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Patrimônio de valor altíssimo se tornou alvo da ação de vândalos

Após a desativação da fábrica de calçados Kildare, em 2009, os galpões que abrigavam a unidade produtiva no bairro São Caetano, em Itabuna, tornaram-se cenário de uma série de confusões, invasões, despejos, brigas judiciais e projetos mirabolantes. O último deles foi o que visava transferir a feira livre do bairro para os galpões, ideia que não agradou a ninguém, a começar pelos feirantes.
O imóvel é disputado entre o município e a família Kaufmann, que em maio do ano passado obteve liminar favorável do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Mas a briga continua e um patrimônio milionário está hoje entregue ao abandono e à ação de vândalos.
Na semana passada, a empresa Kaufmann Cacau registrou notícia crime na Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio de Itabuna, após confirmar a depredação dos galpões. Foi constado o furto de portas e janelas, telhas, vasos sanitários, luminárias e a fiação elétrica, entre outros itens.
Vândalos levam tudo que encontram: portas, janelas, vasos sanitários e até a fiação elétrica
Vândalos levam tudo que encontram: portas, janelas, vasos sanitários e até a fiação elétrica

Veja abaixo a cronologia desse imbróglio:
 
21 de maio de 2009 – Representantes da Kildare anunciam a decisão de encerrar as atividades da fábrica em Itabuna. Na mesma data, o PIMENTA noticia que a escritura do imóvel não foi entregue à Sudic, como previam os termos da desapropriação. Este vacilo foi utilizado como argumento pelos Kaufmann para reaver a área.
22 de maio de 2009 – O blog divulga que o ex-prefeito Geraldo Simões (atual deputado federal) “cochilou”, deixando a escritura da área no cartório de registro de imóveis do 2º ofício enquanto os Kaufmann acionavam a justiça exigindo a devolução do imóvel. O Governo do Estado tenta intervir para evitar o fechamento da fábrica. Geraldo Simões se exime da culpa pelo não-pagamento da desapropriação.
23 de maio de 2009 – A Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração da Bahia afirma que o motivo da saída da Kildare de Itabuna era a crise econômica mundial e não a ação movida pelos Kaufmann.
25 de maio de 2009 – Governo do Estado e Prefeitura de Itabuna tentam formatar proposta na tentativa de manter a Kildare na cidade.
Feirantes se reúnem para dizer que não querem ir para os galpões

26 de maio de 2009 – Sindicato das Indústrias Têxteis e Calçadistas de Itabuna informa que os 145 operários da Kildare já estavam de aviso prévio. Fechamento definitivo da fábrica estaria programado para o dia 14 de junho.
27 de maio de 2009 – Prefeitura cobra posicionamento da Kildare.
16 de junho de 2009- Fábrica começa a ser desativada.
28 de junho de 2011 – Prefeitura obtém sentença favorável da Vara da Fazenda Pública na disputa pelos galpões, mas descobre que os Kaufmann tinham alugado o imóvel à Cargill.
5 de julho de 2011 – Prefeitura determina a desocupação dos galpões e anuncia intenção de ali instalar a feira livre do São Caetano.
20 de dezembro de 2011 – Igreja evangélia que tinha alugado parte de um dos galpões é despejada pela Prefeitura.
8 de fevereiro de 2012 – Feirantes do São Caetano recusam proposta de se mudar para os galpões.
2 de maio de 2012 – Justiça devolve galpões aos Kaufmann.
 

0 resposta

  1. então esta na hora do governo municipal pensar em utilizar esse espaço para outros fins, como uma creche modelo. que tenha ate atendimento medico a região do lado de ca e muito grande com uma demanda que não tem como suplir. tai claudivane leite porque não pensar nessa possibilidade e um projeto a longo prazo. mais e futuro e logo ali estamos

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