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O proprietário, Caboclo Alencar, observa estragos causados pelos ladrões (Foto Marcos Carvalho/Blog do Thame).
O proprietário, Caboclo Alencar, observa estragos causados pelos ladrões (Foto Marcos Carvalho/Blog do Thame).

Numa cidade refém da violência, depois da comemoração vem a decepção. Passados três dias do tombamento do ABC da Noite, um dos mais tradicionais botecos de Itabuna, em meio a uma grande festa na Lavagem do Beco do Fuxico, ao chegar ao local na manhã desta terça-feira, o Caboco Alencar se deparou com o telhado arrombamento.
Durante a noite, marginais entraram no ABC da Noite pelo telhado e surrupiaram cerca de 300 reais do caixa. Nem chegaram a tocar nas batidas, posto que esses vagabundos devem ser chegados mesmo é em maconha, crack e pinga vagabunda.
Resignado, o Caboco Alencar registrou queixa na delegacia de policia. Tem tanta esperança de que os bandidos sejam presos como a de que o saci Pererê, Papai Noel, Coelhinho da Pascoa e Mula sem Cabeça aparaçam no ABC pra tomar uma. Confira fotos e íntegra do texto no Blog do Thame

9 respostas

  1. Não me espantaria se o arrombamento tivesse sido encomendado por algum dos vários itabunenses que se sentiram ofendidos com o tombamento de um “buteco”.

  2. Esta vagabundagem não está respeitando mais nem os mais velhos, no velhos tempos, os vagabundos respeitavam pelo menos os mais velhos, nos tempos “modernos” as coisas estão ficando pior dia após dia.
    Onde vamos chegar com as coisas do jeito que estão?

  3. Sinto muito pelo acontecimento, infelizmente Itabuna têm se tornado uma cidade cada vez mais violenta. Acredito que essa realidade é consequência da forma como os representantes do poder público têm trado a cidade: falta emprego, salário digno, educação e saúde (públicas e de qualidade), cultura, esporte, lazer, e um longo etc. São coisas que não eliminariam a violência por completo, mas sem dúvida a reduziriam muito. No entanto o que se observa é que os políticos e os poderosos que estão no topo de nossa pirâmide social se utilizam do dinheiro público e das leis que eles mesmos criam para se tornarem cada vez mais ricos e poderosos às custas da exploração e da miséria dos trabalhadores e do povo pobre. Nesse formato de sociedade (capitalista), controlada por poucos, muito ricos e que vivem da exploração da maioria, muito pobre, a violência, a fome e a miséria são problemas que só fazem aumentar. E quem mais sofre com eles são os de baixo.
    “Nem chegaram a tocar nas batidas, posto que esses vagabundos
    devem ser chegados mesmo é em maconha, crack e pinga vagabunda.”
    Não gostei desse trecho, dá a entender, mesmo que essa não tenha sido a intenção do autor, que a “maconha, o crak e a pinga vagabunda” são drogas utilizadas apenas por criminosos, o que é um equívoco. Essas drogas são também utilizadas por pessoas de bem, de diferentes classes sociais. Exceto a pinga vagabunda que normalmente é usada por que não tem dinheiro para comprar bebidas caras. Infelizmente, muitos dependentes químicos praticam crimes para sustentar seus vícios, o que têm acontecido com mais frequência no caso dos usuários de crak, por ser uma droga que tem um maior potencial de causar dependência. Mas temos que ter cuidado para não generalizar demais as coisas, nem todo usuário de drogas ilícitas comete assaltos, roubos e outros crimes, assim como os que praticam crimes, nem sempre são usuários de drogas. Ainda, nem todas as drogas tem o mesmo efeito e potencial de causar dependência e causar de forma indireta problemas sociais. Existem diversos estudos de especialistas em diferentes áreas do conhecimento, de diferentes países, que demonstram que o proibicionismo do uso de determinadas substâncias é uma das principais causas da violência e de outros problemas. Afirmam que essa política proibicionista é equivocada, pois não consegue reduzir o consumo e alimenta o tráfico dessas substâncias, que é a principal fonte de financiamento do crime organizado. Enfim, respeito posições diferentes, mas faço questão de dizer o que penso. Nesse caso, penso que o Pimenta reproduziu uma visão superficial e que contribui para a manutenção de uma visão preconceituosa e estereotipada em relação aos usuários de drogas ilícitas.

  4. Enquanto ‘Caboco Alencar’recebia afagos merecedores e intermináveis apenas de amigos clientes: “cachaceiros” intelectuais.(gosto de boteco, de cachaça e de prosa). Tudo estava indo bem, até que aparece os políticos com seus discursos, tendo como vaia, os aplausos; aí os marginais pensa que o ABC da Noite é palanque e arromba o patrimônio recém tombado. Coboco, fiquei triste por você, e pela ‘instituição’, sofrer essa ação bandida!

  5. Burro chinês,esse buteco que você se referiu,tem muito mais conceito do que você que demonstra ser um individúo insignificante,que não sabe que é cultura e muito menos sabe indentificar o que é de valor em nossa sociedade,saiba você que o ABC da noite,não é só um boteco,mais sim um monumento histórico!!!

  6. Tenho um profundo respeito pelo Caboclo Alencar e pelo o que ele representa para uma Itabuna abandonada e massacrada na sua identidade cultural. A notícia dessa violência me aborrece muito, Cabocô sempre foi muito gentil comigo e apesar do meu fígado ter entrado com liminar judicial proibindo a deliciosa batida, ainda dou um pulinho no ABC prá tomar aula.
    Acho que o Luciano não entendeu a ironia do Sábio Chinês: quando foi noticiado aqui no Pimenta o tombamento do ABC da noite, muita gente protestou qualificando a escolinha de filosofia de mero “buteco”. http://157.230.186.12/2013/03/08/tombamento-do-abc-da-noite-abre-lavagem-do-beco-do-fuxico/
    O China apresentou uma teoria de conspiração dos despeitados. Não creio em bruxas, mas…
    Itabuna precisa acordar para o seu patrimônio histórico. No entanto percebo que há uma grande confusão e incompreensão do conceito de cultura, patrimônio histórico material e imaterial. Precisamos fortalecer nossa identidade cultural. Se não sabemos quem somos como apontar um norte para avançarmos como sociedade?
    Outra coisa me cutucou, a maneira como o Daniel Thame escreveu esse artigo. Pensei no Sérgio Buarque de Holanda, maconheiro confesso, arrebentando o telhado do ABC. Depois pensei no Raul Seixas, Paulo Leminski e no Sérgio Sampaio, ambos bebedores de cachaça vagabunda organizando uma ação para arrombar o telhado do ABC. Dei risada do meu pensamento absurdo. Também não seria absurdo esse pensamento simplista e preconceituoso do Sr. Thame?
    O Tião colocou muito bem o que é parte do meu posicionamento em relação a essa politica equivocada de combate às drogas, o Sr. Jacques Wagner que o diga.
    Valeu Tião!!! Com cachaça vagabunda o pobre diabo apronta a sapequeira (briga, bate, rouba) e com Cachaça Havana o burguês(que rouba sóbrio) pega a caranga atropela e mata um pobre coitado, dá uns tiros com “pistola da boa” na mulher e ainda passa carteirada de dotô

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