Lincoln, do Goiás, e Maurício Duarte, do Vila Nova, disputam bola no Serra Dourada || Arquivo/Walmir Rosário
Tempo de leitura: 4 minutos

 

 

 

Certa feita, ao jogar na Gávea contra o Flamengo, ao tentar tirar a bola do craque Zico, que a adiantou com um toque, passou reto com o carrinho, numa jogada que terminou em gol.

 

Walmir Rosário

Nem todos os meninos peladeiros conseguem tirar a sorte grande jogando os babas apenas nas praias ou nos campinhos de bairro. Muitos são levados para os times consagrados, nos quais aprendem a se especializar no futebol. Os que conseguem unir a habilidade individual às técnicas e táticas, teoricamente terão um futuro garantido e nome gravado entre os astros do futebol.

Por ironia do destino, um garoto peladeiro deixa sua cidade natal, Porto Velho, em Rondônia, e vai para o Rio de Janeiro, acompanhar sua mãe em tratamento médico. Era tudo que queria. Se já se encantava com o futebol jogado na cidade maravilhosa pelas ondas do rádio, agora se imaginava ser um daqueles craques que tanto assistia no rádio e na TV. Finalmente era chegada a hora e a vez do garoto Maurício Duarte.

E tudo se encaminhava conforme seus pensamentos. Em pouco tempo já disputava bola nas areias da praia de Copacabana com a desenvoltura de um atacante, atuando pelas equipes praianas do Radar e do Copa Leme. Mas queria o destino um futuro mais brilhante para a promessa de craque rondoniense. Foi descoberto pelo maior e mais excêntrico “olheiro” de futebol carioca, Antônio Franco de Oliveira, o Neném Prancha.

Botafoguense de quatro costados, Neném Prancha, considerado o maior dos filósofos do futebol, o levou para o seu time de coração, o Botafogo. Aos 12 anos o garoto se deslumbra com a plêiade de craques que ouvia e via jogar no rádio e na TV. Mais que isso, iria participar de uma peneira e, se aprovado, poderia ser um deles, afinal, tinha como padrinho Neném Prancha, o descobridor de Heleno de Freitas e Júnior “Capacete”.

Diante da enorme concorrência, lhe ocorreu uma estratégia de defesa que o fez sobreviver nos gramados de General Severiano. Assim que o treinador e antigo lateral-direito Joel Mendes dividia as promessas de atletas pelas posições que jogavam, Maurício Duarte se assombrou pela quantidade de atacantes e meios-campistas. Os pensamentos rodaram com extrema velocidade em sua cabeça e decidiu: a partir daquele momento seria zagueiro. E para jogar no Botafogo!

E a sorte lhe sorriu, tanto assim que após ver de perto “os cobras” do Glorioso, a exemplo de Gérson, Fischer, Jairzinho, Brito, Manga, dentre outros craques, foi aprovado para a famosa Escolinha de Seu Neca, pela qual passaram as estrelas do Botafogo dos anos 1970, inclusive ele. Descoberto por Neném Prancha, agora teria a felicidade de aprender com seu Neca todas as técnicas e artimanhas do melhor futebol do mundo.

E o garoto magro de Porto Velho iniciou os treinamentos na Escolinha do Neca, no Botafogo, no subúrbio de Del Castilho. Era um sacrifício danado, pois pegava dois ônibus lotados para participar do treinamento coletivo às quartas e sextas-feiras. No restante da semana treinava em General Severiano. Se firmou como zagueiro e ganhou posição nas divisões de base, até que chegou o dia de ser incorporado ao time de cima.

Era o ano de 1970. E Maurício Duarte, aos 17 anos, teria a responsabilidade de substituir o zagueiro Brito, convocado para a Seleção Brasileira tricampeã do mundo. Jogaria a Taça Guanabara, posteriormente cancelada, e os jogos amistosos, o primeiro deles contra o Bangu, vencido pelo placar de 2X0. Junto com os profissionais, lembrava dia e noite os ensinamentos do seu Neca, essenciais para a sobrevivência nos gramados da vida.

Nos treinos do Botafogo marcava grandes jogadores de ataque. Certa feita, ao jogar na Gávea contra o Flamengo, ao tentar tirar a bola do craque Zico, que a adiantou com um toque, passou reto com o carrinho, numa jogada que terminou em gol. Aí ouviu do seu Neca: “Você não teria que ter dado o carrinho e sim cercado; acompanharia a jogada e ele não teria toda a tranquilidade. Lembre-se, zagueiro caído é jogador abatido”.

De outra feita, no Maracanã contra o Vasco, quando foi marcar Roberto Dinamite, ouviu outro ensinamento do seu Neca: “O zagueiro tem que ficar com um olho no peixe e outro no gato”. E era para observar a bola e Roberto Dinamite, que ficava de “migué”, na ponta-esquerda quando a bola vinha pela direita. E esse ensinamento lhe serviu para o resto da vida, tomando ou não deixando a bola chegar aos atacantes.

