescimento das ideias.

QUEM ESCREVE HÁ DE SER CRÍTICO E LEITOR

Na juventude (que longe vai), fruí de autores cuja ideologia abominava, mas que escreviam com alta qualidade – e todos contribuíram para formar este resultado que diante de vós se apresenta: o panfleto de David Nasser (foto), a eloqüência de Carlos Lacerda, a crônica de Nelson Rodrigues. Os três aspergiram em seu discurso as sombras da ideologia, do compromisso pessoal, às vezes até do interesse inconfesso – mas sempre com o condão de proporcionar um prazer intenso ao leitor e, aposto, a eles mesmos. Se, de faca na garganta, eu fosse forçado a ditar uma regra de escrita, diria: seja seu leitor e seu crítico; agrade a você mesmo – e o depois virá.

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ENTRE BALANÇAR O CORPO E O GOVERNO

I will survive (literalmente, “Eu sobreviverei”) andava no topo da lista naqueles anos setenta, a era disco (ou dance), com  os adultos jovens divididos em dois grandes grupos: um tentava balançar os milicos no poder usurpado, enquanto o outro queria apenas balançar o corpo, de preferência aquela parte que o bom Deus houve por bem fazer a mais carnuda do corpo humano. Talvez seja o caso de se dizer que entre mortos e feridos salvaram-se (quase) todos. A exceção é para os esqueletos danificados pelo pau-de-arara, os choques elétricos, o telefone e outros malefícios da ditadura.

DE GRANDE HIT DAS MULHERES A HINO GAY

É relevante dizer que I will survive, sabe-se lá por que cargas dágua, transformou-se no hino gay, e assim é conhecida hoje.  Dizem os entendidos (ops!) que o fenômeno se deu devido à fantástica quantidade de execuções que a música teve nos ambientes homossexuais. Eu nada vi, de nada sei, não afirmo nem nego, pois não estava lá. Estava, modestamente, procurando derrubar o governo, o que (me dói afirmar) não conseguimos. Ele só caiu de podre. Mas preciso ser justo: minha escoliose não foi provocada pelos militares, e sim pela má postura. Voltemos à canção, que é menos penosa.
</span><strong><span style=”color: #ffffff;”> </span></strong></div> <h3 style=”padding: 6px; background-color: #0099ff;”><span style=”color: #ffffff;”>E FRED JORGE CRIOU CELLY CAMPELLO!</span></h3> <div style=”padding: 6px; background-color: #0099ff;”><span style=”color: #ffffff;”>No auge do sucesso, em 1965, a música teve uma versão no Brasil, gravada por Agnaldo Timóteo. Como costuma ocorrer com as

CARAS E BOCAS DE VIRA-LATA ABANDONADO

Em I will survive (Dino Fekaris e Freddie Perren), uma mulher bem resolvida é procurada pelo sujeito que a deixara de maneira vil e que, de repente, está ali na sala de visitas, dando uma de vira-lata abandonado. Diante do cara “Com aquele ar tristonho no rosto” (With that sad look upon your face), ela relembra as injúrias do passado e joga duro, bem ao estilo do lateral Felipe Melo: “Vá embora agora! Saia por aquela porta!” (Well, now go! Walk out the door!). Embora não seja suficiente para ganhar o Nobel de Literatura, é uma letra forte, apropriada para mandar homem pastar.

O PRECONCEITO E A MORTE AOS 36 ANOS

Ao descobrir que Vanusa (foto) teria a audácia de gravar I will survive, o reduto entrou em parafuso: depois do hino nacional, o que ela faria com o hino gay? Ouvi relato de que numa dessas paradas GLBT ela entoou Eu sobrevivo (versão de Paulo Coelho, ex-parceiro de Raul Seixas e maior vendedor de livros do mundo) e não reeditou o desempenho obtido com a canção de Osório Duque Estrada e Francisco Manuel da Silva, quer dizer, sob o ataque vanusiano, a música fez o que faz nos últimos trinta anos: sobreviveu. Afaste os móveis, aperte o play e solte a fran…, isto é, mande ver (escolhemos Gloria Gaynor, para prevenir acidentes com o “hino”).

(O.C.)

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HAVERIA SOLIDARIEDADE NO PALEOLÍTICO

Ousarme Citoaian

A literatura, em seus diferentes formatos, é uma das mais antigas manifestações do homem. Gosto de pensar que, mesmo em tempos imemoriais, quando começa a se comunicar, ao perceber-se apreendendo o ambiente, aquele ser ainda meio curvado registrou sentimentos de crítica aos costumes, contou bravatas sobre suas caçadas (os caçadores já eram exagerados no paleolítico?) e, principalmente (esta é minha grande esperança nunca perdida), deu sinais de solidariedade com seus semelhantes. Talvez, num dia ruim do seu vizinho, esse meu irmão antigo tenha lhe oferecido um pedaço de caça para o jantar. E que os historiadores, antropólogos, sociólogos e pessimistas em geral não desfaçam minha ilusão.

A POESIA SE FAZ PRESENTE NO INFORTÚNIO

Na tevê, numa matéria sobre enchente em Santana do Mundaú/AL, uma menina de sete anos, olhos tristes mas sem lágrimas, registra, com tocante poesia, a desgraça que a acometeu: “A casa caiu. A alegria toda foi embora”. Nenhuma queixa, só a mera constatação de que a cheia lhe tirou, com o abrigo, a alegria, que por certo não era muita. Essa menina que perdeu tudo e ainda resiste em chorar me desperta para a inutilidade do que faço, um trabalho que se mostra incapaz de atenuar tristezas. Um pedreiro sabe, no fim da jornada, quantos metros de parede ergueu; quem escreve, nunca sabe se produziu uma frase sequer que valha alguma coisa – creio que Graham Greene disse isto, com outras palavras.

FAMOSA FRASE RUIM DE UM BOM AUTOR

A solidariedade no sofrimento talvez seja a mais importante característica do ser humano. Pedras e árvores não se comovem, nenhuma notícia ruim as faz chorar, pois entre as criaturas do planeta só o homem é capaz de sofrer com a desdita do outro. A má frase do bom autor (mineiro, por sinal) Otto Lara Resende (“O mineiro só é solidário no câncer”) reflete apenas um instante de humor azedo: ao que me consta, a maioria dos brasileiros é capaz de gestos da mais cabal, definitiva e piegas emoção. Essa menina de olhar triste, por exemplo, tem, com minhas lágrimas, minha solidariedade. Isto não vai aliviar sua dor, mas me deixa a quase certeza de que sou algo mais do que uma árvore ou uma pedra.

A PARTE DO HINO QUE NOS TIRARAM

Recebi (e li) interessante informação sobre o Hino Nacional Brasileiro, demonstrando quão pouco ainda conheço da minha pátria. Fico sabendo que o hino, cuja letra é considerada difícil, a ponto de muita gente errar ao cantá-lo (incluindo a cantora Vanusa e o ex-presidente FHC), já foi pior – isto é, maior: lá pelo ano de 1831, a introdução (hoje apenas instrumental) também tinha versos – e versos que, certamente, deixariam em má situação os nossos descuidados cantores, sejam oficiais, oficiosos, amadores ou profissionais: “Espera o Brasil que todos cumprais com o vosso dever”, o verso inicial, nos dá uma ideia do que vem a seguir.

GRAVADO A BURIL NOS PÁTRIOS ANAIS

Essa parte da letra foi retirada, ao que tudo indica, devido à dificuldade que se tinha para cantá-la. Em nossos dias, quando a linguagem tende a sepultar rapidamente qualquer termo menos corriqueiro, seria temeroso manter na letra da introdução do hino coisas como “Gravai com buril nos pátrios anais do vosso poder” – isto no caso de que essa intervenção a buril nos nossos pátrios anais não viesse a despertar risinhos à socapa, suficientes para tirar a austeridade de qualquer cerimônia. Mesmo que não saibamos os motivos reais da supressão, ela parece justificada para nossos tempos, costumes e  ouvidos.