Do Botafogo, Maurício Duarte se transferiu para outros clubes brasileiros, nos quais experimentou a diversidade na realidade do futebol praticado nos quatro cantos deste país. E sua saída do Glorioso se deu por motivos internos. Quando chamado de volta pelo Departamento Amador, acreditou que seria um regresso e não atendeu ao pedido. Daí passou a treinar no “time da Ave Maria”, no finalzinho da tarde, com chances remotas.

Emprestado ao Remo, do Pará, Maurício não foi muito feliz, pois teve uma distensão na virilha. Em seguida se transforma num operário da bola e joga no Santo Antônio e Rio Branco, ambos no Espírito Santo, Flamengo do Piauí, Vila Nova de Goiás, Galícia, Olaria e Itabuna. Nesses times atuou com e contra grandes craques do futebol brasileiro, muitas das vezes sem receber salários em dia, dentre outras adversidades.

No Itabuna Esporte Clube, o último time por qual jogou, Maurício Duarte se identifica bastante com a diretoria e a cidade. E por aqui constrói família, faz um curso de formação em técnico de futebol, trabalha na AABB, dirige as seleções de Itajuípe, Itabuna e Buerarema. Certificou-se em Radialismo, atuou como comentarista em emissoras de rádio e Maurício Duarte se torna um verdadeiro cidadão grapiúna.

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

Bahia saiu na frente contra o Vila Nova|| Heber Gomes/AGIF
Tempo de leitura: < 1 minuto

O Bahia estreou bem na terceira fase da Copa do Brasil. Na tarde desta terça-feira (1), o time foi ao Estádio Onésio Brasileiro Alvarenga, em Goiânia, e bateu o Vila Nova-GO por 1 a 0, com gol de Rodriguinho. Com o resultado, o Tricolor Baiano joga pelo empate na segunda partida para garantir a vaga na competição.

O Bahia começou a partida melhor e quase abriu o placar aos 16 minutos, com Rodriguinho parando em grande defesa de Georgemy. Logo em seguida, na marca dos 19, Thonny Anderson recebeu passe de Daniel na área, limpou bonito e mandou por cima do goleiro. A bola bateu na trave. O Vila, por outro lado, cresceu nos minutos finais, e quase abriu o placar aos 42 minutos, com Kelvin.

Mantendo o ritmo acelerado, o Bahia saiu na frente logo no minuto um da etapa final. Rossi alçou com categoria a bola na área. Rodriguinho subiu entre os zagueiros e desviou, de cabeça, para o fundo das redes. O time de Goiás respondeu aos 13 minutos, quando Cardoso recebeu na direita e chutou para o gol. Mas o goleiro Claus defendeu e salvou o Bahia de levar o empate.

Mais tarde, aos 36, Willian Formiga sofreu falta na entrada da área. Dudu bateu e acertou o travessão do Bahia, quase empatando para o Vila. O Tricolor Baiano ainda teve a chance de ampliar no fim: aos 46, Alesson recebeu na direita e cruzou com e feito. Georgemy foi nela e deu um tapa para afastar o perigo. No fim, triunfo por 1 a 0 do Bahia em Goiânia.

Tempo de leitura: < 1 minuto

O Vitória engatou uma sequência de dois triunfos e conseguiu subir para a sexta colocação ao enfiar 0 a 3 no Vila Nova em pleno Serra Dourada, em Goiânia. O rubro-negro baiano alcança 30 pontos e fica a nove do líder, a Portuguesa, e a três do Americana-SP, que ocupa a quarta posição.
Marquinhos abriu o placar aos 7 minutos de jogo.  Aos 13 minutos do segundo tempo, Lúcio Flávio marcou o segundo do Vitória, no Serra Dourada. O rubro-negro baiano ampliou aos 33 minutos com o meia Giovanni.
O Vitória volta a jogar no próximo sábado (3), às 16h20min, contra o Icasa, no Barradão. Já o Vila Nova-GO enfrentará a Ponte Preta, na sexta (2), às 20h30min, em Araraquara. Quatro times sobem para a Série A 2012.
Confira os gols:

Tempo de leitura: < 1 minuto

O Bahia perdeu a liderança da Série B do Brasileiro ao empatar em 1×1 com o Vila Nova-GO em pleno Estádio de Pituaçu, que estava lotado. Longe dali, o Coritiba arrancou uma vitória contra o Brasiliense (0x1) e passou à frente na classificação geral. O time paranaense tem 43 pontos e o Bahia, 41.
O Bahia terá páreo duro na próxima rodada, sábado (25). Enfrentará o Sport, na Ilha do Retiro, em Recife (PE), às 15h50min. O Coritiba joga em casa contra o ASA, às 16h10min, no Couto Pereira.