“AVANTE, BRASILEIROS, SEMPRE AVANTE”

Para atender aos mais curiosos, aqui está a parte da letra que foi retirada: “Espera o Brasil que todos cumprais com o vosso dever/ Eia! Avante, brasileiros, sempre avante!/ Gravai com buril nos pátrios anais o vosso poder/ Eia! Avante, brasileiros, sempre avante!/ Servi o Brasil sem esmorecer, com ânimo audaz/ Cumpri o dever na guerra e na paz/ À sombra da lei, à brisa gentil/ O lábaro erguei do belo Brasil/ Eia, sus, oh sus!”. Claro que o autor desta parte (certo Américo de Moura, de Pindamonhangaba/SP) não quis antecipar nenhum elogio ou censura ao nosso sistema de saúde pública: sus é uma interjeição, significando “avante”, “para cima” – qualquer coisa assim. No vídeo, o introdução cantada.

NO BRASIL, UMA COLEÇÃO DE EXÓTICOS

A questão dos nomes estranhos registrados no Brasil entrou na coluna e parece não querer mais sair. Esse tema que muito me encanta foi tratado há tempos pelo autor de um de meus livros de cabeceira, O coronel e o lobisomem/1964. Refiro-me a José Cândido de Carvalho (foto), criador de nomes exóticos (no que se aproxima de Guimarães Rosa), e que se valeu da lista de segurados do INPS (espécie de SUS daquela época) para demonstrar que a realidade surpreende mais do que a ficção. Nomes que constam de listas públicas farão o leitor menos informado pensar que são invenções para divertir as pessoas com o ridículo alheio. Veja abaixo algumas curiosidades.

QUANDO O RIDÍCULO É LEVADO AO EXTREMO

Jotacá Dois Mil e Um, Juana Mula, Jovelina Ó Rosa Cheirosa, Lança Perfume Rodometálico de Andrade, Leda Prazeres Amante, Magnésia Bisurada do Patrocínio, Manganês Manganésfero Nacional, Manuel Sola de Sá Pato, Maria da Segunda Distração, Maria Passa Cantando, Maria Privada de Jesus, Naída Navinda Navolta Pereira, Napoleão Sem Medo e Sem Mácula, Necrotério Pereira da Silva, Oceano Atlântico Linhares, Otávio Bundasseca, Pacífico Armando Guerra, Padre Filho do Espírito Santo Amém, Pália Pélia Pólia Púlia dos Guimarães Peixoto, Pedrinha Bonitinha da Silva, Percilina Pretextata Predileta Protestante,Voltaire Rebelado de França.

OS NOMES QUE SÃO NÚMEROS EM FRANCÊS

Por falar em França, em Mossoró/RN, o farmacêutico Jerônimo Rosado se cansou de procurar nomes para seus muitos filhos e, a partir do sexto, passou a numerá-los, primeiro em português, depois em francês. A prole ficou famosa: existe uma cidade chamada Dix-Sept Rosado (homenagem ao décimo sétimo filho de seu Jerônimo), que foi prefeito de Mossoró e governador do estado. Outros irmãos muito conhecidos foram Dix-Huit Rosado (ex-prefeito), Vingt Rosado (ex-deputado federal) e Ving-Un Rosado (foto) que escreveu vários livros e editou outros 3 mil títulos históricos, a “Coleção Mossoroense”. A lista de seu Jerônimo já chegou a Dix-Sept Rosado Sobrinho e Vingt-Un Rosado Neto.

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A PORTUGUESA QUE ENTROU PARA A MPB

São tantos os grandes compositores românticos do Brasil que citá-los seria tarefa impossível. E a arte que, como a vida, nos espreita em cada esquina, traria ainda uma surpresa à lista, com a inclusão de uma autora portuguesa, quem diria. Pois lhes digo e provo que a rapariga, levada pelo braço por um tal Raimundo Fagner Cândido Lopes (foto), empurrou a porta, arrastou a cadeira e aboletou-se ao lado de Vinícius, Noel, Orestes Barbosa, Chico Buarque, Antônio Maria, Dolores Duran e outros bambambãs, sem pedir licença. Nem precisava, pois seu soneto “Fanatismo” tem lugar reservado em qualquer roda de bambas. Ah, sim, o nome da cachopa: Florbela Espanca.

UM SONETO QUE EMOCIONOU GERAÇÕES

No primeiro quarteto, “Minh´alma, de sonhar-te, anda perdida/ Meus olhos andam cegos de te ver”, uma declaração de arrepiar qualquer ser humano. Depois, um fecho de ouro: “Ah! Podem voar mundos, morrer astros,/ Que tu és como Deus: princípio e fim”. Publicado em 1923, “Fanatismo” ganhou a eternidade das grandes obras: emocionou muitas gerações e vai emocionar outras tantas, pois nos seus 87 anos está ainda quente, como se fora feito na tarde de ontem. No Brasil, foi popularizado por Fagner, que tomou Florbela (foto) como parceira e a levou aos mais diversos palcos. Um trabalho meritório, mesmo que muitos ouvintes não façam diferença entre cantores e autores.
</span><strong><span style=”color: #ffffff;”> </span></strong></div> <h3 style=”padding: 6px; background-color: #0099ff;”><span style=”color: #ffffff;”>E FRED JORGE CRIOU CELLY CAMPELLO!</span></h3> <div style=”padding: 6px; background-color: #0099ff;”><span style=”color: #ffffff;”>No auge do sucesso, em 1965, a música teve uma versão no Brasil, gravada por Agnaldo Timóteo. Como costuma ocorrer com as

POETA “ALMA IRMÃ GÊMEA DA MINHA”

A escritora portuguesa Natália Correia, ao comentar Diário do último ano, só publicado em 1981, bate sem dó nem piedade, quase colocando Florbela Espanca na lista de poetas menores: fala em “coquetismo patético” e em “poesia maquilhada com langores de estrela de cinema mudo, carregada de pó de arroz”. Também se disse que ela era “uma escrava de harém”, uma poeta “de lábios literariamente manchados” e outras expressões igualmente denunciadoras de como a crítica parecia mais interessada na autora do que na sua produção literária. Mas Fernando Pessoa (na caricatura) a chamou de “alma irmã gêmea da minha” – e isto parece compensatório de todos os preconceitos.

O PRECONCEITO E A MORTE AOS 36 ANOS

Se a sociedade brasileira no século XXI ainda é preconceituosa, conservadora e moralista, imagine-se como Portugal dos anos vinte do século passado olharia para uma rapariga ousada como Florbela Espanca. Certamente como um ser fora do lugar, dizendo coisas que não deviam ser ditas, escancarando desejos e vontades que a moral vigente mandava calar. Mulher de vida conturbada e curta (suicidou-se no dia do 36º aniversário, em 8 de dezembro de 1930), Florbela teve pequena parte do público a cobri-la de elogios, enquanto a outra a envolvia em opróbrios. Mas assegurou seu lugar na história da poesia. No vídeo, a versão cantada de “Fanatismo”, com Fagner.

(O.C.)
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A cantora Vanusa voltou a protagonizar nova gafe. Ano passado, ela não conseguiu cantar, corretamente, o Hino Nacional, durante o 1º Encontro Estadual de Agentes Públicos, na Assembleia Legislativa de São Paulo. Ela repetiu a dose em Manaus (AM). Errou feio ao tentar cantar Sonhos de um palhaço, de Antônio Marcos. Ao recorrer a uma pasta do seu repertório, desavisada, emendou com parte da letra de outra música – Como vai você, do mesmo autor. Vexame total. Ela alega que, assim como da outra vez, que o esquecimento seria provocado pelos efeitos de medicamentos.
Confira o vídeo no TV Pimenta, no lado direito do site, alto da página.

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Constrangimento total no 1º Encontro Estadual de Agentes Públicos, na Assembleia Legislativa de São Paulo. Após as formalidades, o mestre de cerimônia anuncia a execução do Hino Nacional, interpretado pela cantora Vanusa. Tudo ia “muito bem”, até que começaram os escorregões, na letra, na música, no ritmo e na harmonia. Presentes juram que a artista estava “um pouco alta”.
Após mais de quatro minutos de tortura, o mestre de cerimônia – que não era Ramiro Aquino – salva a todos com uma providencial intervenção, agradecendo(!) a participação da artista e pondo fim ao vexame.
Veja o vídeo até o fim.